Na nossa última parte da série Dissecando o Flamengo-2016, é hora de falar do que pode ser o 2017 rubro-negro no aspecto de elenco. O time que já é bom pode, sim, ser melhor no próximo ano e entrar como candidato a tudo no próximo ano.

O elenco

Ao longo do ano, vi o elenco rubro-negro melhorar e dar um salto de qualidade. Se antes o via entre os seis melhores do país, ele termina o ano como um dos três melhores. Jogadores como Réver, Rafael Vaz e Fernandinho foram acertos para o que o Flamengo pede de esquema tático. Vejo Cuéllar, Rodinei e Donatti como jogadores a evoluir ao longo de 2017, se tornando peças fundamentais para o grupo. Além deles, claro, temos Guerrero, Diego, Willian Arão, Jorge, Muralha, Mancuello e Éverton como jogadores de talento essencial para o time. Todos os citados são peças chave para 2017 seja tecnicamente ou taticamente. Pará, Márcio Araújo, Gabriel, Ederson, Leandro Damião e Vizeu são peças que compõem muito bem o grupo e podem, sim, serem titulares em momentos oportunos. Só aí são 19 atletas de capacidade de render bem em um time bem organizado, além de darem opções diversas de esquemas de jogo. Junte eles aos garotos da base como Lucas Paquetá, Léo Duarte, Ronaldo, Adryan, Thiago Santos e Thiago Ennes e vemos um grupo que, apesar de experiente, tem nos jovens boas opções para determinadas situações. Sendo assim, acredito que o Flamengo precise de cinco a seis reforços para o próximo ano. Abaixo listo as posições para as quais acredito que o Flamengo precise buscar no mercado:

Goleiro reserva

Paulo Victor, embora experiente de casa, sabe que perdeu espaço com a chegada de Alex Muralha e está insatisfeito. Também pudera, após anos esperando sua chance, o antigo titular se viu bem atrás do novo titular da meta rubro-negra em 2016. Portanto, acredito que Paulo deva buscar novos ares e o Fla, um goleiro reserva. Minha indicação natural é a que surge no horizonte do clube como especulação.

Gatito Fernández, após ótima Série B, foi do Vitória para o Figueirense. Brilhando em Santa Catarina, o goleiro chamou a atenção durante a disputa do Brasileirão. É um goleiro experiente e pode substituir muito bem Muralha quando este não puder jogar. É uma aposta interessante e que está dentro do que o clube pode pagar. Está aí a minha indicação.

Primeiro volante “titular”

Talvez a maior polêmica das sugestões. Acredito que o Flamengo precisa de um primeiro volante para ser titular. Embora tenha Márcio Araújo, que não fez um ano ruim como foi dito no post anterior, e tenha Cuéllar que pode evoluir em 2017, o Flamengo disputará a Libertadores. E para entrar no torneio como favorito ao título, precisa de um reforço para essa posição.

Feita a introdução, digo a sugestão e a alternativa. Como foi especulado, o Flamengo poderia repatriar Felipe Melo. Felipe seria um ganho de qualidade extraordinário na função e teria tudo para sobrar no futebol sul-americano. Porém, não é um jogador barato e o custo pode atrapalhar. Sendo assim, sugiro como alternativa o volante Lucas Leiva do Liverpool. Após 10 anos de Europa, Lucas já não tem tanto espaço no clube inglês e poderia acrescentar e muito com sua experiência e qualidade no meio-campo rubro-negro.

Observação: O clube está em negociações com o volante Romulo do Spartak Moscou. Romulo também já jogou na Seleção Brasileira e no rival Vasco. Tem 26 anos.

Meia reserva

Sem Alan Patrick, cujo empréstimo do Shakhtar Donetsk terminou, pensei muito antes de fazer essa sugestão. Embora tenha Mancuello e Adryan para função e prepare Lucas Paquetá para ser uma opção, acho que o Flamengo deva olhar para a carência com certo carinho. Não chega a ser uma necessidade gritante, mas o clube pode, sim, observar com atenção.

Minha sugestão para a função de meia reserva é o meia Jesús Dátolo que está de saída do Atlético Mineiro. Adaptado ao futebol brasileiro e experiente, o meia argentino poderia ser uma alternativa num momento de necessidade. O nome do meia Montillo, para elenco também me agrada, embora em menor grau.

Pontas

Acredito que o Flamengo não fique com Marcelo Cirino e Emerson Sheik em 2017, sendo assim, acho que o clube precisa de dois reforços para função. Um deles precisa ser para tomar conta da posição e ser o titular, o outro para compor elenco junto de Gabriel e Fernandinho. Partindo deste ponto, farei duas sugestões baseadas nas especulações que o clube tem.

Para a função de ponta titular, acredito que Bernard se encaixe perfeitamente na ideia de jogo proposta pelo treinador Zé Ricardo. Bernard tem qualidade técnica e cumpre a função do ponta no 4-1-4-1 de maneira perfeita. Vitinho, outro nome fortemente especulado, tem a ofensividade como o seu forte. Sendo intenso e incisivo, entretanto, não é tão bom taticamente. Aqui, a contratação depende muito da característica do time que quer o técnico.

Para compor elenco, vejo Marinho do Vitória e William Pottker da Ponte Preta como opções. Os dois, destaque da Série A, tem características que o Fla procura. Marinho, como Vitinho, é mais intenso e incisivo no ataque. E finaliza bem. Pottker cumpre melhor a parte defensiva da função do ponta, além de poder jogar como 9 móvel em determinadas oportunidades.

Observação: O clube está em negociações com os pontas Vitinho do CSKA Moscou e Marinho do Vitória. Vitinho também já jogou na Seleção Brasileira olímpica e no rival Botafogo. Tem 23 anos. Marinho passou por Internacional, Fluminense, Náutico, Ceará e Cruzeiro antes de chegar ao Vitória. Tem 26 anos.

Por tudo que foi dito acima e nos posts anteriores, é claro que vejo o Flamengo como fortíssimo candidato aos títulos em 2017. O time é bom e se reforçado da maneira correta deve entrar na condição de favorito no que jogar. Resta a torcida acreditar que apesar do 2016 não ter sido vencedor, o 2017 do Fla tem tudo para ser, como diz o hino, cheio de “Vencer, vencer, vencer”.

Passado o fim da série, é hora de falar algumas coisas alheias ao texto em si. Escrever sobre um ano inteiro de um clube do tamanho do Flamengo foi um desafio que eu mesmo me impus. E acredito que apesar de tudo, cumpri este desafio. O clube que mais acompanhei em 2016 foi o que mais me deu prazer ao longo do ano e o que mais me fez ter vontade de escrever sobre. As idas ao Pacaembu, as discussões nas redes sociais e entre amigos foram momentos que não posso esquecer. O Rubro-Negro termina o ano de 2016 maior – se é que isso é possível – do que iniciou. Não só no campo como em qualquer aspecto que penso da minha vida. Por tudo isso, agradeço a chance de poder escrever sobre o ano de um dos maiores clubes do mundo e exalto que espero que em 2017 eu possa repetir essa série contando mais vitórias do time em que a torcida teria um desgosto profundo sem ele no mundo. Até 2017, nação rubro-negra!