Com um pouco de atraso, devido a minha falha de não ter levado o notebook para a viagem dos jogos da Copa do Mundo, é que escrevo esta coluna. No último sábado, dia 14, estive em Fortaleza para ver aquele que deveria ser um jogo de estreia tranquilo para o Uruguai, certo? Nada disso. A Costa Rica surpreendeu, apresentou um futebol de boa qualidade, conquistou o público e cometeu o crime. 3 a 1 em cima do Uruguai, quarto colocado do Mundial da África do Sul, quatro anos atrás.

10295301_633552146729229_2482770709663697011_oCheguei a Fortaleza no sábado pela madrugada, após uma conexão no Galeão – onde havia uma verdadeira Torre de Babel de nacionalidades. O aeroporto, apesar de compacto, funcionou bem, e os uruguaios e costarriquenhos foram em peso ao Castelão. Detalhe: muitos mexicanos já foram a Fortaleza naquele dia, para o jogo desta terça contra o Brasil.

No Castelão, o acesso foi fácil, o estádio estava limpo, e o sol… forte. Pretendia entrar o mais rápido possível no estádio, o que não funcionou. O portão demorou a abrir, e depois me enturmei com dois paulistas, com quem fiquei tomando cervejas no sol. Resultado: três horas de exposição ao sol forte do Ceará e um rosto queimado.

O jogo foi ótimo, a Costa Rica cativou o público, tanto que no 2º tempo parecia ser o time da casa. Joel Campbell destruiu o jogo e a zebra aconteceu. No voo para Fortaleza, um costarriquenho com quem conversei me alertou do potencial do número nove da Costa Rica. Dito e feito.

Fui e voltei do estádio ao aeroporto via ônibus. Havia linhas gratuitas, de diversos pontos nevrálgicos da cidade, rumo ao Castelão. Ótima ideia, que facilitou o trânsito. Ponto também para os funcionários de informações turísticas e do transporte da cidade, sempre muito solícitos às minhas dúvidas e de outros.

P1010078Na noite seguinte, rumei à Brasília para Suíça e Equador. Com um clima diferente (amanhecer nublado e frio e tarde com sol e temperatura agradável), foi um jogo bem interessante. Suíços e equatorianos – em maior número – animaram o público e deram um molho ao jogo. A partida teve como diferencial o drama. Gol aos 48 minutos do 2º tempo, de Seferovic, para dar a vitória à Suíça. No jogo, nenhum time ganhou simpatia geral do público.

Tal como em Fortaleza, estive na categoria três, mas no Mané Garrincha fui colocado na primeira fileira da linha de fundo – à esquerda na geração da FIFA – na altura da bandeira de escanteio. Ao ver a cadeira “A1” e a localização quando peguei o ingresso, não hesitei em levar uma bandeira do Atlético/PR para botar no muro. Deu certo. (Em Fortaleza, fiquei na oitava fileira da linha de fundo esquerda, mais próximo ao gol).

10354160_633976190020158_5023729863357759721_nPonto forte para os voluntários, sempre solícitos, bem informados e bem dispostos a ajudar. Mesmo se estivesse perdido, não seria difícil a locomoção pelo Mané Garrincha. Fui e voltei do Aeroporto pela linha “Aeroporto-Rodoviária”, pagando R$ 2,00 por passagem. É uma boa opção para quem vem do aeroporto. A linha para na Rodoviária do Plano Piloto, uma espécie de terminal central de Brasília, e que fica a 10 minutos de caminhada do estádio. Ambos os locais ficam no Eixo Monumental. O setor de hotéis fica mais bem localizado ainda, ao lado do estádio, basicamente.

Na segunda-feira, já estava em Curitiba, para Irã e Nigéria. O jogo foi o mais fraco dos três que vi – e talvez de toda a Copa até agora. Ao contrário dos dois primeiros jogos, a predominância de público foi imensamente de nativos, no caso, curitibanos. Ainda assim, iranianos e nigerianos marcaram presença.

20140616_155515A partida foi fraca, sem lances individuais, nem emoções. No máximo, algumas chances esparsas de gol. Enfim, uma partida que irritou todo o público, que vaiou os dois times ao final do 0x0. Gritos de “ão, ão, ão, segunda divisão” foram entoados para sacanear as duas seleções. Ponto para o bom humor dos presentes ao estádio. Como paguei meia entrada, via Categoria 4, não reclamo.

Fui ao estádio a pé, após meu expediente. O trânsito ao redor estava bem complicado – mais na entrada do que na saída. A área onde fica a Arena da Baixada é densamente povoada, e era dia de semana, em horário convencional. Lembrando que aqui, não foi decretado feriado nos dias de jogos, apenas ponto facultativo. Neste jogo, fui com amigos daqui de Curitiba, com quem comprei os ingressos. Além disso, encontrei o blogueiro Cassius Silva de Abreu, do “Boleiros da Geração Y”, e que escreveu aqui no fim de maio.

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O estádio ainda contava com certos locais com mau acabamento e muita poeira no chão, mas nada que comprometesse. As entradas pela praça adjacente ao estádio deram um cenário legal ao estádio.

Ponto triste para vândalos que detonaram o centro da cidade, num ponto relativamente próximo ao estádio. Enfim, gente que acha que quebrar o patrimônio dos outros e causar mais gastos públicos vai resolver o país.

Sexta-feira retorno a Arena da Baixada para Suíça e Honduras, pela segunda rodada do Grupo F, às 19 horas.

Curiosidade: antes do jogo encontramos um iraniano e dois americanos confraternizando em frente à Baixada. Não foi difícil para eles atraírem para as fotografias.