Com uma apresentação de alto nível, o Salgueiro foi a melhor escola de segunda-feira no Grupo Especial do Rio de Janeiro e se credenciou com força à briga pelo título com a Mangueira, dona do melhor desfile de domingo.

Em uma noite com agradáveis apresentações, a Portela fez um bom desfile mas sem tanta força como no ano passado, enquanto Tijuca, Ilha e Imperatriz fizeram exibições de altos e baixos e a Beija-Flor gerou reações distintas.

UNIDOS DA TIJUCA – depois do desastre de 2017, a escola do Borel fez uma simpática apresentação na homenagem a Miguel Falabella. As fantasias tiveram boa leitura e criatividade mas em alegorias a Tijuca não foi tão feliz. Mesmo com um samba criticado, a escola foi bem nos quesitos de pista, com destaque para mais uma excelente apresentação da bateria de Mestre Casagrande e do cantor Tinga, vencedor do Estandarte de Ouro de “O Globo”. Pode voltar no sábado.

PORTELA – mais um desfile de bom nível da Águia altaneira, mas sem despontar para o título como nos últimos dois anos. O samba, apesar das críticas de segmentos da própria escola, foi bem cantado e a Tabajara do Samba manteve o elevado nível de sempre. Em termos de desenvolvimento do enredo, palmas para Rosa Magalhães, mas houve uma certa irregularidade nas alegorias. Como foi muito bem nos quesitos de pista, a Portela deve ficar entre as primeiras.

UNIÃO DA ILHA – sem um grande samba-enredo, a Tricolor passou um tanto fria, apesar da bateria de Mestre Ciça ter mostrado bastante ousadia. Agradou o trabalho do carnavalesco Severo Luzardo em seu segundo ano de ilha, mas não chegou a ser uma apresentação arrebatadora. Por isso, deve terminar a apuração na zona da marola.

SALGUEIRO – pelo que se dizia na fase pré-carnavalesca, a promessa era de um grande desfile. E foi isso mesmo que aconteceu. O enredo sobre as mães africanas foi muito bem desenvolvido por Alex de Souza, com alegorias e fantasias de excepcional nível. Único pecado foi um dano considerável no abre-alas após um choque com um viaduto (até quando isso?). Resta saber se isso vai pesar na apuração. Até mesmo o samba, que recebeu algumas críticas, teve ótimo desempenho. Nos quesitos de chão não houve nenhum problema visível, com destaque para a bateria de Mestre Marcão e o casal formado por Sidclei e Marcella Alves. A Vermelho e Branco é candidatíssima ao título numa briga que promete ser décimo a décimo com a madrinha Mangueira.

IMPERATRIZ – o enredo sobre o Museu Nacional foi bem contado, embora algumas alegorias tenham tido problemas em engrenagens, o que pode causar perda de pontos. Além disso, houve problemas de evolução. Por outro lado, o samba-enredo foi bem cantado e a bateria de Mestre Lolo teve excelente exibição. O destaque foi a comissão de frente, que teve a participação dos gigantes Chiquinho e Maria Helena. Deve ficar na zona da marola.

BEIJA-FLOR – o desfile da Azul e Branco gerou reações distintas nas redes sociais. Uns exaltaram o que teria sido um desfile histórico enquanto outros criticaram a forma como o enredo foi desenvolvido. A meu ver os pontos positivos foram o samba-enredo, a bateria e o chão fantástico de Nilópolis. Mas em alegorias e encadeamento do enredo vi um desfile com problemas visuais e confuso, além de apresentar um viés político de direita segundo os críticos mais ferrenhos. Não deve brigar pelo título mas pode voltar no sábado pela força da comunidade.

Fotos: G1

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One Reply to “Salgueiro faz ótimo desfile e briga com força pelo título do Grupo Especial”

  1. É inevitável comparar o desfile da Beija-flor com o da Tuiuti. A Beija flor fez uma crítica superficial enquanto que a Tuiuti foi na ferida, gerando claro mal estar. Parabéns ao povo de São Cristóvão, que o julgamento seja justo e que possamos rever este momento histórico. Podemos considerar o desfile da Tuiuti o maior do século?

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