Segunda feira, mais uma resenha – ainda referente ao final de semana do Ano Novo.
“Infiltrado” conta a história de Joaquim “Jack” Garcia, agente do FBI que se infiltra na Máfia norte americana e comanda uma investigação que visa a desbaratar a família Gambino, uma das cinco famílias mafiosas de Nova York.
Antes disso, o agente conta a sua história na corporação, sua participação em outros casos e seu talento para trabalhar como agente disfarçado – ou infiltado. Apesar de seus 1m93 e quase 200 quilos, ele sempre trabalhou com sucesso nestes casos.
O livro é um verdadeiro “manual do mafioso”. Ao contar sua experiência, o agente cubano-americano mostra os costumes da Máfia, a maneira de proceder, a alimentação mafiosa, seu código de ética e os dramas humanos que permeiam a organização criminosa.
Outra faceta bastante interessante do livro é a influência da burocracia na corporação e de agentes em posições supreiores que “nunca prenderam um bandido”, nas palavras do autor. A velha e atual dicotomia entre burocratas e pessoal operacional.
Também há a mal explicada história do “fechamento” do caso quando ele estava prestes a ser “iniciado” na Máfia – o que o permitiria infiltrar agentes em todas as cinco famílias mafiosas americanas. Ele insinua, mas não deixa claro, que a investigação estaria “atrapalhando” interesses superiores – igualzinho ao Brasil.
É bem interessante, também, para entender como funcionam as diferentes organizações criminosas. Pode, outrossim, ser lido como uma novela ou um “thriller” policial.
Na Livraria da Travessa, custa R$ 40. É leitura rápida e que joga luz sobre o funcionamento de estruturas do crime e de tráfico. Recomendo.
É bom também para aqueles que apregoam uma suposta “superioridade moral” dos EUA sobre o Brasil. É igualzinho.