O cheirinho de hepta está cada vez mais longe. Afinal, com sete pontos de desvantagem em relação ao Palmeiras a quatro rodadas do fim, ficou praticamente impossível o título brasileiro para o Flamengo.

Mas, com toda a sinceridade: quando começou o Brasileirão, imaginava-se que o Flamengo chegaria tão longe neste campeonato? Vale lembrar, o Rubro-Negro vinha de eliminações vexatórias na Primeira Liga, no Carioca (de novo para o Vasco) e, pasmem, na Copa do Brasil (para o Fortaleza).

Sem Muricy Ramalho, que acabou impedido de continuar seu trabalho por problemas de saúde, o cargo caiu no colo de Zé Ricardo. O técnico, que começou interino mas acabou efetivado, teve um conjunto da obra acima do que se esperava. Manteve o time muito bem colocado o tempo todo.

Não só não houve qualquer risco de rebaixamento, como a vaga na Libertadores veio com bastante antecedência – claro, que o Fla ainda pode perfeitamente sair do G3 que assegura vaga na fase de grupos, mas pelo menos o time está garantido na fase inicial.

flamengo2016brasileirobNo entanto, para que o cheirinho de hepta se tornasse um aroma inesquecível para os rubro-negros, têm faltado alguns detalhes, tanto para Zé Ricardo como para o próprio grupo de jogadores.

Não faltaram oportunidades para o Flamengo assumir a liderança e disparar para o título. Em pelo menos dois momentos, o time “chegou a ser líder”, quando abriu o placar diante do Palmeiras e quando fez 1 a 0 no Internacional e o Palmeiras ainda empatava com o Figueirense.

Dois fatores contribuíram para que o Rubro-Negro deixasse o Palmeiras escapar e até permitisse ao Santos assumir o segundo lugar.

O primeiro é físico: fica muito claro que tem faltado gás para o time manter o pique até o fim dos jogos. Não me parece por erros na preparação física, mas pelos efeitos da maratona de viagens e jogos que o time teve esse ano – só agora o time voltou ao Maracanã.

zericardo2016brasileiroO segundo tem o dedo do técnico: em diversas partidas, mas principalmente contra Internacional e Atlético Mineiro, dois confrontos fundamentais para o Flamengo seguir colado ao Palmeiras, as mexidas de Zé Ricardo não impediram que o time recuasse, ao contrário, e permitiram a virada dos rivais – contra o Galo, Guerrero ainda empatou.

Ainda existe um terceiro aspecto que precisa ser corrigido para 2017. O elenco, apesar de ter melhorado bastante com reforços corretamente contratados, ainda tem algumas peças que já provaram não corresponder à altura nos momentos decisivos.

Que fique claro, não me parece faltar empenho aos jogadores, embora quem quer ser campeão precise dar aquele algo a mais nos jogos decisivos, e o Flamengo não vem tendo isso desde a virada heroica contra o Cruzeiro.

Mas não acho que a imimente perda do título brasileiro seja um desastre. Repito: poucos esperavam no começo do Brasileirão, diante de um primeiro semestre ruim, que o time chegasse às rodadas finais ainda com chances de levantar a taça.

Isso só não impede que se apontem os erros de forma construtiva para que em 2017 a torcida volte a botar no peito alguma faixa de campeão.

Naquele dilema do copo meio cheio ou meio vazio, fico com a metade cheia. O Flamengo voltou a incomodar no cenário nacional, e isso é um bom começo.

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9 Replies to “Copo meio cheio ou meio vazio?”

  1. Estou de pleno acordo, Fred. O Flamengo tem um ano positivo no balanço geral. Claro que o ano poderia ser bem melhor até porque o time tem qualidade pra isso, mas acho que em termos de resgate de identidade com a torcida e de recolocação como um time de ponta no país, o ano do rubro-negro é bem promissor.

    Abraços.

  2. No título de 2009 o Flamengo bateu rivais diretos – coincidentemente Palmeiras e Atlético-MG – mesmo jogando fora de casa. Levou a melhor em clássicos contra Botafogo e Fluminense. Ganhou do Corinthians. Só para ficar em alguns exemplos. O desempenho em 2017 contra os grandes do Brasil foi ruim para uma equipe que busca o título. Nenhuma vitória contra os grandes paulistas (ainda resta um confronto direto, em casa, contra o Santos). Nenhum ponto beliscado dos gaúchos como visitante. Ganhou dentro, perdeu fora. Em doze pontos disputados nos clássicos cariocas somou cinco. Venceu o Flu no jogo da polêmica (poderia ter empatado…) e não conseguiu ganhar do Botafogo (nem quando o alvinegro estava no Z4). Só foi bem contra os mineiros (invicto. Ganhou as duas do Cruzeiro e uma vitória e um empate contra o Galo).

    1. Mas é algo que eu falo desde o início do ano: este time tá cheio de “Armandinhos”. Na hora do pega pra capar ninguém decide.

      E fora a implicância do “Zé Trump” com estrangeiros

  3. Não acho que foi um bom ano. 4 eliminações, duas vexatórias e nenhum título. O problema é que há uma fissura por uma vaga na libertadores, claro, faz sentido por ser uma competição internacional, dar um bom dinheiro e a divulgação da marca. Mas, conseguir uma vaga na libertadores não é título, digo mais, para um clube grande, é obrigação.

    1. Para o que se esperava no início do ano, a Libertadores é lucro. Para as perspectivas que se abriram durante a temporada, fica aquele travo amargo na boca.

      1. Para o que se esperava no início do ano e as condições que o Flamengo viveu ao longo do ano, a vaga na Libertadores tá dentro do esperado.

        1. Flamengo deu uns moles que foram fatais. Dava pra ter ultrapassado o Palmeiras, sim. Mas, como já dito por vocês, pro desastre que foi o primeiro semestre, a campanha foi legal e a vaga na Libertadores é uma boa.

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