O jogo está no primeiro tempo ainda..

O Botafogo faz uma bela trama que termina em gol. O jogador Luiz Fernando comemora fazendo uma alusão ao “cheirinho” em uma nítida provocação ao Flamengo. Os jogadores nada fazem se dividindo entre lamentar e abaixar a cabeça.

Semanas antes o atacante do Flamengo Vinicius Jr. fez um gol no Botafogo e fez o gesto do “chororô” provocando o adversário. O lance provocou revolta e confusão generalizada.

O que é o certo? Evidente que é o da não agressão e eticamente os rubro negros estariam errados em reagir, até porque provocaram primeiro. Mas a questão aqui não é ética.

É a apatia, a falta de colhões do Flamengo de hoje. Ninguém “enquadrou” o jogador do Botafogo, aproveitou a situação para mostrar fibra, revolta e incendiar o time. O mesmo time que em Libertadores dá a mão e ajuda o adversário a se levantar do chão. Libertadores que é o torneio que o clube venceu em 81 fechando a participação com um atleta seu dando soco na cara do adversário.

Vocês conseguem imaginar esse time do Flamengo em uma batalha campal como aquelas contra o Cobreloa? Lembram de alguma partida desse elenco que eles saíram na porrada com alguém? Teve ao menos uma discussão mais áspera?

Nem eu e sabem por quê? Porque o elenco do Flamengo é reflexo do clube atual. Um elenco de burocratas que batem o ponto oito horas e, entediados, olham o relógio até as cinco, pegam o paletó e vão embora. É um grupo de perdedores, com o DNA do fracasso, se acostumaram a perder.

Não existe nada pior na vida que se acostumar com a derrota. Eu já disse várias vezes que ao longo da vida perdemos mais que vencemos, mas não podemos nos acostumar com isso, por mais difícil que seja a luta desistir dela é perder duas vezes.

Louvo o que essa diretoria fez no aspecto estrutural e financeiro para o Flamengo, mas ainda não entenderam o mais importante, seu futebol. A falta de cobranças a um elenco milionário e que recebe em dia é inadmissível. Vários fracassos vieram ao longo dos anos e foram recebidos com o mesmo discurso. Precisou o fracasso no torneio menos importante para algo acontecer.

Mudar todos os nomes do comando do futebol é um passo, um grande passo, mas apenas um passo. É preciso mais.

O Flamengo precisa de mudanças no elenco, reorganizar o mesmo, preencher lacunas e mudar urgentemente sua mentalidade.

Nem precisa ir muito longe. Basta se espelhar no basquete do clube.

Falta de alma não é coisa de Flamengo.

Twitter – @aloisiovillar

Facebook – Aloisio Villar

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2 Replies to “DNA do fracasso”

  1. Pô, Aloísio! Seus artigos tem o meu acompanhamento há muito tempo e sempre os achei muito interessantes. Mas acho que, nas questão de reagir a provocação do nobre botafoguense vc derrapou. A resposta, no que diz a velha cartilha de Pelé, Zico e os grandes do nosso futebol deveria vir com entrega e uma virada épica em cima deles aliado a um futebol, no mínimo, digno das tradições Rubro-Negras! Mas enquadrar seria dar corroboração ao famoso chororô deles e decretar a definitiva morte do Futebol Raiz. Desde já, desejando o debate descontraído e respeitando o espaço, agradeço pela coragem em escrever e tomar posicionamento nas mais variadas questões!! Abraços e Saudações!

  2. Oi André

    Discordância faz parte da democracia e claro que você tem todo o direito disso. Grande abraço e obrigado por acompanhar.

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