É difícil falar da Rogéria devido ao seu tamanho e à revolução que ela ajudou a fazer num tempo em que a moral e os bons costumes proibiam que ela fosse ela. Rogéria foi uma das que trouxeram as travestis para o palco principal. Foi ela que trouxe e pediu aplausos de atriz num grande espetáculo.

Numa época em que falamos sobre representatividade, Rogéria trazia a sua luta e o seu brilho. Crescemos assistindo à Rogéria na TV. Na novela, nos programas de auditório, no sofá da Hebe. Sem perceber, tivemos uma travesti na sala de casa e que se tornou a “travesti da família brasileira”, como ela mesmo se autointitulava.

Assisti ao documentário “Divinas Divas” e fiquei encantado com as histórias dessas mulheres. Rogéria nunca quis deixar de ser Astolfo, mas foi Rogéria. Pela identidade e fascínio com o sexo feminino. Em toda entrevista deixava isso claro, mas principalmente o amor de e para sua mãe.

Enfrentou o preconceito, a ditadura, o machismo, a misoginia, a transfobia. Rogéria morrer em um momento de intolerância como esse em que vivemos é significativo, infelizmente.

Hoje damos adeus a essa mulher que revolucionou, lutou, viajou, amou, encantou, atuou, cantou, enfim, essa mulher que viveu como ninguém a sua divina vida.

Aplausos para essa atriz que deixa esse palco que é a vida. Vai, Rogéria. A gente agradece pela trilha que você fez pra gente passar até aqui e vamos seguindo fazendo a nossa.


Até mais, Divina. Até mais, Diva.

Muito Obrigado.

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