Ontem o noticiário econômico foi alvoroçado com a notícia de que o Governo irá taxar as aplicações de investidores estrangeiros na Bolsa de Valores e em renda fixa. Será cobrado o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 2% sobre o valor investido.
Uma vez mais, vejo muitos analistas econômicos colocando proposições ideológicas sobre questões referentes à economia real.
Esta medida foi adotada, especialmente, com dois objetivos: o primeiro é impedir a valorização irreal dos ativos financeiros (ou seja, uma “bolha); o segundo, e mais importante, impedir a apreciação demasiada da moeda nacional, o real.
O primeiro objetivo é mais ou menos fácil de explicar o seu intento: com a taxação a rentabilidade diminui, diminui a entrada de capitais externos e a quantia disponível daqueles que assim mesmo aplicarem. Menos valores envolvidos, pela lei de oferta e demanda o preço dos ativos financeiros também cai.
Estavam começando a se perceber sinais visíveis de uma valorização excessiva destes ativos, em especial as ações listadas em bolsa de valores. Com esta medida se dimuinui o espaço para especuladores.
Mais importante, porém, é impedir a valorização excessiva do real.
Quando um investidor externo internaliza capitais no país, o Banco Central obrigatoriamente troca as divisas externas por moeda nacional – real. Obviamente, existe um preço que o Bacen paga por estes dólares, ou euros. Chama-se taxa de câmbio.
Com a entrada excessiva de moeda estrangeira, pela lei da oferta e da demanda o preço do real – que se mantém constante e, relativamente, mais escasso – sobe. Ou seja, a moeda estrangeira se torna mais “barata”, obtendo uma menor quantidade de reais por unidade de medida.
Quais as consequências deste fenômeno ? Basicamente duas: o aumento das importações pela diminuição do preço em real e a queda das exportações pelo seu preço maior em moeda estrangeira.
A indústria brasileira perde competitividade tanto no mercado interno quanto no externo, e em último caso pode levar à desindustrialização da economia. Por outro lado, o câmbio apreciado é uma forma de controlar a inflação, pois melhora a competitividade do produto importado.
Por outro lado o governo precisa “esterilizar” estes dólares lançando títulos públicos no mercado a fim de não aumentar a quantidade de moeda em circulação, na mesma proporção da entrada de capitais externos. Para isso ele paga juros aos tomadores destes títulos, elevando a dívida pública.
Lembro aos meus 25 leitores que os dólares comprados pelo Bacen são remunerados no mercado internacional a uma taxa bem mais baixa que a paga internamente pelo Governo. Ou seja, há perda real de dinheiro, que poderia ser utilizado em outros fins.
Alternativamente à taxação o governo poderia reduzir a taxa de juros básica de forma a tornar as aplicações no país menos interessantes para os agentes internacionais, mas aí precisaria de condições políticas para “enquadrar” o Bacen. Hoje, isso não existe.
Voltarei ao tema proximamente, mas quero deixar a mensagem de que é uma medida importante e necessária.

4 Replies to “A taxa sobre capitais externos – uma explicação”

  1. Fala Migão,,

    o João henrique Areias desistiu de ser presidente do Flamengo abrindo mão de sua candidatura em favor do Plinio Serpa Filho … isto por que a maioria de sua chapa resolveu se unir ao grupo do Plinio … ele acatou a vontade da maioria de sua chapa mas disse que não apoia o Plinio …
    Hoje era o ultimo dia para composições de chapas e esta união demonstra que a grande maioria dos candidatos são farinha do mesmo saco. Ou seja o Flamengo vai continuar a mercê destes corjas sanguessugas … Não existe oposição de nada e nem de merda na Gavea … Salvação do Flamengo teu nome é Zico!!! …
    Nos acudas São Judas Tadeu!!!

    Vovô xaruto

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