Com toda a justiça, a França foi campeã do mundo e claro que, como todas as vezes em que o campeão não é o time que torcemos, tentamos diminuir.

Não tínhamos muito o que falar dentro de campo, então o papo foi dizer que a seleção francesa não era francesa de verdade, tendo vários jogadores de fora do país ou com descendência externa.

É verdade, vários eram descendentes, mas a pergunta é: e daí?

Não, não tinha nenhum naturalizado na seleção como tentaram dizer. Por sinal, o brasileiro não entende muito desse assunto, já que até música dizendo que Zidane era argelino fez, quando ele não é.

Tem, sim, muitos descendentes e, na maioria, africanos. Facilmente explicado por esse mundo globalizado de hoje no qual fronteiras se estreitam cada vez mais. As pessoas procuram oportunidades melhores para assim criarem melhor suas famílias, seus filhos e muitas das vezes o caminho é emigrar.

Sim, emigrar. Essa palavra te lembra algo? Pois é, somos um país feito por imigrantes, um país miscigenado, misturado e temos orgulho disso. Em nossas veias corre sangue indígena, branco europeu, negro africano, nossas riquezas foram cultivadas por imigrantes italianos, espanhóis, árabes, pelo sofrimento do negro escravo e, assim, foi criada uma nação. Uma nação que agora tem a hipocrisia de criticar outra que fez o mesmo.

Já existem negros franceses como existem negros alemães, italianos e eles pertencem tanto a esses países quanto os brancos. Quanto mais mistura, melhor. Que bom que a França agora é plural, assim como a Alemanha. Dessa forma, vamos aos poucos tornando obsoletos aqueles que defendem uma raça suprema.

Como muitos políticos de extrema direita que durante todo o ano tentam dificultar a vida dos imigrantes e seus descendentes, e na Copa cumprimentam sua seleção colorida por uma conquista.

Viva os novos campeões do mundo. A França azul, vermelha e branca.

A França de todas as cores.

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