Dando sequência à retrospectiva iniciada no texto anterior, era hora de o Flamengo 2016 ser testado. As idéias trazidas pelo novo treinador Muricy Ramalho na teoria eram belíssimas, mas de nada adiantaria ter conceitos modernos e não conseguir aplicá-los. Seria preciso fazer aquele time mostrar ao torcedor que era capaz de ser o que ele tanto esperava. Sendo assim, é hora de retratar os dois primeiros meses de temporada rubro-negra.
Janeiro
Para a estréia na temporada, o adversário seria o Ceará, em Fortaleza. A ideia de esquema de jogo do novo técnico era um 4-3-3/4-1-4-1, no qual o Flamengo ideal na mente de comissão técnica/torcida teria: Paulo Victor; Rodinei, Juan, Wallace e Jorge; Cuéllar; Willian Arão e Mancuello; Éderson e Marcelo Cirino/Emerson Sheik; Paolo Guerrero. Para o confronto de estreia na temporada, o time não teria Cuéllar, Mancuello, Cirino e Éderson. De resto, seria o imaginado pelo treinador.
O início de jogo do Flamengo foi terrível. Com problemas similares aos apresentados em 2015 no sistema defensivo, o time sofreu bastante com o veloz ataque do adversário e se viu em desvantagem de dois gols ainda no começo do segundo tempo. Aos poucos e com a entrada de Mancuello no segundo tempo, o Fla evoluiu e chegou a virar o jogo já no fim.
Entretanto, a equipe não soube segurar a vantagem, cedendo o empate e levando o amistoso para os pênaltis. Com erros de Wallace e Guerrero, o Rubro-Negro foi derrotado pelo Ceará. Nenhum grande problema, já que o time, apesar de problemas, havia rendido bem ofensivamente para quem estava iniciando a temporada.
No jogo seguinte de preparação, o Flamengo enfrentou o Santa Cruz. Jogando em Recife, o time que iniciou o jogo foi o mesmo do começo contra o Ceará, à exceção do goleiro Paulo Victor que cedeu seu lugar no gol para o recém contratado Alex Muralha.
No primeiro tempo, o Flamengo não jogou mal e chegou a abrir o placar com Willian Arão, mas acabou cedendo o empate em pênalti convertido por Grafite. No segundo tempo, com o time totalmente modificado e sofrendo com o calor, o Flamengo se perdeu completamente, sendo derrotado por 3-1. Ao fim da excursão pelo Nordeste, a bagagem de volta trazia muita coisa a se melhorar e dois resultados negativos.
Na semana seguinte era hora de iniciar a Primeira Liga e o Campeonato Estadual. Pelo torneio interestadual, o Flamengo enfrentaria o Atlético Mineiro em Belo Horizonte; já pelo Estadual, era hora de enfrentar o Boavista em Édson Passos, já que o Maracanã, fechado em nome da preparação para a Rio-2016, não receberia jogos do Flamengo por quase dez meses em 2016.
No jogo de BH, a primeira grande atuação rubro-negra no ano. Com um time ligado, os cariocas souberam se impor diante do rival, mesmo atuando fora de casa e venceram com dois lindos gols de Guerrero, que finalmente marcara pelo Fla no ano. Já contra o Boavista, o time empacou.
Mesmo com um bom primeiro tempo e vantagem de um gol conseguida por Guerrero, o time não conseguiu manter a intensidade e apresentou a instabilidade de início de temporada, levando gol em bola cruzada. Com o empate, a sensação era de que a estreia no torneio estadual foi com o pé esquerdo.
Resumo dos jogos do mês:
Ceará 3-3 Flamengo (Pênaltis 4×3 Ceará)
Santa Cruz 3-1 Flamengo
Atlético Mineiro 0-2 Flamengo
Flamengo 1-1 Boavista
Retrospecto: 1 vitória, 2 empates e 1 derrota. Gols marcados: 7; Gols sofridos: 7.
Artilheiros do mês: Guerrero 4; Emerson Sheik 2; Willian Arão 1.
Fevereiro
O início de fevereiro foi positivo para o Flamengo. Jogando fora de casa, o clube se recuperou da estréia instável e bateu com tranquilidade o Macaé na casa do adversário com domínio absoluto do jogo. Os gols do duelo foram marcados por Wallace e Marcelo Cirino.
O jogo seguinte foi diante da Portuguesa da Ilha do Governador, em Volta Redonda. Com a estreia em jogos oficiais da principal contratação do clube no início do ano, o argentino Mancuello, o Flamengo rendeu muito bem e se impôs com muita facilidade diante da fragilidade do adversário. O placar não poderia ter sido outro a não ser uma goleada daquelas. 5-0 com gols de Emerson Sheik, Guerrero, Willian Arão (dois) e Rodinei.
O jogo seguinte foi contra o Vasco em São Januário. Sem o Maracanã, o Flamengo se viu na literal condição de visitante jogando em sua cidade contra o maior rival. Numa atuação horrorosa de praticamente o time todo, o Rubro-Negro se via no lucro com o placar de 0-0 que se arrastou até Rafael Vaz – guarde esse nome, será visto mais a frente – decidir a favor dos vascaínos já no minuto final causando a primeira derrota do time em jogos oficiais no ano.
Três dias depois, na busca de se recuperar do resultado adverso, o Flamengo entrou em campo pela Primeira Liga contra o América Mineiro. Contando com a estréia como titular do volante colombiano Gustavo Cuéllar, o Flamengo, num jogo modorrento em Cariacica, bateu os mineiros pelo placar mínimo com gol de Éverton em cobrança de pênalti.
Na última semana do mês, três jogos. O primeiro, um clássico contra o Fluminense que terminou em vitória rubro-negra. Gols de Willian Arão e Guerrero para o Flamengo e de Gustavo Scarpa para o Fluminense. O jogo foi marcado pela ótima atuação do Flamengo em seu meio-campo até a expulsão de Cuéllar.
Contra a Cabofriense, o time misto do Flamengo fez um jogo arrastado, mas venceu com gol do garoto Felipe Vizeu ainda no início do jogo. O último jogo do mês foi reservado para a melhor atuação. Com uma partida impecável, o Flamengo dominou de ponta a ponta o Resende com um show particular de seu meio-campo. O trio Cuéllar, Arão e Mancuello fez um primeiro tempo que beirou a perfeição e ditou o ritmo do jogo. Outro 5-0 com gols de Emerson Sheik (dois), Marcelo Cirino (dois) e Gabriel. A nota triste do duelo foi a lesão de Mancuello, que ficaria por um mês fora do time rubro-negro.
Resumo dos jogos do mês:
Macaé 0-2 Flamengo
Portuguesa 0-5 Flamengo
Vasco 1-0 Flamengo
Flamengo 1-0 América Mineiro
Fluminense 1-2 Flamengo
Cabofriense 0-1 Flamengo
Flamengo 5-0 Resende
Retrospecto: 6 vitórias e 1 derrota. Gols Marcados: 16; Gols sofridos: 2
Artilheiros do mês:
Willian Arão, Émerson Sheik, Marcelo Cirino e Guerrero 3; Gabriel, Felipe Vizeu, Éverton e Wallace 1.
Passado o início de temporada, o Flamengo entrava no mês de março pronto pra evoluir e finalmente começar a ver um time mais pronto para os maiores desafios da temporada. Só que o mês 3 da temporada rubro-negra você verá na próxima parte do “Dissecando o Flamengo 2016”. Até lá!
Os dois gols do Guerrero contra o Atlético me fez crer que ele faria um bom ano – e de fato fez. Jogo contra o Vasco foi chaaaaaaaaaaato – foi merecida a derrota, aliás, e o 2T contra o Ceará seria perfeito não fosse o empate…
Ano do Guerrero foi ótimo. Se afirmou como ótimo atacante que realmente é. Jogo do Vasco foi péssimo, era pra ter sido um 0-0 horroroso se não fosse o Rafael Vaz. E contra o Ceará, o time embora tenha tido um ataque extremamente efetivo, foi muito mal defensivamente. Parecia 2015 ainda.