Essa é uma coluna que eu queria fazer há tempos e finalmente pintou a oportunidade. É algo em que penso faz pelo menos uns dois anos e de vez em quando esboço esse pensamento por redes sociais.
Sábado passado o Flamengo não venceu: cometeu um atropelamento contra o Bauru e conquistou seu quarto título do NBB consecutivo, o sexto título brasileiro nos últimos nove anos (cinco NBB e o antigo nacional), alcançando uma grande marca.
Por isso que eu digo, com cada vez menos receio de dizer, que essa geração do basquete do Flamengo, a “Geração Marcelinho” é o maior time de esportes coletivos da história do Flamengo.
Digo de todos os esportes, sem exceção.
Uma afirmação dessas é perigosa e, evidente, traz gritaria dos fãs do futebol. Pode parecer uma heresia dizer que houve algum time no Flamengo maior que o Flamengo de Zico, o multicampeão time do Flamengo no futebol dos anos 80.
Não falo em importância: evidente que os feitos do futebol são maiores, mais midiáticos, celebrados e inesquecíveis até porque o futebol é a nossa maior paixão e muito do tamanho do Flamengo hoje vem das conquistas de Zico e sua turma.
Comparo aqui tamanho dos times em relação a conquistas. Equiparando os esportes no mesmo nível.
O inesquecível time de Zico, pegando do gol de Rondineli até a despedida do Galinho, venceu cinco estaduais, quatro brasileiros, uma Libertadores e um Mundial. Número de respeito, ainda mais em uma época onde tínhamos menos competições que hoje e não se valorizava a Libertadores como hoje em dia. Fatalmente a geração de Zico atuando hoje teria o triplo de títulos.
Mas tudo é no campo do achismo.
Esse grupo capitaneado por Marcelinho Machado e que teve vários jogadores e técnicos chegando e partindo ao longo dos anos ganhou os últimos onze campeonatos estaduais, seis brasileiros, um sul americano, liga das Américas e mundial. Foi o primeiro time brasileiro a jogar nos Estados Unidos contra um time da NBA.
Olhem esses feitos, olhem esses títulos. Imaginem um time de futebol com esse currículo nos últimos onze anos?? Seria o maior time da história de qualquer clube.
Não faço essa comparação nem fecho questão com o time de basquete para desmerecer a era Zico e o futebol rubro-negro (apesar do futebol andar merecendo), mas para enaltecer essa galera e dar o devido valor que eles merecem.
Eu cresci gostando de basquete: garoto vi o feito extraordinário da geração de Oscar em Indianápolis e os embates entre Michael Jordan e Magic Johnson na NBA. Uma geração que via como impensável uma conquista nacional em um basquete dominado pelos times de São Paulo. Quando o Flamengo resolveu montar um grande time, capitaneado por Oscar, o Vasco montou com Chales Byrd, Vargas e dominou o basquete brasileiro.
Por ser dessa época de dificuldades, de quando um título carioca contra Vasco, Botafogo, Tijuca ou Liga Angrense era muito comemorado que eu aplaudo de pé o basquete rubro-negro atual.
Por todas as dificuldades passadas nesses anos, principalmente no começo quando foi campeão sul americano com salários atrasados. Pelas reviravoltas em quadra, desmanche e formação de novos times e sempre lá, sempre brigando por vitórias, vestindo na alma o espírito rubro negro de lutar até o fim, ultimamente tão esquecido no futebol.
Por tudo isso reverencio. Marcelinho, Marquinhos, Jerome Meynse, Olivinha, Rafa Luz, o técnico José Neto, todo o time atual mais Laprovittola, Felício, Duda, Hélio, Paulo Chupeta e todos que passaram e foram fundamentais nessas conquistas merecem estar na história do Clube de Regatas do Flamengo e ser eternamente tratados como ídolos como são os do futebol.
A torcida sabe disso, reverencia esses caras e a cada jogo de basquete mostra o que eles são.
O orgulho de uma nação.
Facebook – Aloisio Villar
Twitter – @aloisiovillar
Imagens: Flamengo e Arquivo Ouro de Tolo
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Eles merecem tudo isso.
Eles são os melhores e sempre serão os melhores.