A “Teoria da Massa Cheirosa” ganhou este nome graças ao comentário de uma famosa jornalista de um dos grandes veículos da imprensa decadente deste Brasil, que cunhou o termo para designar os partidários de determinado candidato a presidente no ano passado. Nada muito diferente do Brigadeiro Eduardo Gomes, que em 1950, candidato a Presidente, disse que não queria “o voto dos marmiteiros”, em referência à nascente classe trabalhadora industrial. Obviamente, perdeu a eleição – levando uma surra de Getúlio Vargas na ocasião.
A teoria em questão prevê regras de convivência estrita em sociedade de forma a atender os requisitos de todos aqueles que, ainda que a maioria apenas em discurso, passam quatro férias ao ano no exterior, somente se hospedam em hotéis “cem estrelas” e que consideram Dubai a Meca da socieddade moderna. Também frequentam revistas de sociedade e não saem dos Jardins Paulistas ou do circuito “Barra-Ipanema-Leblon” no Rio de Janeiro.
Esta teoria política da mais alta estirpe pode ser dividida em doze pontos principais, os quais reproduzo abaixo. É um guia bastante adequado de vida em sociedade.
Cláusula 1 – todos os pobres que não sejam empregados domésticos deverão ser sumariamente fuzilados – pelo Exército – a fim de tornar “mais bonita” a paisagem. Por “pobre” entendam-se todos aqueles que não moram nos bairros denominados como “dignos” à “República da Massa Cheirosa” e que não tenham um determinado patamar de renda declarada mensal.
Cláusula 2 – os pobres preservados a fim de trabalharem como empregados domésticos terão como salário duas mariolas, um vale transporte e um muda de roupa bianual. Deverão trabalhar 20 horas por dia e baixar a cabeça sempre que necessitarem falar com seus patrões através de um biombo. Magnanimamente, os chefes concederão uma dieta diária de 500 calorias aos pobres que tiveram a vida poupada para trabalhar nas casas destes.
Cláusula 3 – não haverão escolas no país. Os filhos deverão ser comprados prontos nos Estados Unidos ou em caso de reprodução nativa então mandados para estudar em centros como Oxford, Sorbonne ou Yale.
Cláusula 4 – o serviço de saúde terá como prioridade a medicina plástica e a biotecnologia. Será feita uma licitação internacional para a escolha de um plano de saúde único aos habitantes do Brasil – e quem oferecer a maior comissão levará o contrato.
Cláusula 5 – os únicos programas sociais serão o “Bolsa Botox”, o “Minha Tucson, Minha Vida” e o “Vale Dubai”.
Cláusula 6 – todos os bens de consumo serão trazidos do exterior – afinal de contas tudo que é importado é melhor. As importações serão pagas com a receita da venda do petróleo do pré-sal às empresas americanas.
Cláusula 7 – o Judiciário do país terá uma única regra: quem tiver maior patrimônio declarado ganha a causa.
Parágrafo Único – o disposto acima não cabe caso uma das partes detenha segredos importantes do juiz em questão.
Cláusula 8 – A capital do país passa a ser Alphaville e Brasília será transformada em uma “Disneylândia” para políticos corruptos de todas as partes do mundo. O regime político será a monarquia “huckiana” absolutista – em grana. Não haverá Poder Legislativo. 17 de abril será a data nacional, em homenagem ao nascimento do Guia Mestre: Roberto Campos.
Cláusula 9 – as únicas funções do Estado serão convocar a seleção de futebol e assinar tratados internacionais. A mão invisível do mercado se responsabilizará por todas as demais ações necessárias.
Cláusula 10 – os banqueiros sempre tem razão.
Cláusula 11 – a imprensa é livre, desde que publique o que for de interesse dos representantes da massa cheirosa. Chimpanzés serão treinados para atuar nas redações.
Cláusula 12 – todas as questões omissas neste tratado serão resolvidas pela “mão invísivel” mais forte.
O brigadeiro NÃO falou essa frase. Essa frase foi dita por um deputado da UDN e falaram que o brigadeiro disse essa frase. Para comprovação, ler: História do Brasil Republicano, de Jorge Ferreira, volume 3.
Quem é a elite reacionária brasileira? Todos os moradores do Jardim Guanabara? rs
Cara, vai no “Global” que você vai ver alguns destes representantes…
abs
p.s. – não sabia desta história da frase, obrigado
A frase acabou sendo atribuída ao brigadeiro pela oposição na época.