“A Mancha Verde virá com esculturas em movimento nas 5 alegorias”

No segundo artigo da série que entrevista os carnavalescos do Grupo Especial de São Paulo, trazemos o artista responsável por assinar o carnaval da Mancha Verde, escola que realizou excelentes carnavais no início da década, mas que desde 2013 sofre com rebaixamentos consecutivos e agora espera retomar as boas colocações.

Pedro Alexandre, o popular Magoo, começou na Combinados do Sapopemba. Chegou à Mancha Verde em 2011 e por dois anos consecutivos levou a escola ao desfile das campeãs. Em 2013 foi para a Nenê de Vila Matilde, onde esteve por três carnavais. Destaque para o desfile sobre Moçambique em 2015, que rendeu um 7º lugar.

No ano passado retornou à Mancha e sagrou-se campeão do Grupo de Acesso na reedição do desfile de 2005, sobre o Mato Grosso. Agora Magoo nos conta o que devemos esperar para este carnaval, com o enredo “Zé do Brasil – Um nome, muitas faces”.

SG – Qual a expectativa da comunidade para este desfile após os dois rebaixamentos consecutivos da escola? Como foram assimilados esses resultados?

Magoo – A gente conta os segundos, passamos por um período turbulento, pesado. Temos um projeto de regaste dos grandes carnavais da Mancha Verde e a comunidade comprou a ideia, agora temos que executar o que planejamos. Nosso objetivo é terminar no pelotão da frente, em qual posição o júri vai nos dizer.

Quanto aos resultados eu gosto de ouvir a opinião de todos e nós temos autocritica. A escola cometeu erros sim, mas creio que carregaram nas notas baixas.

Sabemos que agora o corpo de jurados terá grandes alterações nesse ano e vamos aguardar como seremos julgados. Nós não queremos ser beneficiados, apenas que recebamos as notas merecidas pelo que vamos apresentar.

SG – Você assina um enredo original e popular no carnaval paulistano, você acredita que a escola precisava disso após quatro anos conturbados?

Magoo – É exatamente isso, uma coisa que me incomodava muito é que a Mancha estava sendo rotulada como uma escola de enredos tristes, com a temática muito séria e sambas cadenciados. No meu conceito carnaval é alegria, é cor; então conversei com o Presidente e decidimos mudar para uma linha mais popular, mais cara de carnaval e eu acredito que acertamos a mão.

SG – Você gosta muito de trabalhar com esculturas e dar movimento a elas nos carros, essa será a tônica do desfile em 2017?

Magoo – Com certeza! Eu particularmente não gosto de ver um carro alegórico estático e apagado, pois carnaval é movimento, quanto mais vida e cores vibrantes melhor.

Nesse ano inclusive colocarei mais do que nos desfiles anteriores. Ao todo serão 46 esculturas com movimento e veremos isso em todas as cinco alegorias da escola.

https://www.youtube.com/watch?v=4BfzxtUj_Mo

SG – O que pode nos revelar da cabeça da escola, com a comissão de frente e o carro abre alas?

Magoo – Neste ano a comissão e o abre alas terão o mesmo tema. Traremos o Zé Pereira, um José tocando bumbo nas que deu início a nossa grande festa que é o carnaval.

Em reunião com a direção da escola foi decidido que teremos um elemento alegórico na comissão de frente, o que será mais uma novidade em relação aos anos anteriores.

SG – No setor final do desfile veremos os ditos populares com o nome “Zé” e pessoas do anonimato que fazem parte da vida das pessoas, como isso será visualizado?

Magoo – Pois é, no último setor vamos trazer a figura do “Zé” na sua maneira mais popular. Traremos os apelidos oriundos do nome, como o “Zé Graça”, “Zé Povinho” e “Zé Mané”, que todos conhecem.

Já o último carro tem o objetivo de despertar a memória afetiva das pessoas; ele será uma grande vila e nela veremos estabelecimentos como uma borracharia, um, bar, uma floricultura, uma padaria, enfim: lugares que todos se lembrarão que um dia ou que até hoje conhecem um lugar assim com algum “seu Zé” que ficou marcado na lembrança.

Você pode curtir os ensaios da Mancha Verde todas as quintas, às 20h, na quadra da escola, que fica na rua Nicolas Boer, 550. A entrada custa R$ 10,00

Fredy Vianna e a bateria puro balanço botam a comunidade para sambar nos ensaios técnicos no Sambódromo do Anhembi, com entrada franca. As datas são:

22/01 – 21:15
12/02 – 21:45

Imagem: Sambarazzo

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