O leitor mais atento sabe que embora esteja voltando hoje ao trabalho passei uma semana de férias em Salvador – com uma visita à Praia do Forte, como já dito nos posts sobre o Projeto Tamar. Deixo aqui algumas impressões.
Meu principal objetivo era acompanhar a festa dedicada a Yemanjá em seu dia, dois de fevereiro, na praia do bairro Rio Vermelho. Inclusive me hospedei em um hotel neste bairro para poder fazer o deslocamento a pé.
Entretanto, a única imagem da festa é a que está abrindo este post, tirada do celular na sacada do hotel. Quando nos dirigíamos à praia para acompanhar a festa, sob um sol escaldante, minha esposa foi furtada em uma das vias de acesso, sob as barbas da Polícia, por um trombadinha – melhor seria dizer “trombadão”, pois era mais alto e mais forte que eu.
Infelizmente, são coisas que acontecem em qualquer grande cidade e em qualquer grande evento, paciência. Foi só o susto e a perda da (discretíssima) corrente que ela levava no pescoço – não vai render nem R$ 30 na receptação. Mas me espantou o fato de ter sido a dez metros da cabine policial.
Com isso, acabei não vendo a festa.
Um doa passeios que fiz foi um “tour” de aproximadamente três horas e meia de duração que envolvia o Farol da Barra (acima), a Igreja do Bomfim, o Mercado Modelo e mais alguns pontos da cidade, como o Dique do Tororó – que dá origem àquela famosa canção que dizia “fui no tororó / beber água e não achei”.
É um passeio muito interessante e onde se aprende bastante da história da Bahia e da cultura do lugar – com direito a troca muito interessante de informações sobre o candomblé com o guia Wilson, inteligentíssimo e muito atencioso.
A Igreja do Bomfim tem uma simbologia toda especial. Centro de sincretismo religioso, onde os pais de santo assistem às missas sem serem importunados, com suas roupas típicas da religião, e convivem de forma harmoniosa com os católicos, é um local bastante interessante.
Tivemos oportunidade de encontrar a Igreja no final de uma missa, com a celebração de um batizado posterior. As fitinhas do Senhor do Bomfim amarradas à grade – colocarei um segundo post com fotos mais tarde – dão um efeito e um contraste muito interessantes à arquitetura.
Por outro lado, como os leitores poderão ver abaixo, a famosa escadaria da lavagem do Bomfim se resume a exatos nove degraus…
O restaurante Yemanjá (abaixo) continua com uma reputação excelente. Estive lá duas vezes e achei melhor que em março do ano passado, quando tinha estado em Salvador pela última vez. Dica: o serviço do almoço é bem mais lento que o do jantar.
Entretanto, duas boas surpresas gastronômicas: um restaurante na rua do hotel, que não me recordo o nome – onde comi uma excelente massa ao alho e óleo com camarão e polvo grelhados e bebi pela única vez na cidade cerveja importada – e o portentoso Bargaço, que já haviam me indicado em outras ocasiões e que desta vez tive o privilégio de conhecer. 
Diria que é superior ao Yemanjá, embora ambos sejam muito bons. Vale a visita. Por outro lado, ressalto a dificuldade de se beber uma boa cerveja na cidade – as opções são escassas.
Outra boa surpresa foi a praia de Guarajuba, parada final da visita à Praia do Forte e ao Projeto Tamar. Também estive na praia de Amaralina e na Barra – esta não recomendo devido à superlotação.
Com crianças não dava para efetuar muitos passeios noturnos, mas estava se realizando em Salvador o Ffestival de Verão. Particularmente não gostava muito das atrações, acabei não indo. Entretanto a cidade estava bastante mobilizada para o evento – inclusive com vários artistas no hotel onde me hospedei.
Outro ponto digno de nota é o fato de que toda a estrutura montada para o carnaval baiano é provisória – tem de se montar e desmontar todos os anos. Os sambistas cariocas reclamam do monta e desmonta das frisas no Sambódromo, mas é um transtorno bem menor que o que vi na capital baiana.
No último dia estive no terreiro de Mãe Menininha do Gantois. Ele se encontrava fechado, mas fotografei a fachada pelo menos. É uma casa ampla, mas simples em seu aspecto externo (abaixo)
A se lamentar, também, o fato do Aeroporto de Salvador estar com o ar-condicionado quebrado no dia do regresso, com um calor insuportável. Não sou a favor da privatização mas algo tem de ser feito urgentemente em nossos aeroportos, ainda mais levando-se em conta os grandes eventos esportivos que o país irá receber nos próximos anos.

Colocarei mais tarde um post com fotos, mas Salvador e os passeios nas cidades próximas são uma boa opção de férias. Apesar dos percalços.

6 Replies to “Você já foi à Bahia?”

  1. Apesar de ser baiano, não conheço a capital. Planejo conhecer no próximo mês. As fotos e o post estão muito bacana.

    Agora falaí, Migão. Meu povo é massa demais, né não?

  2. Hahaha. Infelizmente, os trombadinhas são realidade em toda e qualquer grande cidade do país, como tú mesmo disseste.
    Sou do interior, sul da Bahia, região de Ilhéus, mas não é litoral. O nome da minha cidade é Itororó. Não é Tororó(citado supra), é Itororó. rs

  3. Cheguei ontem de Salvador. É uma lugar que impressiona, pela beleza, história e diferenças. O Farol do Barra tem um lindo pôr do sol, a Igreja do Bonfim é muito emocionante, o Pelô transborda história e a religiosidade está no ar. Destaque para ilha de Itaparica com praias maravilhosas.
    Realmente tem todos os problemas de uma grande cidade e é preciso ficar bem atento em muitos pontos. Mas chato mesmo é o assédio dos vendedores no centro histórico, tem momentos que não dá nem para andar…
    Enfim, Salvador não é só axé, carnaval e colorido, a desigualdade social é evidente, muita pobreza e as pessoas tem um semblante de sofrimento, embora sempre falantes e sorridentes.
    Todos deveriam conhecer esta cidade. Vale muito a pena!

  4. Prezado, senhor Pedro
    Sou pesquisadora iconográfica da Editora Aymara, em Curitiba, Paraná e no momento estamos editando um livro de Geografia, para o qual o autor pede a imagem da fachada de um terreiro na Bahia, e encontrei em seu blog uma ótima imagem da Fachada do Terreiro do Gantois em Salvador. Gostaria de saber da possibilidade de autorizar a reprodução da imagem em nosso livro didático?

    Desde já agradeço a atenção
    Evelyn Peruci

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