Como as chances destas tendências políticas, avalio, são nulas pelo menos na próxima eleição para governador e daqui a dois anos para prefeito do Rio urge aproveitar este tempo para a formação de novas lideranças de peso no cenário regional. Como escrevi no segundo artigo da série a insistência da ex-senadora Benedita da Silva em monopolizar as indicações a eleições majoritárias no PT inibiu o surgimento de novas lideranças aptas a disputar com sucesso uma indicação a governador ou a prefeito do Rio de Janeiro.
Hoje o único quadro do PT com alguma possibilidade de ser bem sucedido em uma eleição majoritária é o prefeito de Nova Iguaçú Lindberg Farias (foto). Sem entrar no mérito de suas qualidades ou não é o único nome hoje com densidade eleitoral.
No momento em que escrevo ele disputa com Benedita da Silva a indicação do partido para uma das vagas ao Senado na coligação do atual governador. Se a ex-senadora for a escolhida, representará uma pá de cal em qualquer pretensão do partido de voltar ao poder pelos próximos dez anos.
Além disso este é o momento de formar novas lideranças e torná-las conhecidas.
O PDT tem o neto do ex-governador e deputado federal Brizola Neto como possível liderança para o futuro. No PSOL há os nomes do deputado federal Chico Alencar e o estadual Marcelo Freixo como opções. Entretanto a política sectária de alianças do partido impede um maior desenvolvimento eleitoral destes bons nomes.
Outra questão que se faz imperativa é a renovação do arco programático. Uma política de segurança baseada no cidadão e pregando uma limpeza nas polícias já é um excelente início. O foco na educação básica é outra bandeira que pode ser apropriada pela esquerda.
Mais um ponto é a inclusão de todos os cidadãos nas atenções do poder público, não somente a Zona Sul do Rio de Janeiro. Trocar a crítica pelas políticas alternativas, e apresentar um bom trabalho nas prefeituras que controla.
Outro fator importante é a influência da Petrobras e seus investimentos no estado. A magnitude de seus investimentos é tamanha que é um ator político considerável no jogo político. Atrair investimentos consideráveis pode ser outra bandeira de campanha, embora a empresa já seja grande parceira do governador atual.
Resumindo, a esquerda para reverter o quadro eleitoral atual precisa basicamente de novas lideranças com densidade eleitoral e novas propostas que superem o arcabouço programático atual.