OK, amigos, foi péssimo o trocadilho no título dessa coluna de apresentação das semifinais da Copa do Brasil entre Flamengo e Botafogo, mas vida que segue…

Aliás, vida que segue vem sendo o lema do Flamengo de 2017. Eliminado na fase de grupos da Libertadores, vida que segue… Derrotado pelo fraco Vitória em casa, vida que segue… Despencando na tabela do Brasileirão, vida que segue…

Num ano que se desenhava como muito promissor após a bela campanha no Brasileirão de 2016, o Flamengo sucumbiu aos seus próprios erros. Erros de planejamento, erros de contratações, erros do antigo treinador e erros técnicos dos jogadores, sobretudo na defesa. Mas o discurso de todos sempre foi o do vida que segue, que era “só” mais uma derrota, que o caminho estava certo…

Não estava, tanto que o Flamengo, após infindáveis cobranças da maior parte da torcida, demitiu Zé Ricardo e contratou o colombiano Reinaldo Rueda. O time já está fora da briga pelo título nas duas principais competições do ano.  Conquistou o Carioca, é verdade, embora com gol bastante discutível na final contra o Fluminense.

Está vivo na Sul-Americana, mas o torneio ainda está nas oitavas de final, ou seja, o caminho é longo. A grande aposta rubro-negra é a Copa do Brasil, na qual o time enfrenta o Botafogo a partir desta quarta-feira.

Como diria o poeta, “clássico é clássico, e vice-versa…”, mas hoje o Botafogo chega bem mais encorpado para o confronto. Mas o elenco do Flamengo não é superior? Sim, mas o Alvinegro vem entregando muito mais ao seu torcedor com uma briosa e valente equipe muito bem dirigida por Jair Ventura.

O Botafogo de 2017 vem tendo características historicamente consagradas pelo Flamengo Raiz: entrega absoluta em todos os jogos, intensidade nas divididas e inconformismo com o resultado adverso.

Já neste Flamengo Nutella, é lamentável que o estrelado elenco, que recebe seus salários rigorosamente em dia (mérito inegável e elogiável da gestão Eduardo Bandeira de Mello), venha tendo atuações tão apáticas e, pior, tão conformadas.

Chegou, de fato, um momento de cobrança mais aguda a este elenco. A torcida perdeu definitivamente a paciência e vamos ver se Reinaldo Rueda conseguirá fazer o que fez no Nacional de Medellín, ou seja, aglutinar os jogadores e alcançar conquistas.

A Copa do Brasil pode ser um recomeço para o Flamengo após tantas frustrações. Para o Botafogo, brilhantemente classificado para as quartas de final da Libertadores mesmo com orçamento bem menor, pode representar a glória de eliminar um grande rival e se aproximar de um título nacional que não vem há 22 anos.

Que seja então um grande confronto, de um futebol intenso, brigado, mas na bola, sem violência, e com emoção.

Até porque de demagogia e provocações baratas entre os dirigentes, já estamos de saco cheio.

P.S.: sobre a polêmica declaração de Jair Ventura em relação aos técnicos estrangeiros, escreverei em breve.

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