Um evento fantástico!
Assim foi o lançamento do CD do carnaval de São Paulo de 2017 na Fábrica do Samba (a nossa Cidade do Samba), que pela primeira vez abriu suas portas para o público e com um valor bem acessível; por R$ 20,00 você ganhava o CD e comprava o ingresso para curtir o show das 22 escolas do Especial e do Acesso. E estava lotado!
A qualidade da festa foi em alto nível, o som estava perfeito, quem não conhecia os sambas claramente ouvia a letra e a melodia; diferente da maioria das quadras onde a acústica é prejudicada. Nos serviços gerais também deu tudo certo em alimentação, locomoção e segurança.
Eu que sempre que posso escrevo aqui sobre elementos do carnaval carioca que nós paulistanos deveríamos copiar digo sem pestanejar: O Rio de Janeiro precisa de uma festa assim!
Os lançamentos dos CDs em terras fluminenses são curtinhos, com apenas uma passada com bateria e outra sem e ainda por cima não contam com a presença do grande público. Acho isso um tremendo erro, pois imagina um evento com todas as escolas com seus próprios segmentos, as baterias fazendo suas próprias bossas, o intérprete tendo mais tempo para incendiar a comunidade e, acima de tudo, o carioca poder acompanhar sua paixão que é o samba enredo.
Tivemos grandes apresentações na noite de sábado, que começou com o grupo de acesso e os sensacionais sambas da Leandro de Itaquera e do Camisa Verde e Branco, cantado por Thiago Brito; X9 Paulistana e Pérola Negra também passaram bem e certamente chegam credenciadas a subir.
No Especial tivemos destaco a Tom Maior com Bruno Ribas no comando do carro de som; ele foi muito bem nos cacos, mas cantou bem pouco, assim como na final da Beija Flor. A Mocidade também passou bem com Tiganá e sua comunidade super bem ensaiada; Peruche com o “samba do ano”, Império de Casa Verde, Tatuapé, Dragões e Rosas de Ouro também fizeram belas apresentações.
Agora: nada chegou perto do que aconteceu na hora do Vai Vai. A “Escola do povo” entrou quase as 5h e de repente uma quantidade enorme de pessoas se aproximou do palco para cantar com Wander Pires. Confesso que no CD achei o samba acelerado para ele, mas sábado esse monstro de intérprete mostrou que já se adequou à obra.
Wander Pires trouxe a melodia para o seu estilo e, sem suas tradicionais “terças”, ele comandou uma festa linda, com o samba empolgando demais e a bateria do mestre Tadeu com excelentes variações.
O ápice da apresentação aconteceu no final. Wander percebeu que todo mundo na pista estava cantando em plenos pulmões (raridade em São Paulo).
Então, após a última passada, sem mostrar que havia terminado, deixou para a galera cantar e foi épico ver toda a Fábrica do samba entoando o samba: gente de todas as escolas de São Paulo, algo para se guardar na memória.
Na final de samba enredo foi um sacode e no lançamento do CD também. Claro que temos ensaios técnicos ainda e no desfile os quesitos plásticos também entram na conversa, que no Vai Vai serão desenvolvidos por uma comissão com Alexandre Louzada e Júnior Schall.
Na minha opinião e pelo o que eu pude perceber das pessoas que estavam lá, temos uma favorita no pré-carnaval…
Imagem: Liga SP
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Olá Miguel, me chamo Ladislau Almeida e sou da capital paulistana. Também um apaixonado pelo carnaval desde 1991 e hoje sou da Direção de Harmonia da Unidos de Vila Maria.
Li seu texto e achei alguns pontos bastante interessantes, principalmente no que diz na organização da festa. Confesso que fiquei ressabiado quando divulgaram que seria na “incompleta” Fábrica do Samba, mas foi tranquilo.
Concordo sobre o samba da Tom Maior. É uma samba muito pra cima que envolve o canto da escola de maneira fantástica. Babalotim nem tem o que dizer: é clássico!
Claro que como membro da Vila Maria poderia “torcer” o nariz para a indicação de pré-favorita…rs. Mas vou ser isento em concordar só um pouco, pois tem outras escolas também nessa briga (inclusive a Vila). Mas nem é meu intuito debater isso aqui. Sabemos que a cada momento surge uma favorita: lançamento de enredo, escolha do samba, festa dos pilotos, samba no CD, lançamento do CD, ensaio técnico e por aí vai…e segue o desfile!
Espero mais artigos. Abraços!!
Com certeza Ladislau! Apontei o favoritismo que surge naturalmente pelas performances arrebatadoras do samba, mas sabemos que a disputa será equilibrada.
A Vila Maria certamente tem chances reais de conquistar o título, até porque fez um excelente desfile em 2016 e trouxe um excepcional carnavalesco.
Um grande abraço!
Abraços Miguel!
O Carnaval de SP deveria ter 16 escolas no Especial e 10 no Acesso.
A grande questão a cada ano que passa é: quem vai cair?? Não dá pra cravar nunca!! Em SP não existe aquele grupinho de quatro escolas que tinha antigamente no Rio (Caprichosos, Tradição e as duas que subiam) que se sabia de antemão que estariam lá na degola.
Na Terra da Garoa não. Qualquer uma pode cair (estou analisando de forma limpa e esportiva). Claro que temos injustiças, nem preciso ir muito longe, fico em 2013, quando Vila Maria e Mancha Verde foram para o limbo sem merecer.
Mas quem crava 2016 ANTES de adentrarem ao Anhembi??
Belo texto, Miguel. Também acho que a Vai-Vai é favorita absoluta. Mocidade Alegre e Império de Casa Verde irão brigar também. O resto? Só por milagre!!
Abraço!
Ah! Posso ter exagerado no “milagre”, mas conhecendo o júri da LigaSP, é difícil um título inédito POR ENQUANTO!!!
A ligasp mudou os jurados, o próprio presidente assumiu q tinha se acamodado com a bancada atual, parece que vamos ter muitas surpresas esse ano