Dia 13, às 16 horas, Irã e Nigéria abrem a saga curitibana na Copa do Mundo deste ano. Após muita polêmica envolvendo os empréstimos do BNDES e da Fomento Paraná (a versão estadual do BNDES) ao Atlético Paranaense, atrasos nas obras da Arena da Baixada, ameaças de exclusão da cidade da Copa, e desancadas particulares de Mario Celso Petraglia, o xerifão da Baixada, muitos curitibanos ganharam uma certa antipatia ao evento na cidade. Os jogos não ajudaram muito. Apenas a Espanha, das grandes seleções, joga aqui, contra uma fraca Austrália. Os espanhóis ainda se hospedarão por aqui, e a emergente seleção russa joga na cidade. Mas ficou um gosto de quero mais.

O clima na capital paranaense em junho costuma ser bem diferente de quase todas as outras sedes. Dificilmente, o torcedor vai encontrar temperaturas acima de 20 graus. Muito provavelmente, serão dias ensolarados com uns 5°C de mínima, ou então dias seguidos carrancudos e úmidos. Nestes dias se a temperatura passar de 15°C de máxima comemore.

O aeroporto Afonso Pena, na verdade, fica em São José dos Pinhais, maior cidade da região metropolitana de Curitiba. Uma expansão foi prometida, mas não muito cumprida. Algumas estruturas menores foram feitas, mas não a nova pista. E pode ser que as novas estruturas ainda sejam provisórias na época dos jogos…

100_2425O centro da capital paranaense não fica muito perto do Aeroporto (18km), mas o acesso é fácil pela Avenida das Torres. A via sofreu diversas obras, ganhou várias trincheiras e um viaduto estaiado – desnecessário para muitos – em antigos cruzamentos complicados. Na área de Curitiba, só faltam alguns detalhes, muitos em relação aos canteiros, jardinagem e pintura da pista. Isto quando passei por lá na última semana. A Avenida das Torres, além de principal ligação com o Aeroporto, serve de ligação do centro com dois bairros residenciais bem povoados (Guabirotuba e Uberaba), fora que São José é uma cidade com vida própria e que serve de dormitório para muitos também.

Já em São José dos Pinhais, há um canteiro de obras para onde se olha. Talvez lá haja um problema.

O táxi do Aeroporto à região central de Curitiba – onde ficam os hotéis – não costuma ter preço amigável, e ainda é recomendável uma dose de esperteza com os motoristas. Para quem fazer um “bate-e-volta” recomendo a linha de ônibus Aeroporto, que para dentro do Afonso Pena e leva às estações (os famosos “tubos”) da PUC, Paiol e Rodoferroviária, que ficam a uns três quilômetros da Baixada. Uma caminhada destes lugares já é viável.

Os hotéis, devido aos jogos de pouco apelo, têm vários quartos livres, em diárias mais baixas que outras capitais. Podem-se encontrar bons quartos com diárias em torno de 200 reais, ou menos. Como o setor hoteleiro se concentra na região central e a Arena da Baixada, fica no bairro da Água Verde, vizinho ao Centro, o melhor meio de deslocamento será a caminhada.

Aliás, o Água Verde, talvez, proporcione o entorno de isolamento mais povoado desta Copa. A Baixada fica no meio de inúmeros prédios e muita gente será afetada. O trânsito de Curitiba não é a tragédia de outras cidades, e as tardes de jogos serão facultativas. Mas como é uma área central, e os jogos todos são em dias úteis e pegam em alguma parte a hora do rush, é de se esperar trânsito bem caótico na região.

Além do Aeroporto, a Rodoferroviária sofreu uma reforma, ainda incompleta, mas o movimento é bem mais tranquilo em relação ao caos e confusão que imperava há alguns meses atrás. Diversas obras também foram feitas nos últimos tempos nas ruas no entorno da Baixada, dentre elas, na nevrálgica Avenida Getúlio Vargas. Estas já foram concluídas.

100_2431Quanto aos pontos turísticos, Curitiba oferece um bom leque de locais aprazíveis. Todos podem ser visitados pela Linha Turismo. Ônibus com passagem de R$20 e que oferece uma volta aos cartões postais da cidade, como o famoso Jardim Botânico (ao lado) e sua estufa (perto da Rodoferroviária, Vila Capanema e da Avenida das Torres); o Parque Tanguá, e seu mirante a beira de um desfiladeiro de 75 metros de altura (na zona Norte da cidade); a Ópera de Arame, ao lado do Tanguá (e sede da Fan Fest); e o Parque Barigui (alto do post), o maior da cidade e situado a 5km do Centro.

Na área gastronômica, a grande referência é o bairro de Santa Felicidade – onde este colunista mora – e seus inúmeros restaurantes italianos. Muita massa, frango e polenta. O Novo Madalosso, que abriga 4645 clientes e esteve no Guiness Book como o maior restaurante das Américas. Pessoalmente, recomendo o Veneza e o Velho Madalosso, que fica em do outro lado da rua do Novo. Pelo hype do bairro, os preços até são amigáveis (uns R$50, 60 por pessoa, incluindo um consumo mediano de bebidas, mais o 10% do garçom) e como os jogos são em dia de semana, o acesso ao bairro, feito pela Avenida Manoel Ribas, não deve se tornar no inferno que provavelmente seria caso as partidas da Copa fossem em fins de semana por aqui.

O bairro boêmio da cidade é o Batel, vizinho do Água Verde e que conta com diversos bares para todos os gostos, atendendo quem quer um happy-hour ou uma balada. Boas cervejas são encontradas em bares do bairro, para quem é apreciador e especialista da bebida. O Batel também é o bairro mais nobre da cidade – uma espécie de Barra da Tijuca daqui…

Enfim, Curitiba é uma cidade bastante agradável. Somos fechados, mas nem tanto. Demos azar na escolha dos jogos, mas quem vier pode aproveitar bons passeios. É recomendável trazer casacos, principalmente para quem vier de lugares quentes. A Baixada pode ter alguns entulhos e “puxadinhos” nos jogos. E se forem mal atendidos nos restaurantes daqui de Santa Felicidade, me avisem.

P.S: caso queiram pedir um cachorro-quente nas inúmeras barraquinhas que existem em Curitiba, peçam com duas vinas, e não salsichas.

Jogos:

Irã e Nigéria – 16/06 às 16 horas;
Honduras e Equador – 20/06 às 19 horas;
Austrália e Espanha – 23/06 às 13 horas;
Argélia e Rússia – 26/06 às 17 horas;

5 Replies to “Cidades da Copa: “Curitiba, a cidade azarada da Copa””

  1. Não conheço Curitiba, mas ter mais pessoas afetadas no entorno do que no Maracanã é difícil.

    Alias, ter essa estatística de moradores afetados seria muito interessante para todas as cidades-sede.

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