Semana passada tivemos a final da Uefa Champions League entre dois times de Madrid. O Atlético e o Real.

Jogo truncado, ruim na verdade como boa parte das finais já que os times tem medo de perder. Real Madrid com seus grandes jogadores, Atlético com a alma, a extrema garra de sua equipe. O jogo parou nos pênaltis e ali o Real Madrid foi campeão.

Não foi simplesmente campeão, foi campeão pela décima primeira vez, é muita coisa.

Muita coisa se pensarmos que é o mais importante campeonato de clubes no mundo. O mais caro, o mais glamoroso, aquele que todos os times europeus querem vencer. Foram onze conquistas, quatorze finais. É o maior clube do mundo.

Todos nós achamos que nossos clubes do coração é o maior e não estamos errados quando pensamos assim, mas aqui tenho que ser imparcial e não dá para negar a supremacia madrilenha e não apenas pelos onze títulos europeus. O Real é o gigante entre os gigantes.

O maior campeão europeu também é o maior campeão espanhol, trinta e três títulos. Além disso é o clube onde muitos dos grandes craques da história do futebol jogaram. No começo dos anos 60 o Real enfileirou cinco títulos da copa dos campeões europeus, a antiga Uefa Champions League com jogadores como Di Stefano, Puskas, Evaristo, Didi, alguns dos maiores jogadores da história do futebol. Esse Real Madrid é considerado junto com Santos de Pelé o maior time que já existiu.

Comecei a acompanhar futebol nos anos 80 e na época a equipe merengue não estava em alta no futebol europeu, mas era várias vezes seguidas campeão espanhol com jogadores como Hugo Sanches e Butrageño. Nos anos 90 o seu grande rival Barcelona ressurgiu com força ganhando um tetra espanhol e ganhando a copa dos campeões em 92, mas o Real Madrid também ressurgiu ganhando a Europa em 1998, no mesmo ano ganhando um histórico e inesquecível título mundial e ali ganhando de vez meu coração.

Voltou a ser um Real Madrid dominante. Arrecadou muito dinheiro se tornando um dos mais ricos do mundo e começou a ostentar. Assim como voltou a ganhar a já UCL em 2000 e 2002 decidiu montar um super time para competir com o dos anos 60. A equipe denominada de “galáticos” se iniciou com a polêmica contratação do português Luis Figo, contratado junto ao rival Barcelona, seguindo Figo veio o cracaço Zinedine Zidane e o brasileiro Ronaldo.

Ai a coisa começou a descambar. Gastando muito e errado o presidente Florentino Perez pensou mais na mídia que em qualquer coisa contratando o inglês David Beckham, o brasileiro Robinho, o também inglês Michael Owen e junto a todos esses craques o espanhol Raúl, o melhor jogador espanhol de sua geração. Um super elenco sem dúvidas, mas uma quantidade enorme de egos e uma montagem mal feita de time que privilegiou nomes esquecendo que uma equipe também se faz com defesa e treinadores de ponta. Wanderley Luxemburgo passou por lá e não evitou a queda dos merengues que a cada ano se perdiam entre um comercial e outro, um holofote e outro e viu o Barcelona primeiro com Ronaldinho Gaúcho e depois com Messi ameaçar lhe tomar o posto de soberano.

Vieram Kaká e Cristiano Ronaldo. O primeiro deu muito errado, o segundo muito certo. Formou-se um novo grupo de galáticos ao longo dos anos com Cristiano acompanhado de nomes como Ozil, Xabi Alonso, Pepe, Marcelo, Di Maria, Benzema, Bale, James Rodrigues e treinadores como José Mourinho e Carlo Ancelotti. Com o primeiro continuou sofrendo nas mãos do Barcelona, com o segundo e com Zidane, o ídolo que virou técnico, voltaram os momentos de glórias.

O Barcelona me parece hoje o clube mais popular do mundo pelo futebol vistoso que joga, pelo trio Messi, Neymar e Suarez e pela quantidade de títulos que vence, mas não dá ainda para tirar do Real Madrid o título de mais poderoso. É o grande clube da capital de um país dividido entre povos que nem sempre querem pertencer a Espanha. Traz o “Real” no nome representando a realeza espanhola e graças ao seu poder financeiro e essa aproximação com o poder recebe ódio de muitos. Mas não tem como negar sua popularidade, uma enorme torcida que alcança o mundo inteiro e a forma como sabe se promover através de ídolos.

Cristiano Ronaldo é um grande ídolo. Talvez não seja tão talentoso quanto seu rival Lionel Messi, mas é sim muito talentoso, goleador e extremamente midiático. Tudo que CR7 (Até sigla tem em nome do marketing) faz vira notícia desde uma ida a praia, ajeitada de cabelo olhando para telão durante a partida e gols, muitos gols. Cristiano é a imagem do Real Madrid atual. Jovem e bem sucedido.

Não há dúvidas que mesmo com a conquista da Europa o elenco será mexido. O marketing para o clube é tão importante quanto os títulos e é preciso contratações bombásticas para movimentar mídia e vender camisas. Pode não dar certo como nos galáticos da primeira década do século ou nas mudanças feitas após o título da UCL de 2014, mas podem dar como na montagem do time dos anos 60, as chegadas de Zidane e CR7. É uma aposta.

Assim é o Real Madrid. Poder, dinheiro, talento, mídia e títulos. O Real Madrid é mais que um clube, é uma lenda.

E quem sabe um dia não deixa o mundo e ganha o universo? De “Nasa” o clube já entende.

Tinha que zoar. Como eu gosto de você Madrid. Que título maravilhoso o de 1998.

Hala Madrid!!

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