Sábado passado vi a final da Copa da Inglaterra entre Arsenal e Chelsea. Jogo muito bom, movimentado e que acabou com vitória do Arsenal. Futebol bonito jogado em um estádio bonito, lotado, tudo de melhor que o esporte pode proporcionar.

Terminando o jogo, me atualizei sobre o Campeonato Brasileiro e descobri o que ocorria. Primeiro, a “recepção” da torcida do Vasco ao Fluminense. Recepção polêmica para o mundo de hoje, mas diferente sem dúvidas. Depois disso, o fato de o ônibus do Vasco quebrar e os jogadores terem que chegar de táxi ao estádio. Isso sim muito diferente, nunca tinha visto.

Começando a partida, ainda um drone com uma faixa com a letra “C” passou pelo céu e fez o jogo ser interrompido, drone claramente feito para provocar a torcida do Fluminense. No fim, um jogaço cheio de reviravoltas e decidido no último lance com vitória do Vasco.

Jogo movimentado, cheio de emoções, com vários aspectos off futebol que me fizeram rir, zoar torcedores dos dois times e no fim chegar a conclusão de que o jogo foi um grande barato, mais que isso, foi melhor que o jogo do Inglês.

No dia seguinte, a torcida do Atlético Paranaense colocou uma faixa sensacional com setas apontadas para o gol e com uma frase escrita “chute” criticando a falta de gols do time jogando em casa. Sei que já tinham feito na Europa faixa parecida, mas nunca tinha visto e achei genial. Assim como achei genial quarta-feira a torcida do Inter com uma faixa escrita “sem Mundial” e com setas para o alto apontando a arquibancada que contava com torcedores do Palmeiras.

Com tudo isso só posso chegar à conclusão de que o futebol respira. Gosto de ver os jogos da Europa com seus torneios organizados, estádios cheios, gramados perfeitos e aquele bom comportamento em que o time pode tomar de 5 x 0 que a torcida está lá aplaudindo e cantando.

Mas sou brasileiro, carioca, acostumado à zoeira e confesso que sinto falta dessas coisas vendo campeonato europeu. Futebol é mais do que organização e algo bem feito, futebol tem a gozação, o imprevisto, a surpresa. Não que concorde com a bagunça do futebol brasileiro, mas até o fato do Vasco chegar de táxi, que aparentemente é constrangedor, acaba virando uma história legal com a própria torcida vascaína usando a favor.

O improviso, a sacanagem no bom sentido, a emoção, tudo isso faz parte do futebol e para não falar que o futebol também não respira na Europa foi linda a despedida de Totti do Roma. Vinte e cinco anos dedicados a um único time abrindo mão de dinheiro e conquistas para jogar apenas no clube do coração e na cidade que ama. Isso é futebol.

Tudo que é certinho demais enjoa, o futebol respira.

O futebol vive.

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