Nesta segunda feira, a coluna “De Tudo Um Pouco e Vice Versa”, assinada pela produtora cultural Thaty Moura, traz uma outra visão do que consideramos como privacidade na internet, além de um breve histórico da grande rede.
Privacidade e Internet
Eu já pensei em zilhões de pautas, já escrevi e apaguei alguns textos, mas a coluna de hoje parecia que estava com “reza braba” para não sair. No fim das contas me decidi por escrever sobre um assunto que faz parte do meu dia a dia, talvez analisar alguns cases e quem sabe trazer um tema (não tão) novo aqui para o Ouro de Tolo.
Então, vamos falar de redes sociais?
Como ando um pouco nostálgica, e minhas sessões de terapia tem ajudado a explorar toda essa minha nostalgia analisando os acontecimentos vertiginosos dos últimos três anos, comecei a pensar em como me tornei, além de jornalista, uma profissional de redes sociais.
Involuntariamente, faço parte do que chamam por ai de Geração Y, essa galera que está entre os 20 e 30 anos e tem por característica comum ter se desenvolvido numa época de grandes avanços tecnológicos e de certa prosperidade econômica.
Crescemos vivendo em ação, sendo estimulados por diversas atividades e executando múltiplas tarefas, além do contato intenso com a alta tecnologia. Nós crescemos, praticamente, juntos com a Internet. Usamos e nos expressamos no mundo digital.
Eu sou usuária de Internet desde os longínquos tempos do saudoso Bate-Papo UOL e da, nem tão saudosa assim, Internet discada. Tinha toda aquela aventura de ligar o cumputador depois da meia noite, tomando o maior cuidado para não acordar meus pais com o maldito barulho de discagem do modem e colocar toda a diversão por água a baixo.
[N.do.E.: embora seja de uma geração acima da colunista, eu também. Devo ter sido um dos primeiros usuários domésticos de internet, ainda em 1998.]
Ai eram horas inventando histórias, conhecendo pessoas e aprendendo a digitar e pensar cada vez mais rápido.
Depois veio a banda larga, que na época era bastante estreita, e os sites de buscas Cadê? e Yahoo ajudando nos trabalhos de colégio. Abandonei o Bate-Papo UOL e passei a decorar um número engraçado, que devia ter alguma lógica, e a me divertir num chat mais discreto com barulhinho divertido chamado ICQ (saudades). Acho que ainda lembrava a senha dessa diversão até bem pouco tempo atrás.
[N.do.E.: quem quiser me adicionar, meu número no ICQ é 19757525 (risos)]
Nessa mesma época comecei a me aventurar em alguns fóruns, e como boa fã do Guns N’ Roses (podem me julgar), fui parar num site que tinha uma espécie de comunidade Gunner, onde por muito tempo fui a única menina cadastrada. Acho que esta foi a primeira rede social onde me cadastrei.
Depois do ICQ a Internet teve mais um boom com a chegada do MSN. A comunicação passou a andar de uma forma mais rápida. A galera do marketing foi forçada a pensar em como atingir esse público que vivia trancado no quarto de site em site e em uma janelinha minúscula piscando uma centena de emoticons animados.
Em 2004, a Internet começou a dar indícios do que hoje é um mercado concorrido e bastante divertido, apesar de muito trabalhoso. Nasceu o Orkut, para nossa alegria!
E foi naquela rede azul bebê e rosa que a gente começou a brincar de rede social de verdade. Naquele tempo surgiram os debates sobre privacidade, riscos de exposição e “os perigos da internet” (caro leitor, favor ler com a voz do Cid Moreira).
De lá pra cá surgiram outras redes, mas nada foi mais aclamado do que a rede de Mark Zuckerberg, o Facebook – a rede social do recalque e da discórdia. Aqui, vale indicar a leitura do livro ‘A Rede Social’ que, apesar de não aprovado pelo ‘titio Zuck’, é uma excelente aula sobre o mercado e do comportamento empreendedor da Geração Y.
Então a coisa funciona assim. De harduser eu passei a profissional, em uma série de acontecimentos estranhos que envolvem toda a minha militância pela cultura livre, mas que é papo pra outra coluna. Essa já está ficando grande por demais e a essa altura vocês já devem estar se perguntando onde eu quero chegar com todo esse blablablá.
Inicialmente eu iria discutir ações frustradas na rede, tomando como exemplo a escolha do samba enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel para o ano de 2013, mas esse vai ser o assunto de uma próxima coluna. Toda essa longa história sobre redes sociais e a minha história pessoal e profissional com elas tem o único objetivo de provocar a reflexão e discussão do conceito de privacidade.
Nesta última semana circulou pelo Facebook um texto sobre uma matéria do Fantástico que alertava para “Os perigos do Facebook” (aqui também cabe a voz do Cid Moreira) e “ensinava” aos telespectadores como “proteger” os seus respectivos perfis para que outras pessoas não visualizassem as suas atualizações e interações.
Ora bolas! O princípio básico das redes sociais é o relacionamento interpessoal através da exposição. Sim, meus amigos, exposição. E pasmem, o que o Fantástico anuncia como novidade maquiavélica da rede de Zuckerberg sempre, vejam bem que eu disse SEMPRE, fez parte dos mecanismos do Facebook.
Meus amigos, quem está na chuva é para se molhar! Uma vez na Internet, sempre na Internet! Retirem os cadeados e passem a moderar o que vão falar por questões de BOM SENSO e não de quem vai ter acesso aquilo. Acima de tudo, usem esse espaço virtual infinito e incrível para promover discussões, produzir conteúdo, expor suas artes.
“O post é voz que vos libertará!” (Amanhã… Será – O Teatro Mágico)
Fontes:
Sugestões (esse não foi um site usado como referência para a construção de um texto, mas é uma referência básica para Cultura de Internet):

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