Vi na terça um artigo bem interessante do jornalista André Rocha para o UOL sobre a crueldade no futebol que me levou a reflexão.

Foi após a classificação do São Paulo no Campeonato Paulista sobre o São Caetano, na qual ocorreram falhas do goleiro Paes, do Azulão. O choro do goleiro ao fim da partida, é evidente, se deveu por comprometer o trabalho de seu grupo, mas também por saber que a partir de agora é um jogador marcado por ter “muralhado”, usando apelido de outro jogador que ficou marcado e até “editorial” em jornal ganhou para lhe humilhar.

No mesmo dia, o Brasil inteiro tomou conhecimento da existência de um jogador chamado Ismaily. Confesso que nunca tinha ouvido falar nele, e estranhei demais a convocação, mas durante o dia percebi que era a quarta opção para a posição, seria inviável convocar alguém do Brasil e os clubes europeus não são obrigados a ceder jogadores em tão curto espaço de tempo, ficando mais fácil convocar alguém que está perto.

Por tudo isso relatado, achei a convocação coerente. O problema é que a imprensa especializada, e que é paga pra se informar, é preguiçosa e, em vez de se informar, prefere atacar, e até do caráter do Tite duvidaram.

Resumindo: Ismaily não entrará em campo, não irá para a Copa, mas mesmo assim já é um jogador marcado.

Marcado como André Gomes, que sofre de depressão no Barcelona, como o já citado Muralha, como Márcio Araújo e tantos outros.

É a pressão exagerada que existe no futebol. Sei que vão alegar que esses profissionais ganham mais do que o trabalhador médio e têm uma série de privilégios, o que é verdade, mas são seres humanos que falham e são imperfeitos como qualquer outro.

Jogamos as nossas frustrações do dia a dia em atletas e nossos times. Cobramos nos esportes como não cobramos em áreas importantes da vida. Cobramos e pressionamos como devíamos fazer com políticos e Justiça.

Exigimos de jogadores a perfeição que não temos, a raça que não temos, a pressão por uma vontade e uma virilidade que acabam em casos como a contusão do João Paulo, numa disputa de bola que tem que ser feita porque a torcida exige.

Está na hora de rever prioridades.

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