Aproveitando o momento em que foi lançado o Movimento “REAGE BOI!”, criado por um grupo de obstinados e fãs, que objetiva reerguer o G.R.E.S. BOI DA ILHA, convidamos como nossa entrevistada de hoje, ninguém menos que sua Rainha. Com vocês, Sua Majestade SANE BELUSSI.

Ouro de Tolo – Sanne, você começou a frequentar as Quadras de Escola de Samba desde criança ou a paixão veio com o tempo? E qual foi a quadra que você pisou pela primeira vez?

R: Bem, toda a minha família sempre foi ligada ao samba e, desde pequenina, sempre fui apaixonada pelo samba. Meu sonho era ser como a Jô da Portela e, com isso, a primeira escola que pisei foi a Portela, levada pela minha mãe, e nela fiquei por cinco anos.

OT – Como surgiu a ideia de morar na Suíça e trabalhar com exportação de penas de faisão para o Brasil? E como funciona esse mercado? É rentável além do período do Carnaval?

R: Minha ida para a Suíça aconteceu quando eu era mulata-show do Plataforma 1, no Leblon, e pintou um teste. Acabei fazendo, sendo aprovada e precisei ser emancipada por meus pais para poder viajar sozinha e iniciar vida nova. O mais curioso é que, assim que cheguei, logo no primeiro dia, conheci meu marido. Em quatro meses já estávamos casados e o nosso casamento já dura quase duas décadas. Da mesma forma, o trabalho com as penas de faisão também surgiu meio que por acaso. De tanto comprar esse material pras minhas fantasias, resolvi pesquisar e o negócio me interessou tanto que hoje funciona mesmo no período pós-carnaval, durante todo o ano, exportando para o eixo Rio/SP.

SANNE FOTO 4OT – Além do mercado brasileiro que te rendeu o título de “Rainha dos Faisões”, você abriu novas fronteiras para o seu negócio, em outros países? E como você lida com as críticas dos ecologistas?

R: Olha já tive problemas aqui na Suíça com isso, mas deixo claro que não há qualquer sacrifício de vidas de animais, pois uso somente as penas e isso tem uma certa lógica, até porque preciso do animal vivo, e elas, as penas, crescem, se renovam. Só não tolero a hipocrisia. As pessoas comem, na maior naturalidade, carne de aves mortas, ovos de aves (inclusive, de faisões), mas se mostram horrorizadas quando utilizamos as penas dessas aves para fins ornamentais, quando, ao contrário de seus alimentos, não matamos essas mesmas aves. É incrível esse paradoxo que prefiro chamar mesmo de hipocrisia.

OT – Poucos sabem que, além de empresária você também é advogada. Tem atuado nessa área na Suíça também? Em que área?

R: Advogado é curioso, hein? Risos… Sei que você é meu Colega de Profissão, viu,, Alexandre? Bem, advogo há seis anos, mas na Itália, onde me formei. Como moro na fronteira da Suíça com a Itália (10 Km de distância entre um país e outro), cursei uma Universidade em Como e é lá na Itália que ainda advogo (minha láurea não é válida na Suíça, uma vez que ela não pertence à Comunidade Europeia), mas reduzi muito o ritmo da advocacia após o nascimento de meu filho caçula, o Bryan, que tem 3 anos. Com a chegada dele, passei a me dedicar mais à exportação de penas pra não me afastar muito do meu caçulinha.

OT – Vamos voltar ao samba. Em que Escolas você já desfilou e que cargos que já ocupou?

R: Fui Passista e Musa na Portela, passista na Mangueira, passista e Musa na Viradouro, Musa no Império da Tijuca, Rainha da bateria na Mocidade de Vicente Carvalho, Musa na Renascer e na Unidos de Padre Miguel, Rainha no Jacarezinho e hoje sou Rainha da Bateria do Boi da Ilha.SANNE FOTO 3

OT – Por falar no “Boi da Ilha”? Mesmo estando no Grupo D, pode mesmo contar com sua Rainha no desfile de 2015, como você prometeu em recente declaração?

R:  Quando conheci o Boi da Ilha eles me receberam de braços abertos e não posso deixar de retribuir isso, seja em que grupo o Boi esteja. Não me importa se o grupo é ou não dos mais valorizados pela mídia. Carinho é carinho e Rainha é Rainha. A Rainha da Dinamarca não é menos rainha do que a da Inglaterra pelo tamanho do seu reino. O importante é saber reinar.

OT – Quais os seus projetos pra 2015? Vai desfilar em que agremiações?

R:  Em 2015 vamos ter novidades e prefiro manter o  segredo. A única coisa que posso dizer agora é que continuo Rainha da Bateria do Boi da Ilha.

OT – Uns criticam, outros elogiam e viram fãs… Quanto à sua “comissão de frente” composta por 1.000 ml de silicone nos seios. Tem feito sucesso na Europa? E você? Feliz com a “turbinada” ou esse sobrepeso causa alguma espécie de incômodo?

R:  Olha, sempre gostei de seios fartos e, quando tive a oportunidade, não pensei duas vezes e me sinto feliz. Adoro me olhar no espelho e ver o resultado. Entendo que alguns curtam, outros não, mas, sem querer ser indelicada, quem tem  que gostar mesmo sou eu, né? E, quer saber? Quando algo me incomoda, eu mudo e se não mudei é porque ainda estou curtindo.

SANNE FOTO 5OT – Que  mensagem você deixaria para as meninas que sonham em ter uma trajetória como a sua no samba e que pensam, também, em morar no exterior? Que conselhos você daria?

R:  O conselho que posso dar é o seguinte: Samba é muito gostoso em fevereiro, mas depois acaba. É como um conto de fadas, então não tem saída: Estudem!

OT – E quando você volta ao Brasil? Só no Carnaval? Alguma previsão de vinda antes de fevereiro? E quando chegar? Já há alguém especial te esperando no aeroporto?

R:  Risos… Voltarei para o final da Copa e é sempre bom já ter alguém especial nos aguardando no aeroporto, com certeza… Risos…

Volte sim, Sanne! Mas, volte logo! Apesar das previsões pessimistas de alguns, ESTÁ TENDO COPA! E com a sua presença, ela vai ficar ainda mais bonita e ornamentada, como você e suas fantasias. Vista a sua amarelinha com o número que corresponde a sua nota – 10! NOTA 10! – e venha para as fases finais da Copa do Mundo “turbinar” nossa torcida com 1.000 ml de suor e lágrimas (de alegria, espero!) e mostrar pra todo o mundo, como as mulheres brasileiras continuam  batendo um bolão! =