Evento Teste – Copa do Mundo de Saltos Ornamentais

Ontem estive no Parque Aquático Maria Lenk a fim de acompanhar parte de mais um evento teste visando aos Jogos Olímpicos de agosto deste ano no Rio de Janeiro. No caso, a Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, classificatória na modalidade para a Rio 2016.

A venda de ingressos foi feita pelo site do “Aquece Rio”, a preços módicos: 30 reais a inteira e 15 a meia. Ao contrário da venda para a Rio 2016, na ocasião da compra de entradas para este evento os ingressos puderam ser impressos diretamente após a compra. Adquiri duas meias (menor de 21 anos, para minhas filhas) e duas inteiras. Processo aprovado.

A minha ideia era menos acompanhar o evento em si e mais fazer uma série de testes, em especial de sistema de transportes e dos tempos a serem levados para o deslocamento entre minha residência e o Parque Olímpico.

O evento estava previsto para se iniciar às 10 horas da manhã, mas acabei me atrasando e saindo de casa, acompanhado de minhas filhas, por volta de 9h20 da manhã. Optei por pegar um táxi da minha residência à estação terminal do BRT da Ilha do Fundão, um percurso de mais ou menos uns 8 quilômetros.

Aliás, espero que cumpra-se a promessa de que o ramal que sai do aeroporto do Galeão – uma linha praticamente direta – pare na estação que atende ao Parque Olímpico. Vai facilitar a vida dos turistas – que não precisarão fazer baldeação no Fundão ou em Madureira – e especialmente a minha, principalmente na volta.

Peguei o BRT semidireto, que não para em todas as estações até o Parque Olímpico. Nunca havia me utilizado do serviço e achei a prestação bastante satisfatória, embora tenha me chamado a atenção o fato de estar bastante cheio para um domingo de manhã – mesmo com uma espera bem pequena. Vale ressaltar que, como passa em regiões densamente povoadas, a construção de uma linha de Metrô seria absolutamente inviável dada a quantidade de desapropriações que se faria necessária.

O desembarque na estação Rio II, que atende o Parque Olímpico, foi normal. A entrada do Maria Lenk – que é a primeira instalação para quem vem de BRT – fica a mais ou menos uns 400 metros da saída da estação. Uma caminhada que, com duas crianças, foi feita em cerca de 10 minutos.

Um alerta ao leitor é que se o ingresso for para o Centro Aquático, por exemplo, instalação mais distante da Avenida Abelardo Bueno, pode-se colocar aí pelo menos mais uns 600 ou 700 metros em relação ao Maria Lenk. Eu levei 1h40 da porta da minha casa a meus lugares dentro do Maria Lenk, mas já sei que dia 6 de agosto, quando meu primeiro ingresso é para o Centro Aquático, deverei colocar ao menos mais uns 15 minutos a este tempo.

A revista foi feita já em padrão olímpico, com o apoio de agentes da Força Nacional. Foi solicitado que deixássemos em nossas mãos os pertences de metal e se fez a revista, no meu caso, apenas com detector de metais. Quem estava com bolsas sofreu uma revista mais rigorosa, e se eu puder dar uma dica ao leitor seria a de evitar bolsas e mochilas a todo custo.

Uma informação importante que apurei é que durante os Jogos Olímpicos a revista será feita no acesso ao Parque Olímpico, sem haver a necessidade de novo procedimento caso o espectador esteja em mais de uma instalação em um mesmo dia.

Vale também elogiar o bom senso dos verificadores de ingressos, que perceberam que obviamente minhas filhas (de 8 e 10 anos) não tinham 21 anos e não pediram documento de identidade. Ao contrário do que ocorre normalmente, como o evento duraria o dia inteiro havia a possibilidade de se sair durante o dia da instalação e retornar, desde que o ingresso fosse validado na saída.

Não havia lugares marcados, mas, como estava longe de estar lotado, não houve problemas quanto a isso. Vale dizer que somente um dos setores de arquibancada teve lugares postos à venda, ou seja: não estranhe, caro leitor, as cadeiras ao fundo vazias nas fotos deste artigo.

O acesso ao setor estava bem sinalizado, com voluntários orientando. Como no Sambódromo, havia pessoal da Cedae com água potável nos acessos oferecendo água aos espectadores gratuitamente. Em um dia nublado, mas muito abafado e quente, é uma ajuda e tanto.

As opções de alimentação eram bem escassas. Cachorro-quente e pipoca como alimentação, água, suco e refrigerante de opções líquidas. Vale perguntar o porquê de não haver venda de cerveja no evento, algo que fiz questão de mencionar na pesquisa de satisfação a que respondi no final de minha presença.

Um ponto a se criticar é a conexão de internet 4G, que estava bastante instável no Maria Lenk, indo e voltando. É um ponto que precisa ser refeito para as Olimpíadas, tanto em termos de 3G e 4G como em um eventual wifi franqueado ao público em geral.

A programação iria até o final da noite, mas acompanhei a eliminatória do trampolim de 3 metros masculino e, depois, o aquecimento das mulheres para a semifinal do trampolim de 10 metros, que seria às 15h15. Não entendo quase nada do esporte, mas dá para se perceber que é um julgamento bastante subjetivo. São sete jurados e as duas notas mais altas e as duas mais baixas são descartadas para se chegar à pontuação do salto.

Foram 56 competidores disputando 18 vagas na semifinal, que será disputada hoje. Além disso, os 18 classificados também têm vagas garantidas para os Jogos Olímpicos nesta disputa. Era curioso ver saltos que achávamos bons terem notas ruins e outros que considerávamos não tão bons com notas mais altas.

Também havia a torcida pelos dois brasileiros, César Castro e Ian Matos. Este logo saiu da disputa pelos lugares na semifinal e consequentemente na Rio 2016, mas Cesar Castro esteve sempre no grupo dos primeiros e obteve o 16º lugar ao final dos seis saltos a que cada competidor teve direito nesta eliminatória. Com isso, conquistou a vaga nos Jogos Olímpicos sem que o Brasil tenha de lançar mão das vagas de país-sede a que tem direito.

Acompanhei apenas esta competição e o aquecimento da prova seguinte, o trampolim de 10 metros feminino. É um momento curioso, porque todos os atletas se utilizam das plataformas e trampolins e o movimento para o público acaba sendo maior que durante a competição em si – como o vídeo no alto do post mostra.

Como evento-teste, sem dúvida alguma atendeu aos requisitos desejados. Como meu evento-teste, também atendeu ao que eu desejava verificar, inclusive a ponto de fazer algumas alterações na minha programação para a Rio 2016. Uma dica que dou aos leitores: se no mesmo dia o leitor tiver eventos no Parque Olímpico e em outras instalações, pense em no mínimo 2h30 de intervalo entre um evento e outro – e ainda assim com horário apertado.

Somente para sair do Parque Olímpico e pegar o BRT, sejam as Arenas Cariocas, seja a Arena do Futuro ou o Centro Aquático, o torcedor vai levar de 20 a 25 minutos. Fora os trajetos determinados a outros locais de competição. Sabe-se que provavelmente haverá carros do BRT exclusivos a detentores de ingressos, mas ainda assim não pense em intervalos de tempo curtos se precisar fazer traslado entre locais de competição.

Se o leitor se interessar em assistir aos Saltos Ornamentais na Rio 2016, o link de pesquisa é esse. Uma dica: as categorias de preço mais baixo deverão permitir uma boa visão, não há necessidade de se comprar categoria A ou mesmo B. Eu tenho entradas para o dia 9 de agosto, final do trampolim de 10 metros feminino. Sugiro aos detentores de ingressos que levem boné e utilizem roupas leves, porque faz calor – e o inverno carioca, bom, veja bem…

Ainda caminhei um pouco pela área do Parque Olímpico, ainda que um pouco limitado pelo cansaço das minhas filhas. Mas consegui tirar fotos do Velódromo (acima), do Centro Olímpico de Tênis e das Arenas Cariocas e do Futuro ao fundo.

Pretendo fazer novos testes no evento da ginástica e posteriormente conhecer a Arena Carioca 1 no jogo do Grand Prix do vôlei a se realizar em junho.

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