Uma de minhas grandes diversões nos últimos tempos tem sido contar as clássicas histórias infantis “com um toque de realidade”, misturando-as, recriando-as e dando um toque de sarcasmo nos acontecimentos romanceados por Andersen e outros originalmente. O leitor pode pensar que é pretensioso, mas o que eu sei é que elas riem bastante.
Trago aqui uma das histórias que conto para elas: “Chapeuzinho Vermelho, Os Três Porquinhos e a Churrascada”. Divirtam-se – ou não.
Chapeuzinho Vermelho tinha uma avó que morava do outro lado da floresta, já meio devastada pelos madeireiros, mas ainda bastante frondosa. Uma vez por semana ela levava quitutes preparados por sua mãe em sua motocicleta pelas alamedas do bosque.
– Chapeuzinho, está pronta ?
– Sim, mãe, já acabei de me maquiar !
– Não colocou aquela calça de funkeira não, colocou ? Sua avó não gosta nada disso…
– Não, mamãe, fica fria…
Chapeuzinho olha a cestinha de quitutes e pergunta à mãe:
– Acho que a vovó não vai gostar, ela reclamou que há muito tempo não come uma churrascada
– Faz mal à saúde dela, ela não tem querer
– Mãe, mãe, ela é sua mãe, não você…
– Vai, vai, ela deve estar esperando.
A menina pega a cestinha, seu capacete vermelho e o facão – para se defender dos lenhadores e suas motosserras – e subiu na moto para empreender o caminho. De uma casa à outra eram cerca de dez minutos em ritmo moderado. Entretanto…
O lobo sobe na garupa da motocicleta e acompanha a menina em seu passeio rumo à casa de sua parente. Ele havia se atrasado porque precisou pegar todas as licenças no órgão ambiental para correr atrás dos porquinhos, então acabou chegando atrasado após a demolição das casas deles – as retro escavadeiras da prefeitura eram muito mais rápidas e eficientes. Vale lembrar que a menina avisou ao lobo que se ele ousasse algo contra ela ou comer a carne para o churrasco antes da hora iria acabar no espeto. Ela era braba…
Após o curto percurso, a menina chegou à casa da avó, onde ela e seu marido, o lobo, aguardavam ansiosos com o carvão já quente na churrasqueira. Ao descer da moto, o lobo dos Três Porquinhos e o lobo da história do Chapeuzinho Vermelho se olharam, se reconheceram e gritaram em uníssono:
– Meu irmão !
Eles haviam sido separados no nascimento por Andersen e jamais haviam se reencontrado. Bom, as lembranças eram boas mas os dois continuavam de estômago vazio…
Abraços de praxe, lágrimas “lobais”, tulipas de cerveja esvaziadas e a vovó rapidamente prepara os porcos para a churrascada enquanto bebe caipirinha no gargalo da garrafa e ouve no MP3 player o mais novo sucesso da dupla sertaneja “Tadeu e Tadando”.
Após preparados, limpos e temperados os porcos foram às mãos do churrasqueiro, o caçador. Ele havia ficado sem emprego por causa da mais recente lei ambiental e descolava uns trocados fazendo churrascos, virando lajes e abrindo poços artesianos na floresta.
Eles comeram os “Três Porquinhos” assados, fizeram uma grande festa e foram felizes para sempre. Bem, nem todos: pobres porcos…”
Faltou o final dos lobos:
“Eles foram buscar um emprego no governo de ocasião onde os lobões viveram felizes para sempre…”
Tô me controlando para não rir… Demais! Muito bom!
ótimo.
eu vi tua msg mas to enrolado paca esta semana, por isso que não te liguei
Fala Migão, tudo na boa com vc e com seus familiares? espero que tudo seja somente alegrias, felicidades, vitórias, conqusitas, saúde, harmonia e paz pra vc e pros sseus familiares….
o que mais gosto de ler são os posts do viamundo….tem muita coisa boa ali, fora do que o PIG alardea em seus jornalões e emissoras tipo plimplim…..
SRN
paulo Roberto Tiecher de Jesus
Porto Alegre/RS
paulotiecher@gmail.com
eu adoro os tres porquinhos