Vivemos nest momento aquela fase modorrenta em que quase nada ocorre no futebol brasileiro. Temos a Copa SP de empresários e as especulações de quem chega e quem sai, então nada melhor do que refletir o que foi o ano de 2017.

Não foi um ano bom, apesar de finalmente termos voltado a vencer uma Libertadores com o Grêmio. Talvez esse, o Grêmio, tenha sido uma exceção no ano que acabou. Um dos poucos que realmente tentou jogar futebol no ano.

A moda aqui foi o “futebol reativo”, quase nenhum time quis jogar futebol no Brasil. As equipes “davam” a bola aos adversários e se trancavam na defesa esperando seus ataques. No ferrolho, com defesas bem postadas seguravam o ímpeto do adversário e jogavam por uma bola. Não por acaso tivemos tantos 0   x 0 e 1 x 0 no futebol brasileiro, poucos foram os jogos em que tivemos viradas.

O maior representante desse futebol no Brasil foi o único que realmente jogou assim com eficiência e em algum momento deu prazer em ver jogar. Foi o Corinthians de Fabio Carille.

Carille caiu de “paraquedas” no Timão, não era para ser seu técnico e podemos dizer que o clube paulista contou com muita sorte em 2017. Era para ser um medalhão seu comandante assim como era para ser Drogba não Jô o centroavante. Mas a falta de dinheiro fez com que as coisas dessem certo para o Corinthians.

De quarta força do futebol paulista até campeão brasileiro de forma incontestável, assim foi a trajetória corintiana. Um time que soube lidar com suas limitações e explorar ao máximo sua qualidade.

Na contramão do sucesso corintiano veio o fracasso do trio Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro, Os três mais endinheirados do futebol brasileiro e que nada arrumaram no ano. O Atlético ganhou o Mineiro e ficou fora da Libertadores-2018, o Palmeiras nem o Paulista venceu, acabou o ano sem títulos, com um amontoado de técnicos e jogadores contratados ao longo da temporada e um vice-campeonato brasileiro para amenizar a decepção. O Flamengo, assim como o Atlético, venceu o Estadual, ainda fez final em competição nacional e sul-americana, mas fracassou nas duas, irritou sua torcida e sente também o peso da decepção. Os três milionários perceberam que dinheiro não é tudo.

O Botafogo não teve dinheiro, mas teve valentia e, enquanto teve fôlego, isso bastou. Fez um ano memorável até outubro, mas deixou tudo degringolar no fim. O Vasco foi o contrário, um ano ruim salvo no fim com classificação para a pré-Libertadores e esperanças de um futuro melhor.

Fluminense e São Paulo viveram em altos e baixos, o Santos fez um bom ano, melhor até do que deveria tal a bagunça de sua diretoria, que até jornalistas tentou culpar por seus fracassos. O Cruzeiro fez um bom ano com Mano Menezes, ganhou a Copa do Brasil e 2018 também promete ser bom para a equipe. O Inter fez o que deveria, voltou para a primeira divisão, mas foi uma volta um tanto envergonhada com uma apenas regular serie B onde nem o título conquistou.

O ano em clubes, sem dúvidas, foi do Grêmio.

Uma equipe recheada de “refugos” comandada por um técnico fanfarrão e talentoso que vinha da conquista da Copa do Brasil foi quem jogou o melhor futebol no Brasil. Arriscou-se, abriu mão de competições como o brasileiro e deu certo. O Grêmio venceu com autoridade a Libertadores fazendo uma partida soberba contra o Lanus na final. Não foi o suficiente para ganhar o Mundial, mas no “mundo normal” o Grêmio prevaleceu.

Assim como a Seleção Brasileira de Tite que dominou a América do Sul ganhando com folga sua vaga para a Copa. Assim como a Chape que dominou as adversidades vencendo-lhe por goleada e contando a história mais extraordinária do ano. Um clube valente, um índio guerreiro.

O que será de 2018? Não sabemos ainda, os clubes ainda começam pré temporada, mas erros devem ser consertados, principalmente, que se conserte esse erro chamado “futebol reativo”.

É ano de Copa, ano que afunila ainda mais a temporada e que exige dos clubes mais organização e elencos mais encorpados. O ano já começa a ser decisivo em janeiro com Vasco e Chapecoense jogando a vida na Libertadores. Esse ano será longo.

Que seja longo e de hexa.

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