Depois de mais um dia (praticamente) perdido de trabalho, queria falar sobre uma das pragas do mundo corporativo: as reuniões.

Hoje se reúne para tudo: desde decidir onde será o almoço de aniversário de Fulano de Tal – que ninguém quer, mas vai para não ficar mal com o chefe – até realizar alocações milionárias de investimentos.

Tal instrumento não é prerrogativa de grandes empresas: muitas pequenas e médias também já se renderam a este instrumento, símbolo de status nas corporações. Uma empresa é tanto maior quanto a quantidade de reuniões que faz diariamente.

Normalmente, os “meetings” – o nome chique das mesmas – começam sem uma pauta definida e com uma vaga idéia dos assuntos a serem discutidos. Fatalmente, descambam para debates sobre o sexo dos anjos e sobre como gastar de forma mais produtiva o seu tempo de trabalho.

Outro bom mote para reuniões é aquela decisão desagradável que precisa ser tomada mas ninguém quer assumir a responsabilidade. Fica um “jogo de empurra” que no final acaba em cafés, abraços falsos e inimizades eternas.

Pode ser ainda pior: isso ocorre quando o responsável pela mesma resolve ofertar aos demais seus conhecimentos sobre gestão. São os “Reis do Jargão”. Para estes, uma cartela de “bingo corporativo” resolve – vence quem completar primeiro a cartela com as palavras ditas na mesma. Há casos de vitória em menos de cinco minutos.

Na prática, reuniões só servem para três coisas: matar trabalho, fazer marketing pessoal e distribuir tarefas desimportantes e burocráticas. Quase sempre ao final de uma o sentimento é o de “falta menos uma manhã, ou tarde, ou dia, ou semana para a minha morte”.

Também serve para exibições de sadismo gratuito daqueles que detém poder sobre seu tempo, marcando “meetings” para as sextas no final da tarde ou na segunda de manhã bem cedo. E sem direito a “coffee-break”, que a crise está batendo às portas das empresas.

No excelente “O Princípio Dilbert” (infelizmente, esgotado), Scott Adams traça um bom panorama dos personagens existentes em cada reunião. Existem os “chorões”, os “mestres do óbvio”, os “puxa sacos”, as “vítimas” e outros personagens que precisamos de uma reunião para descrever aqui.

Para mim, reunião é desperdício de tempo e exibição de ego. Boas reuniões são reuniões curtas e objetivas. Como reuniões nunca são curtas e objetivas, não existem boas reuniões.

Fica aqui o meu protesto. Assim como temos as campanhas “morte aos fumantes”, “morte aos bebedores de cerveja” e “morte aos políticos”, deveríamos ter uma campanha realmente de utilidade pública e de mensurável benefício à sociedade: “morte às reuniões”.

Nada de perseguir seres humanos indefesos, mas sim atacar o que realmente nos prejudica. Posso contar com os meus 16 leitores ?

4 Replies to “Das reuniões”

  1. SALVE O RENATO GAUCHO NO FLUMINENSE!!!!


    Eu sempre achei que o melhor lugar para se fazer reunião de trabalho é num boteco tomando umas cervejas geladas. Ela não estressa e as decisões são boas se a cerveja for moderada … hehehehe

    Vovô xaruto

  2. reunião em ambiente fechado é ruim … ninguem aturar o bafo de ninguem …

    Vovô xaruto

  3. Pedro, vamos fazer uma reunião para decidirmos a verdadeira importância e objetividade das reuniões e seus impactos na produtividade da gerência…

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