Nesse sábado, completamos nove dias da Copa, e escrevo a coluna na noite de quinta-feira sem saber como foram os jogos de sexta.

Algumas coisas curiosas ocorreram. A primeira é que até agora não tivemos nenhum 0 a 0. Bom isso, não é? Mas em compensação foram dez 1 a 0 na Copa que tem a menor média de gols da história, conseguindo média pior que a horrorosa Copa de 1990.

Apenas em Rússia 5 x 0 Arábia, Rússia 3 x 1 Egito, Croácia 3 x 0 Argentina tivemos vitórias com mais de dois gols de diferença. Por quê isso?

Antigamente, a Copa lançava tendências para o futebol, agora a temporada europeia que lança tendências que param na Copa. Vivemos a era do futebol reativo.

Esse tipo de futebol já foi tema do blog. O exemplo de maior sucesso no futebol mundial é o Atlético de Madrid, que vem conseguindo títulos importantes e brigar de igual para igual com os gigantes Real Madrid e Barcelona fazendo esse futebol intenso sem deixar espaços para adversários. Outro exemplo bem sucedido recente na Europa foi o Leicester, que dessa forma surpreendeu o mundo sendo campeão inglês.

No futebol brasileiro tivemos exemplos recentes como o Botafogo de Jair Ventura. Um time com marcação forte, intensidade de jogo, dando a bola para o adversário e assim chegando às quartas de final da Libertadores.

As seleções aproveitaram essa tendência e algumas equipes passaram a marcar até com dez jogadores dentro da área deixando quase impossível um arremate a gol dentro da área. Dessa forma a Islândia parou a Argentina na primeira rodada e o Irã quase parou a Espanha na segunda. O mesmo Irã que armou uma armadilha para cima do Marrocos que teve a bola, as chances, mas venceu no fim do jogo. É o jogo por uma bola.

Esse tipo de futebol vem se alastrando pelo mundo e até equipes tradicionalmente ofensivas tem usado o futebol reativo, o futebol por uma bola, exemplo é o Flamengo que assim venceu o Atlético em Minas pelo campeonato brasileiro.

É chato ver jogo assim? Muito, é chato não vermos mais tantos gols e vermos muitos jogos acabando 1’x0? Sim, mas não tem nada de ilegal e imoral nisso, apenas uma forma que equipes inferiores tecnicamente arrumaram de nivelar as coisas. Futebol hoje em dia mais do que arte é estratégia. Cabe aos adeptos do jogo ofensivo arrumar um antídoto.

Enquanto isso as defesas vão ganhando por goleada.

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