Esta foi a quarta vez em que estive em Salvador nos últimos dois anos. Na verdade deveria estar lá mais vezes mas as medidas de disciplina de capital da companhia trouxeram restrições às viagens na companhia.

Digo isso porque a gerência em que trabalho é metade aqui no Rio e o restante na capital baiana. Com isso eventualmente preciso participar de reuniões no escritório de lá.

Faço esta introdução para dizer que conheço razoavelmente bem a cidade. Desta vez não pude fazer nada que não fosse jantar no excelente restaurante Yemanjá – para falar quase o tempo inteiro de trabalho… Porém em fevereiro do ano passado estive para um desenvolvimento de equipe na cidade, o que me permitiu não somente conhecer regiões próximas com instalações da empresa quanto tirar uma manhã para conhecer um pouco de Salvador.

O escritório fica na chamada “parte nova” da cidade, em frente ao Salvador Shopping (foto). Há um ano não ia à cidade e surpreendi-me com a expansão do mesmo, três vezes maior em relação à última vez em que estive. O curioso é que as lojas são praticamente as mesmas encontradas no Rio, em São Paulo ou em outra grande cidade; tanto que tive de recorrer ao aeroporto para as habituais lembrancinhas da terra para as meninas.

Por outro lado, a filial da Livraria Saraiva deste estabelecimento é muito superior a qualquer uma do Rio de Janeiro. Ainda achei em uma loja de esportes uma camisa do Vitória da Conquista, time do interior baiano, para aumentar a minha coleção.

Gosto da cidade. A impressão que eu tenho é de que ela está mais bem cuidada que há dois anos atrás. Acho seu litoral muito bonito e mesmo o tão criticado Pelourinho achei bastante tranqüilo quando estive lá no início do ano passado (foto abaixo). As igrejas antigas, na Cidade Velha, são absolutamente encantadoras; você sente presente a alma daqueles que doaram seu suor e seu sangue para que fossem erguidas as construções. Penso que o ponto negativo é o trânsito; levando-se em conta ter um terço da população daqui, acho bem pior lá.

Outra curiosidade é que o pedaço soteropolitano próximo ao escritório desmente a afirmação de que Salvador é “uma cidade negra”. Claramente se vê que tem muita gente de fora e um espectro bastante parecido com cidades grandes da região Sudeste. Caminhando em direção à Cidade Alta, do outro lado do município, estas raízes tornam-se mais presentes. Outra característica fácil de se notar é a naturalidade da presença homossexual, em especial do sexo feminino. Não percebo olhares de reprovação nas pessoas, sendo bem mais visível que por exemplo o Rio de Janeiro.

Outra característica marcante é o contraste da capital com as cidades próximas. Há localidades muito, mas muito pobres próximas à capital. Desta vez não pude sair do circuito aeroporto-hotel-escritório, mas colhi notícias de que a situação nesta comunidades já melhorou um pouco. Mérito, talvez, do Bolsa Família e da geração de emprego e consequente renda do programa.

Todo mundo fala que o custo de vida é menor, mas acho os preços em geral bem similares aos daqui. Lamento, entretanto, a ganância dos motoristas de táxi. Nesta ocasião foi a primeira vez em que vi um taxímetro funcionando, porque os caras em geral ‘metem a mão’ sem pensar duas vezes. Pelo menos melhorou um pouco. Contrariamente à fama, não acho a cidade suja: a questão da limpeza teve um progresso visível de dois anos para cá.

Desta ocasião achei o restaurante Yemanjá inferior a outras oportunidades, mas ainda é uma boa pedida. A casquinha de siri e a moqueca de camarão são boas representantes da culinária soteropolitana; os preços não são muito diferentes de bons restaurantes de frutos do mar daqui. Este ano a novidade era um chope muito bem tirado da Heineken, bastante forte e cremoso. Gostei.

Estou querendo passar um final de semana em Salvador, sem a pressão dos horários de se viajar a trabalho. Uma boa pedida, ainda mais com passagens aéreas a R$ 180.

Salvador sempre é uma boa idéia. Apesar dos taxistas…

4 Replies to “Impressões Soteropolitanas”

  1. Oi Migão!

    Quer dizer que os taxistas metem a mão é?!!!
    ts,ts,ts…

    Tenho curiosidade em conhecer todo o nordeste, (só conheço Maceió), mas acredito que é melhor conhecer esses lugares em baixa temporada, não só pelo preço mas por não gostar de muvucas claustrofóbicas de fim de ano, rss
    .
    A dica do restaurante tá anotada.

  2. É sempre bom ver a cidade com os olhos.
    Pra quem mora aqui (e gosta daqui), é mais difícil enxergar as nuances.

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