Sim, já podemos considerar Lewis Hamilton um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1. No panteão de nomes como Fangio, Clark, Lauda, Fittipaldi, Stewart, Piquet, Prost, Senna e Schumacher – podemos ainda acrescentar um outro nome, mas é gosto do freguês.

O tetracampeonato conquistado no México no último fim de semana não deixa mais dúvida alguma sobre a genialidade do inglês de Stevenage. Em 11 temporadas, sem dúvida foi a melhor de Hamilton. Ele apresentou todos os ingredientes que esperamos de um grande campeão.

A velocidade que sempre esteve lá continua firme e forte. Além disso, em 2017 Lewis mostrou duas características que ainda lhe faltavam para que o alçássemos à categoria de um dos maiores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos.

O outrora errático Hamilton este ano se comportou com perfeição. Os ingleses diriam a famosa frase “He didn’t put a wheel wrong” (“ele não colocou uma roda errada”, numa tradução livre para “ele não cometeu o mínimo erro”).

Por fim, o inglês mostrou um senso tático impensável em outras temporadas. Na Malásia, onde a Mercedes sofria com a alta temperatura, Hamilton não aceitou a briga com Max Verstappen que lhe poderia render ferimentos. Ao contrário, conformou-se com um segundo lugar que lhe rendeu pontos preciosos.

O que dizer então de Hamilton em velocidade pura, nas classificações? O inglês simplesmente esmagou a histórica marca de 65 poles do ídolo Ayrton Senna e logo em seguida aniquilou um dos recordes de Michael Schumacher ao cravar mais de 70 primeiras posições num grid.

Fato é que depois da batalha perdida para Nico Rosberg em 2016, Hamilton se reinventou. Reduziu sensivelmente o ritmo nas baladas, adotou uma dieta vegana que lhe deixou mais saudável (há os que jamais a adotariam, como eu, mas esse é outro papo) e recuperou o foco nas corridas.

Aonde Lewis Hamilton ainda pode chegar? Dá para bater, ou pelo menos igualar, os sete títulos de Michael Schumacher? Difícil, claro, mas Hamilton tem 32 anos e está num time de ponta que não dá a menor impressão de que deixará de ser competitivo num curto prazo.

Certo é que vemos hoje o melhor Lewis Hamilton em ação. Veloz que nem o diabo, consistente e inteligente. Curiosamente, o próprio Lewis já disse que o fenômeno Max Verstappen o fará evoluir para se manter no topo. Será que isso é possível?

Perfeição não existe, evidentemente, mas o inglês se aproximou muito dela em 2017 mesmo contra um fortíssimo adversário como Sebastian Vettel. “Driven to perfection” dizia um dos lemas usados por Ayrton Senna. Talvez isso explique alguma coisa.

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