Sem mais delongas, à segunda parte da análise sobre o desempenho brasileiro na Rio 2016.

Ginástica de Trampolim

Medalhas: nenhuma

Resultado: sem avaliação

Ginástica Rítmica

Medalhas: nenhuma

Resultado: sem avaliação

Golfe

Medalhas: nenhuma

Resultado: sem avaliação

20160808_163334Handebol

Medalhas: nenhuma

Resultado: dentro do esperado

Aqui fica uma dúvida entre dentro e abaixo do esperado. Sabia-se que a seleção feminina estava em um bolo com outros 8 países, todos disputando o ouro, mas depois de terminar o grupo em 1º, mesmo sabendo que a Holanda é a atual vice-campeã mundial, não era para o Brasil levar o baile que levou nas quartas. Ao menos um jogo disputado era imaginado. Por isso até pode se pensar em um momento em colocar em “abaixo do esperado”.

Porém, depois de ver a jovem seleção masculina derrotar pela 1ª vez na história a toda poderosa Alemanha na 1ª fase, está tudo compensado. A seleção masculina foi melhor que o esperado e saiu nas quartas de final quando perdeu para a França, uma seleção razoavelmente superior à nossa.

Hipismo Adestramento

Medalhas: nenhuma

Resultado: sem avaliação

Hipismo CCE

Medalhas: nenhuma

Resultado: dentro do esperado

A equipe do CCE ficou em 7º lugar e Carlos Parro, nosso melhor atleta individual em 18º, dentro do esperado. Tivesse a equipe tido um resultado melhor nos saltos, uma medalha não seria impossível. Mas os saltos, normalmente nosso forte no CCE, nos complicaram dessa vez.

Hipismo Saltos

Medalhas: nenhuma

Resultado: abaixo do esperado

Sabia-se que a equipe brasileira disputava medalha, porém tudo foi dificultado quando o 4º elemento da equipe, Stephan Barcha foi eliminado no primeiro dia por excessivo uso da espora. Isso deixou a equipe sem a possibilidade de descarte. Ainda sim, nosso último cavaleiro, Pedro Veniss, ainda entrou com chances de ir para o desempate. Ele cometeu uma falta e o Brasil ficou em 5º. Mas mesmo que tivesse ido ao desempate, ninguém tiraria o bronze da Alemanha, que fez um desempate muito próximo da perfeição.

No individual, muitos conjuntos zeraram os dois percursos e o erro, até certo ponto simples, de Doda no 1º percurso, o tirou da disputa por medalha. Veniss também cometeu um erro no triplo e saiu da disputa.

Hóquei sobre a Grama

Medalhas: nenhuma

Resultado: sem avaliação

Só de classificar a equipe brasileira masculina já pode considerar um bom resultado.

20160811_121355Judô

Medalhas: 1 ouro (Rafaela Silva até 57kg)

2 bronzes (Mayra Aguiar até 78kg e Rafael “Baby” Silva +100kg)

Resultado: dentro do esperado

Eu já avisara no Ouro de Tolo que a meta do COB para o judô era irreal e que inclusive os resultados do Brasil no ciclo olímpico não ajudavam a aumentar a expectativa, que com um ouro e mais duas medalhas eu já ficaria satisfeito. Foi exatamente o que ocorreu: 1 ouro e 2 bronzes. O ouro não saiu de onde se apostaria no inicio do ano, mas o judô é assim mesmo.

O judô está cada vez mais competitivo e só o fato da equipe da Coreia do Sul, que tinha 3 judocas muito favoritos ao título, sair sem nenhum ouro é a prova disso. Cuba, outra escola tradicional, também saiu com apenas 1 prata no judô. A própria França, maior potência do esporte depois do Japão, só conseguiu seus dois ouros em um sensacional último dia de competições. Não a toa, tivemos 26 países medalhando no judô, um recorde no esporte.

Apenas o Japão foi o ponto fora da curva e mostrou que voltou a dominar o esporte medalhando em 12 das 14 categorias, entre elas 3 de ouro.

Levantamento de Peso

Medalhas: nenhuma

Resultado: dentro do esperado

Único atleta de renome mundial na nossa equipe de levantamento de peso, Fernando Reis fez o possível e o 5º lugar, que deveria ser 6º não fosse a polêmica com o iraniano Salimkordasiabi, foi uma recompensa pela audácia dele tentar e conseguir quebrar o recorde brasileiro de arremesso logo na 1ª tentativa. Antes disso o melhor resultado olímpico do Brasil na modalidade fora apenas o 18º lugar de Edmilson Dantas em Barcelona 92.

20160818_182346Luta Olímpica

Medalhas: nenhuma

Resultado: sem avaliação

Aline Silva era nossa única chance real de medalha, mas pegou uma chave muito ingrata. Ainda ganhou da japonesa Watari na 1ª rodada (única japonesa que não chegou à final no feminino), mas em um vacilo perdeu da russa Bukina na 2ª luta.

Maratona Aquática

Medalhas: 1 bronze (Poliana Okimoto no 10km feminino)

Resultado: dentro do esperado

Aqui o fator casa não ajudou como deveria. Os maratonistas brasileiros em geral gostam de águas agitadas, mar aberto. Até por isso, a maratona aquática foi posta na praia de Copacabana. Só que, para nosso azar, nos dois dias de prova o mar estava uma piscina, de tão calmo. Nessa Ana Marcela e Allan do Carmo se complicaram. Ao menos Poliana Okimoto, que diferentemente dos dois é oriunda das provas de fundo nas piscinas, salvou um bronze para não passarmos zerados.

Nado Sincronizado

Medalhas: nenhuma

Resultado: sem avaliação

20160811_220844Natação

Medalhas: nenhuma

Finais: 8

Resultado: abaixo do esperado

A natação foi uma quase completa decepção, tal qual o basquete. Não pela falta de medalhas, pois já se imaginava que isso poderia ocorrer. Nossas únicas chances estavam nos 100m peito, talvez a prova de mais alto nível na natação desses Jogos Olímpicos, e uma possibilidade com Thiago Pereira.

Mas o que realmente decepciona na natação são os tempos obtidos pelos nossos atletas. Salvo honrosas poucas exceções, eles não só não melhoram suas melhores marcas no ano como passaram longe disso. A maioria ficou 1 ou até 2 segundos acima de tempos que já haviam feito nesse ano ou em dezembro do ano passado. Houve um caso extremo, que em uma prova de 200m o tempo foi nada menos que 5seg acima do tempo que ele fizera no evento-teste em dezembro para classificar. 5 segundos é uma eternidade em uma distância de 200m, que demora pouco mais de 2 minutos para ser vencida.

Muito provavelmente houve um erro de preparação na equipe, pois é a única explicação que consigo encontrar para tantos tempos ruins concentrados. Repito: não estou comparando tempos dos atletas brasileiros com estrangeiros, mas os tempos deles nos Jogos Olímpicos com os deles mesmos feitos em outras competições não muito anteriores.

Não é a 1ª vez que isso ocorre na natação brasileira. Ano passado, foi oficializado pela CBDA que o objetivo principal do ano seria o mundial de Kazan, mas 90% dos nossos nadadores, mesmo priorizando o mundial, fizeram no Pan Americano, no mês anterior, tempos melhores aos feitos no mundial.

Na minha opinião, de pouco adianta se vangloriar de que quebramos nosso recorde de finais olímpicas, com 8 vagas em finais. Dessas 8 finais, terminamos em 6º, 7º ou 8º lugar nada menos do que 6 delas. Nas outras duas o resultado foi um 5º lugar. Prefiro uma mísera final com medalha do que 8 delas fechando raia.

Senão com medalha, que algum atleta tivesse passado perto da medalha, que tivesse disputado até os últimos metros. Sequer isso ocorreu com o Brasil, em todas elas com mais de 10m de antecedência já sabíamos que nossos nadadores estavam fora da briga por medalhas.

Já é o 2º ano consecutivo que os resultados não aparecem, talvez fosse hora da CBDA repensar o planejamento técnico da equipe.

Pentatlo Moderno

Medalhas: nenhuma

Resultado: sem avaliação

20160818_113012Polo Aquático

Medalhas: nenhuma

Resultado: dentro do esperado

No feminino era esperado o último lugar e ele veio. A vaga só veio por sermos o país sede. No masculino, até era esperado alguma disputa por medalha após a naturalização em massa ocorrida na nossa seleção. Porém uma seleção com base croata enfrentando a Croácia nas quartas de final dificilmente resultaria em outro resultado que não a derrota e a não disputa por medalhas.

Provavelmente o dinheiro secará e os naturalizados irão embora, é uma boa hora para repensarmos todo nosso polo aquático interno que há muitos anos não anda bem das pernas.

Amanhã, a parte final.

Imagens: Ouro de Tolo

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12 Replies to “Desempenho Brasileiro na Rio 2016: Parte II”

  1. Boa análise. A única ressalva que talvez eu fizesse é da ginástica rítmica. Esperava ao menos uma final olímpica, como já conseguimos no passado, mas não sei também a quantas anda mundialmente a nossa equipe. Era esperar demais atualmente?

    1. Era esperar demais, até porque os jurados tinham um critério claramente diferente a quem não era de Europa/Rússia/ex repúblicas soviéticas

  2. Concordo. Fiquei triste pelo handebol mas o nível está muito alto. Quem diria que Angola faria frente com as seleções europeias? Espero que, com a popularidade que foi na Olimpíada, o esporte seja melhor trabalhado no país.

  3. Migão , só uma correção, o Japão levou medalhas em 12 das 14 categorias, não em todas. Você já esta antecipando o desempenho deles em 2020. O judô podia ter conseguido pelo menos mais uma, ainda não consigo engolir aquela derrota da Sarah pra cubana que ela vinha dominando ultimamente.

  4. No pentatlo moderno, talvez esperassem um pouco mais da Yane Marques, mas a modalidade é um tanto imprevisível e a esgrima ruim complicou a Yane logo de cara.

    1. Expedito,

      Pentatlo é um esporte perverso. Depois dos 29 anos é muito difícil voltar a medalhar. A performance da Yane já era esperada.

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