Muito poderia escrever, mas muito já foi escrito.

Muito poderia escrever, mas quem não entendeu até agora não irá entender.

Muito poderia escrever, mas palavras não conseguirão exprimir o suficiente.

Exprimir o medo como cidadão do meu futuro, de meus filhos e da minha cidade.

A revolta por uma execução no seio de nossa cidade que não fez questão nenhuma de disfarçar o motivo.

O entendimento do recado sobre quem manda.

A humilhação de um estado e suas instituições de joelhos.

O calar de uma voz dos oprimidos.

O calar de várias vozes que preferem encontrar subterfúgios que encarar a gravidade para todos.

Muito poderia escrever, mas não quero mais escrever.

Nesse momento prefiro o silêncio.

Silêncio que preenche o vazio.

O nosso vazio.

Porque Marielle Franco está presente.

Adeus?

Há Deus!!!

Que ele olhe por nós.

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