O título desta coluna pode indicar diversas coisas.

A luta contra uma doença, a nossa batalha do dia a dia para sobrevivermos… enfim. Mas ela indica o seu sentido mais literal: lutar para não morrer, mesmo quando se tem vontade disso. Como dito na coluna anterior, setembro é o mês de campanhas pra prevenção ao suicídio, esse tema tão delicado que exige cuidado e atenção.

Antes de mais nada, é bom desmistificar o pensamento de alguns que o suicídio é ‘’frescura’’, ‘’tentativa de chamar atenção’’ ou coisas correlatas. Passa longe disso e quem comprova é a Organização Mundial da Saúde. Segundo este órgão, o suicídio é a terceira causa mais freqüente de mortes entre jovens e adultos.

Pouco menos de 3 mil pessoas por dia cometem suicídio no mundo, sendo este ato mais freqüente em países em desenvolvimento. O suicídio pode ter várias causas e fatores de risco, como pondera a OMS. Portanto, é sim uma questão de saúde (mental) e digna de debate.

gr-sui-0010Eu não vou debater aqui os motivos de ninguém, se isso é um ato covarde, ou de coragem, dependendo da ótica de quem vê, se é loucura ou não, se é fraqueza. Cada um sabe o peso da dor, do fardo, da angústia que carrega. Não cabe a nós julgarmos os motivos de ninguém nem apontar o dedo na cara da pessoa que pensa em suicídio para dizer que tem problemas maiores que ela.

Cada um sabe aquilo que pode suportar.

O fato é que o suicídio tem sim alguns fatores de risco, como histórico familiar, depressão, doenças graves como AIDS, câncer, alcoolismo, dependência química ou desordens de caráter mental, como a esquizofrenia. Cada uma dessas situações pode levar uma pessoa a tentar se matar, seja por uma angústia que ela acha que não vai passar, seja pela dor da perda de alguém muito querido, seja por achar que a vida não vale a pena, por sensação de perseguição sem chance de fuga, sensação de ser um estorvo para quem está a sua volta, tortura psicológica, falta de esperança; entre outras coisas que fazem a pessoa achar que a única saída para seu problema é a morte.

maxresdefault-660x330A OMS ainda alerta que boa parte dos suicídios cometidos pode ser evitada. Se você conhece ou convive com alguém que está ente os fatores de risco, a atenção deve ser redobrada. Há a possibilidade de uma conversa, de uma ajuda, mesmo que a pessoa não fale nada. Dá para ajudar mostrando o quanto a vida pode ser boa e valer a pena, mas sem julgar ou criticar.

E isso se consegue com pequenos atos, mostrando a pessoa que ela é querida, importante, mostrando a ela coisas e pessoas pelas quais valem a pena lutar e enfrentar tudo. É indicado também que se busque ajuda profissional, seja com consultas ambulatoriais com psiquiatra ou com internação. Também é importante averiguar se a família pode oferecer suporte a pessoa, pois o meio de convívio é fundamental e muitas vezes pode ser a origem do problema.

Suicídio é coisa séria. Não ignore você também e vamos todos contribuir para reduzir os números alarmantes relacionados a isso.

Imagens: G1, Uol e Gazeta de Joinville

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