Antes de mais nada, peço desculpas aos leitores pela ausência de vídeo comentando a segunda feira do Especial. Eu não tinha a menor condição emocional de fazer qualquer coisa após o desfile da Portela. Mas vamos em frente.

A ideia aqui é resumir em um parágrafo o 2016 das escolas do Grupo Especial. Não necessariamente projetar resultado ou algo parecido, mas sim estabelecer rápidos “flashes” do que foi este 2016 para cada escola. Uma a uma, vamos lá:

1 – Estácio de Sá: a escola fez o suficiente a meu ver para se manter no Grupo Especial. Mas ficou claro para mim que faltou um samba um pouco melhor para tornar esta sentença incontestável. E havia opções melhores durante o processo.

2 – União da Ilha: o desfile só coroou um ano repleto de equívocos, principalmente de sua direção executiva. Ao menos, como diria aquele jornalista esportivo, “ferimentos leves”: a escola terá a chance de recomeçar para 2017. E com seus componentes felizes como mostraram no desfile.

3 – Beija Flor: mostrou a correção habitual, mas aquele “4-5-1” retrancado em busca do resultado como sempre. Pensar um pouco menos em resultado e um pouco mais no carnaval enquanto instituição faria bem à escola e ao espetáculo.

4 – Grande Rio: a escola precisa ficar fora do sábado das Campeãs. É outra agremiação que vem apostando em um modelo de resultados – só que estes não vêm. Para pensar.

5 – Mocidade: Equívoco total. A escola parece totalmente perdida. Merece e precisa ser contemplada com o rebaixamento – mas duvido que isso ocorra.

6 – Tijuca: mais uma que desfilou com o regulamento debaixo do braço, mas retomou a tradição de bons sambas. Precisa manter.

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7 – Vila Isabel: a escola sabe e gosta de fazer enredos com temáticas política e de resistência popular. E quando a escola está feliz consigo mesma tudo flui melhor. E André Diniz é gênio!

8 – Salgueiro: não irei cair no lugar comum de que a agremiação teria sentido o favoritismo. Um ótimo desfile com alguns probleminhas que podem ocorrer a qualquer um. O caminho é esse – especialmente em samba de enredo.

9 – São Clemente: eu avisei lá atrás no Bar Apoteose que a escola sentiria o peso de vir ensanduichada entre Salgueiro e Portela. A agremiação sentiu.

10 – Portela: os humilhados serão exaltados. Sem mais.

11 – Imperatriz: nunca é fácil vir após um desfile apoteótico como foi o da Portela, mas claramente a escola precisa evoluir em termos plásticos. E isso passa por um novo carnavalesco. Por outro lado, acertos em puxador e bateria.

12 – Mangueira: quesito a quesito não foi desfile para título, talvez nem fique entre as três, mas este 2016 marca a retomada e a volta da Velha Companheira ao caminho e ao lugar que sempre foi seu. Me lembra o momento que a Portela começou a viver em 2012.

19 Replies to “O Grupo Especial em Um Parágrafo”

      1. Primeiramente sobre a Portela. Ela foi linda sim, tecnicamente bem e tem todos os credenciais para o título.

        E sobre a Mocidade. Talvez por trabalhar na empresa “criticada” pela escola ou você tenha se ressentido por crítica a este governo corrupto. Não creio que a escola mereça cair, mas como quem dá nota são os jurados e não eu ou você, vamos esperar.

        Por enquanto só podemos especular e opinar. Respeito permanece!

        1. Sobre a Portela, eu acabei de publicar outro post. Vai ficar mais claro.

          E eu achei bem complicado o desfile da Mocidade

        2. Se eu fosse criticar alguma coisa do texto dele, seria o que ele disse sobre a Mangueira. Ao final do desfile, a ideia e o consenso geral era de que as duas brigariam nos décimos.

          Sobre a Mocidade, raiva do Migão à parte, foi um desfile desastroso, pior do que 2009 a meu ver!!

          E vou mais além: esta gestão está sendo pior que a do Paulo Vianna!!! Pelo simples motivo de que pode muito mais, porém se contenta em somente aparecer na mídia!!!

  1. Olha, sinceramente, pedir rebaixamento para a Mocidade por qual motivo? Por ela ter feito uma crítica a instituição com a diretoria mais corrupta da história do Brasil, a Petrobras? Por ela ter criticado o governo do PT, o mais corrupto desde Sarney? Mocidade e Caprichosos sempre fizeram críticas sociais e governamentais nos anos 80 e nunca houve uma voz que pedisse o rebaixamento das mesmas por isso. Falando uma MERDA dessas só prova o quanto é RASO o conhecimento que você arrota ter.
    Ainda bem que a sua opinião não é relevante, não baliza nada, não serve para porra nenhuma no mundo do carnaval (a não ser para fazerem piada).

    1. Infelizmente você não teve coragem de assinar seu comentário, mas seria capaz de passar duas horas falando sobre os problemas da escola. Harmonia falha, carros com problemas de acabamento e mal concebidos,samba que é o pior do ano, uma comissão de frente com concepção equivocada… queria mais?

      Se isso é ser raso, imagino quando analisar de forma aprofundada o desfile da escola.

  2. Migao, você não acha que o excesso de coreografias de PB nos carros portelenses atrapalhou um pouco a vibração assinatura portelense? Principalmente no carro do Eldorado ( o que deu para se acompanhar na tv) senti uma pouca fruição do povo que clama ser “o Samba”. Ademais, convenhamos que o samba não foi uma maravilha como um gosto que me enrosco ou contos de Areia. E a comissão gigantesca que beirou mais uma arrogância “barrosa” do que a alvorada do soamba querendo fazer jus aos quase 100 anos que carrega? Creio que tecnicamente portela veio linda, mas será que o grito de 32 anos engasgado do portelense por uma apoteose não cegou um pouco a super teatralizacao que quebrou a veia portelense? Não tome meu comentário como uma crítica, somente gostaria de saber como um portelense leu todas essas peculiaridades

    1. Gustavo, não sou o Migão, mas como portelense que assistiu o desfile da frisa, ouso responder.

      Eu escrevi uma coluna aqui ainda em maio dizendo que o caminho para Portela e Paulo Barros casarem bem era a mescla, Paulo teria que fazer algumas concessões, a tradição portelense idem.

      Essa concessão mútua foi exatamente o que eu vi. A Portela concedeu nos carros 1 a 6 e na Comissão de frente, onde a veia artística do Paulo Barros brilhou com suas teatralizações.

      Já Paulo Barros respeitou a tradição portelense de fantasias belíssimas e luxuosas (quentes até demais), o chão da Portela quicou do inicio ao fim, as alas berraram o samba e dançaram muito, como a boa tradição do chão portelense. E por fim, o 7o carro sem balacobacos ou maluquices, totalmente tradicional destacando a Velha Guarda Show.

      Como diz Monarco: “Inovar também faz parte da tradição da Portela”.

  3. Portela a melhot escola? Me poupe. Aquele último carro, da velha guarda, era digno de intendente. Mas os jurados que babam ovo do PB devem dar dez.

  4. Não creio que o relato do Migão com relação ao rebaixamento da Mocidade tenha relação a crítica da escola. A escola fez um desfile muito irregular, apesar de achar que não mereça o rebaixamento.

    Parabens pelo site!!

  5. É com tristeza que digo isso, mas em relação a Mocidade concordo com o Pedro: a escola fez sim o pior desfile do Grupo Especial. Enredo confuso, sem sentido algum, com um samba que na minha opinião foi na avenida o pior do ano, cansou com menos de 30 minutos de desfile, comissão de frente mal caracterizada e com coreografia excessivamente lenta, o que atrasou muito a escola, fantasias apenas razoáveis, alegorias inacreditavelmente ruins e pessimamente acabadas, a exceção do quinto carro, evolução confusa e tendo que correr demais no fim… E pra terminar, o momento mais constrangedor do Grupo Especial, a alegoria sete, do Perlingeiro…

    Acredito os torcedores da querida verde e branco de Padre Miguel devam se perguntar como uma escola que dizia no pré-carnaval que lá “a crise não tinha passado” apresentou um visual tão decepcionante?

    Agora já foi, não caiu, bom para a Mocidade, ruim para a Estácio, e, até ouso dizer, melhor para o Carnaval 2017, que perderia um pouco a graça sem a verde e branco no Especial. Então, que a escola reconheça o péssimo desfile que fez e use tudo o que deu errado como ponto de partida para um novo começo, assim como a Mangueira fez de 2015 pra cá, a Portela de 2011 pra cá, o Salgueiro de 2006 pra cá, e por aí vai. Quero aquela Mocidade que me encantava e temia na apuração de volta!

    1. Como torcedor da verde e branco corroboro todas as suas palavras. Todos temiam a escola da estrela guia nas décadas de 80 e 90. Até 2003 fazia grandes desfiles, mas de 2004 para cá é ladeira abaixo. Minhas duas paixões de Carnaval desde 89. Vai-Vai e Mocidade. Uma continua sempre nas cabeças e temida… a outra virou, infelizmente, motivo de piada e apequenamento (nunca seremos pequenos e sem tradição) e seguimos, aos poucos, o caminho da Serrinha (outra gigante adormecida – só que Serrinha sempre teve dificuldade financeira, ou seja, desde que a riqueza passou a ser mais “importante” que a criatividade ela decaiu – mas uma hora ela voltará a brilhar com toda a certeza). Triste e lamentável.

    2. Eu não sei. Ainda acho injusto ela ter sido salva em 2009. Eu concordo da comissão ter sido bem lenta, apesar da crítica bem sacada que ela trouxe (eu vi o PT e o PMDB ali). Poderíamos ter ficado sem o carro do Perlingeiro, era melhor perder ponto em alegoria do que passar por aquele constrangimento. Louzada é bom, mas nunca o foi nessa agremiação e parece que nesse Carnaval sua inspiração ficou em SP.

      Reclamam muito que na Mocidade as coisas estão sendo feitas na base da amizade, do jeitinho e não do profissionalismo. Se continuar nesse ritmo o rebaixamento será inevitável.

      1. Não achei a comissão bem sacada não. Ao invés de criticar os executivos e políticos que se meteram em escândalos, colocou toda uma categoria profissional como ladra e corrupta. Generalizar nunca é bom.

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