Na última quinta-feira, antes da partida entre Flamengo e Grêmio pelo Campeonato Brasileiro, participei de uma das ações do plano de Sócio-Torcedor do Flamengo: o match day.

A associação ao plano dá direito de concorrer ao que se chama de “experiências”: cada ação (compra de ingressos, entrada no site, atualização de cadastro, renovação) gera uma quantidade de pontos que, acumulada, pode ser trocada na página correspondente por uma série de experiências.

Entre as experiências, uma delas é a chamada “Match Day”. Na Ilha do Urubu, onde o Flamengo tem mandado suas partidas, é uma versão simplificada da ocorrida anteriormente no Maracanã, devido às limitações de espaço.

Com pontos acumulados desde janeiro e sem nunca ter participado de nenhuma promoção, já vinha há algumas partidas tentando uma vaga. Mas nunca conseguia sucesso.

Até que, na noite de segunda feira passada, enquanto esperava a área de Contabilidade no meu trabalho dar o o.k. a algumas informações que havia enviado, vejo tweet do perfil do programa avisando que estava aberto para a partida da última quinta.

Em questão de segundos, abri o site do programa e consegui fazer rapidamente minha inscrição. Pura sorte, como veria posteriormente. A promoção envolveria a “visita aos bastidores” e um ingresso para a partida, originalmente no Setor Sul.

Inscrição feita, recebemos um e-mail de confirmação com instruções – bem sucintas, aliás, poderia ser mais detalhado – para a chegada ao portão principal, bem como algumas regras. Por exemplo, não se pode utilizar da promoção para criticar jogadores, entre outras. E, sinceramente, não é o momento para tal.

Eu me organizei para sair um pouco mais cedo do trabalho, devido ao trânsito. Passei em casa, deixei meu carro, comi algo e parti para a Ilha do Urubu, que fica a uns 15 minutos de caminhada (sem pressa) da minha casa.

Cheguei com alguma antecedência – fora pedido de que estivéssemos duas horas antes do início da partida – e já estava o pessoal do clube nos esperando. Algumas regras adicionais foram colocadas ali, como por exemplo não pedir fotos aos jogadores no momento da chegada ao campo – para não atrapalhar a concentração – e evitar pisar no gramado.

Também fica claro o porquê de ser tão difícil conseguir: são apenas cinco vagas, devido às limitações de espaço. Nós iríamos aos vestiários, depois ao gramado e fecharíamos recepcionando o time na chegada à Ilha do Governador.

Anteriormente havia interação com os jogadores ao final da partida, mas neste momento está suspenso. Segundo me explicaram, pela indefinição ocorrida de se autorizar ou não o contato dependendo do resultado e dos humores pós-jogo.

Coloca-se a credencial e pulseira obrigatórias, a camisa do programa é dada quando chegamos e entramos no estádio pelo setor Oeste. Atravessamos as cadeiras e descemos à área dos vestiários, para a primeira parte da visita.

O vestiário do time é dividido em duas áreas: na primeira, fica o pessoal da retaguarda com a estrutura necessária e, na segunda, o vestiário propriamente dito, onde os jogadores se arrumam.

Este é bem pequeno, como podem ver no vídeo acima. Imaginar 22 jogadores se trocando ao mesmo tempo naquele espaço de uns 30 metros quadrados deve ser algo bem confuso. Na outra sala ficam os uniformes da Comissão Técnica, as bolas e demais apetrechos necessários ao trabalho de aquecimento (feito no campo de jogo), as mesas de fisioterapia/cuidados médicos e uma mesa com salada de frutas e garrafas térmicas – acredito que de suco, leite e café.

Cada jogador tem sua “baia” com o material de jogo. Camisas (primeiro e segundo tempo), calção, roupa térmica, chuteiras (três ou quatro pares para cada jogador), chinelos e um par de tênis. Por algum motivo que não saberia explicar, na baia do jogador Pará havia uma camisa do Grêmio personalizada, ele que é ex-jogador da equipe.

O momento em sequência é a passagem ao campo, na qual reproduzimos o caminho tomado pelos jogadores. Todo aficionado por futebol sonha poder fazer isso um dia, mesmo que não vá jogar. E a sensação é muito legal: sai do vestiário, dá alguns passos, atravessa o túnel inflável e sai ao campo.

Da escuridão à claridade.

Por incrível quanto pareça, tenho 42 anos, mas a única vez em que estive na beira de um gramado na vida tinha sido quando fiz o tour de visitação na antiga Arena da Baixada, em 2010. E me senti uma criança quando adentramos esta área.

Teoricamente não se pode pisar no gramado propriamente dito, a pedido dos organizadores, mas deu para sentir este gostinho na área à esquerda das tribunas de imprensa. Caminhei perto do banco de reservas e da área técnica, até para ter uma noção do campo de visão do treinador.

Tiramos fotos com o mascote no centro do campo e fomos ao gol à esquerda registrar imagens com a bandeira do clube na marca do escanteio e no escudo.

Algo que chama a atenção é a proximidade da linha de fundo com o Setor Norte. Com o estádio vazio como naquele momento já é algo intimidador. Fico imaginando com ele cheio durante uma partida. Você consegue visualizar os rostos das pessoas, não é algo amorfo como no Maracanã, por exemplo.

Ainda me permiti uma gracinha ao pedir para ser fotografado beijando a bandeira à moda das escolas de samba e, antes, ajoelhado na grama. Fiz questão de ir até a baliza, tocar nas traves e na rede, sentir a energia do local.

Saímos correndo, porque a delegação do Flamengo chegou um pouco antes do previsto. Fizemos um corredor para recepcionar o time e pudemos ver um a um. Primeiro desceram o presidente Bandeira de Mello (que fez questão de cumprimentar todas as pessoas), o diretor de futebol Rodrigo Caetano e o técnico Zé Ricardo.

Depois os jogadores foram descendo, uns passando mais rápido, outros mais devagar. Pede-se no regulamento que não tiremos fotos com eles (apenas deles), para não atrapalhar a concentração, bem como limitar as palavras a gestos de incentivos.

Ainda assim, o estreante Geuvânio parou e trocou duas ou três palavras conosco. Nada digno de registro, mas vale elogiar o gesto – ele não tinha obrigação de fazer isso.

Sendo uma versão encurtada da experiência, para nós acabou ali. Subimos de volta, fizemos a foto oficial e devido a uma questão operacional eu troquei meu ingresso do Setor Sul para o Oeste, onde assisti à partida. Durou uns 40 minutos no total, mais ou menos.

Resumindo: os leitores sabem que acho a relação custo/benefício deste plano de Sócio Torcedor do Flamengo bastante inadequada. Eu só me associei porque, com a Ilha do Urubu ao lado de casa, passei a ir muito mais vezes ao estádio.

Entretanto, este tipo de experiência oferecido, ainda que em uma versão encurtada devido à estrutura do estádio, vale muito a pena, sendo uma ótima iniciativa por parte do clube e do programa. Se tiverem oportunidade, recomendo bastante.

A equipe dos responsáveis pela visita também foi bastante atenciosa e está de parabéns pelo trabalho bem feito.

Fiquei me sentindo uma criança que ganhou um presente. E mesmo a derrota posterior (pelo amor de Deus, um goleiro) não conseguiu me deixar chateado. Foi muito legal.

Dúvidas, perguntas, utilizem a área de comentários.

Imagens: Ouro de Tolo

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2 Replies to “Match Day – Flamengo x Grêmio”

  1. Maneira a Ação, porém a Organização poderia ter deixado os sortudos tirarem fotos com os jogadores, pegar autógrafos. As pessoas se sacrificam para pagar um plano, que em alguns casos não é barato, luta para conseguir 1 vaga (5 vagas em um Universo de 100 mil sócios)e no final não tem direito sequer de tirar 1 foto com um dos seus ídolos. É muito triste isso. Enfim, tem muita coisa para melhorar nesta Ação. Vi que a galera que vai no Match Day de amanhã nem ingresso vai ter, segundo a informação da própria Ação. Que ao menos tenham a felicidade de ter algo em troca, como 1 foto, 1 autógrafo.

    1. Diego, me parece que os problemas que a ação tem decorrem da estrutura da Ilha do Urubu estar longe do que seria o ideal. Tanto que sequer fomos à sala de imprensa.

      Agora, terem mantido a mesma pontuação necessária e tirar o direito ao ingresso é realmente bastante complicado. Para o que oferece, deveria oferecer ingresso.

      Abraços

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