Saiu um recente dado de uma grande loja de materiais esportivos que alarmou o futebol brasileiro e virou assunto. A mesma divulgou que as camisas de times mais vendidas por ela são da Europa.

Até tem uma certa lógica e não alarmista que isso ocorra. Exemplo. Eu tenho uma camisa do Real Madrid, uma do Boca e estou namorando camisas como do Manchester United e Bayern de Munique por achá-las bonitas. Se eu tivesse dinheiro como Pedro Migão que é um petroleiro milionário compraria de todas as sete divisões do futebol inglês.

Mas dificilmente compraria de clubes brasileiros, talvez pequenos como América, Bangu e Botafogo, mas nunca compraria de rivais do Flamengo.

Taí a lógica. Clubes europeus e argentinos não são rivais do meu time, do Brasil são. Alguém imagina um torcedor do Vasco andando com camisa do Flamengo? Não. Mas os dois podem andar com camisa do Barcelona.

europaEsse é um ponto. Ponto a favor dos clubes brasileiros. Mas não podemos tapar o Sol com a peneira. Não é o único.

Essa semana tivemos as semifinais da UCL, para os íntimos Uefa Champions League, e quem curte futebol parou para ver esses jogos. Ganharam importância parecida com confronto envolvendo times nacionais.

Ok. Muita gente parou porque gosta de ver futebol, por curiosidade. Eu e o Migão somos fãs do Real Madrid, não gostamos de sua eliminação, mas sua eliminação para a Juventus não se compara à irritação que tivemos quando o Flamengo empatou com o Nova Iguaçu.

Mas a partir do momento que se ouve fogos nos gols do Barcelona algo está errado.

Fato. Uma geração vem sendo criada a modo europeu. Temos os jogos de vídeo game que aproximam a juventude desses times e as tvs a cabo que mostram todas as partidas dos grandes clubes da Europa. Não duvide que passe mais jogos hoje do Barcelona que do Vasco na tv e como o acesso à tv a cabo está cada vez mais democrático (sem contar o famoso gatonet) a concorrência fica forte.

E outra. De tarde tenho que me irritar com Cristiano Ronaldo, Benzema, Bale e James Rodrigues. De noite com Pará, Bressan, Almir e Alecgol. Até a irritação se torna mais irritante.

Nós já somos burros velhos e como já disse várias vezes a pessoa muda de casa,, de cidade, de país, de namorada, até de sexo, mas não muda de time, isso é falha de caráter. Vamos aturando os mulambentos que envergam nossos mantos sagrados até a morte. Mas a garotada não tem que passar por esse constrangimento.

O primeiro escalão do futebol parou de jogar. O segundo está na Europa, o terceiro no subúrbio da Europa, o quarto que nossa baixa auto estima deixou chamar de craques na Ásia e o quinto está aqui jogando o campeonato brasileiro. Fica difícil competir assim.

Semana passada de tarde teve Barcelona x Bayern com Messi e Neymar arrebentando. De noite Botafogo x Capivariano…

almir bunda de madameAlguns podem dizer, até acho que tenha razão, que o futebol mundial hoje não é tudo isso. Temos Messi e CR7 destruindo porque são super craques, mas também porque a competição é muito menor que nos anos anteriores. De antemão sabemos que os dois concorrem à Bola de Ouro esse ano e também 2016, 2017 e por aí vai..

Mas quando lembramos que mesmo o futebol de hoje não sendo tudo isso tomamos de 7×1 dá frio na espinha…

Tvs mostrando jogo a rodo, grandes espetáculos com jogadores de todos os cantos do planeta. Jogos ruins do outro lado com times fracos e dificuldades de ir a estádios. Fica ruim para um pai de família hoje levar filhos aos jogos com a violência, horário do futebol e preço dos ingressos.

Assim não se cria aquela coisa bacana do filho abraçar o pai comemorando o título do time. Laço que da eternidade ao amor entre pai e filho e a um time de futebol. Nossos jovens veem o Flamengo como vem o Barcelona. Pela televisão. Com a diferença que o segundo é mais divertido.

Falamos por muito tempo das torcidas do Norte/Nordeste que torcem para times do Rio-SP e não pelos de lá. Pois bem. Estamos virando o Norte/Nordeste do mundo.

Ainda dá tempo de reverter.

Antes que a Alemanha faça outro gol.

Twitter – @aloisiovillar

Facebook – Aloisio Villar

Imagem: O Dia

3 Replies to “A ameaça que vem da Europa”

  1. Fato!!

    E pode crer que a maioria dos que soltam fogos com o Barcelona são santistas amantes do Neymala.

    Tem um colega meu que dá de ombros pro futebol brasileiro, mas é torcedor fanático do Borussia Dortmund. O cara mal sabe qual é a capital do áis e nem como se diz bom-dia em alemão, mas tem camisa, bandeira, flâmula, sabe o hino de cor e PINTOU O QUARTO DE AMARELO E PRETO!!! PQP!!

    Torcer de forma doentia por um time que a pessoa nunca vai ver ao vivo (a não ser que seja um endinheirado que nem o Migão) é bizarro por si só!!

    Tá, não vou dizer que eu não curto o futebol europeu. E torcer, mesmo, só pro Ingolstadt, por um motivo simples: é o time da Audi e o clube de futebol mais próximo do esporte a motor (tem quadriculado até no logotipo).

    Mas jamais troco meu clube aqui do Brasil por qualquer um da Europa!!

    E, sim, o Emerson Sheik é muito mais decisivo em jogos importantes do que a biba portuguesa.

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