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O dia em que o Brasil berrou

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Não adianta.

Podem falar o que quiser do que ocorreu na sexta-feira. Falar que foi coisa de sindicatos, que foi pra proteger bandido, de arruaceiros, vândalos, podem falar tudo o que quiserem de mal, mas só uma coisa não tem como não fazer agora.

Deixar de falar.

Não tem como fingir que não ocorreu, diminuir ou menosprezar. Aconteceu, foi grande e de certa forma assustador. Sim, assustador porque foi mostrado que não é necessário muito para parar o Brasil.

A adesão não foi da maioria dos trabalhadores, mas foi de pontos essenciais como dos transportes. Essa paralisação dos transportes foi suficiente para que se a adesão não fosse espontânea fosse “obrigada”  já que muitos não chegaram aos empregos. Pararam rodovias, pontes, pararam escolas, pronto, essas greves bastaram e o Brasil parou.

E parou de forma ruidosa, violenta, o país que está acostumado desde 1992 a manifestações micaretas com trios elétricos e fotos com policiais,  viu algo diferente, viu uma massa de insatisfeitos falarem alto, berrarem que não estão gostando do governo Michel Temer e suas medidas impopulares. Estão certos? Um governo que tem 4% de popularidade mostra que qualquer manifestação contra ele está certa. Agiram certo? Não sei, não sou especialista nessas coisas.

Mas assim como eu falei duas semanas atrás que o Brasil foi um país criado sem guerras, revoltas e por isso é um país mimado e acomodado eu não posso ir de cara contra a forma que fizeram, seria incoerente. Claro que não sou a favor de botar concreto no caminho de trem, mas como essas pessoas conseguiriam ser notadas sem fazer um protesto com veemência? A luta deles é contra o sistema, contra um status quo estabelecido, quando se luta ao lado dele até catracas de metrôs são liberadas e políticos corruptos alugam vans para chegarem juntinhos. Contra é gás de pimenta da PM com bomba jogada até em palco de manifestação e até onde sei palco não depreda nada.

Não é coisa de vagabundo lutar por um país melhor, assim como não podemos chamar de alienados ou menosprezar todos os que vestiram verde e amarelo ano passado. Fala a verdade você está feliz com o Brasil de hoje? Nem falo apenas das reformas, mas a violência que tira nosso direito de ir e vir antes de qualquer greve, a corrupção, a sacanagem estabelecida no Brasil. No momento em que ocorriam os protestos soltaram o Eike Batista, não acham isso um escárnio?

Evidente que quem faria uma greve geral e marcaria protesto de trabalhadores contra a reforma trabalhista seria uma central sindical, a Cacau Show que não seria. É evidente que é política até porque são os políticos que estão nos ferrando e evidente que greve não pode ser marcada para um domingo até porque domingo ninguém trabalha graças a lutas como essa feitas tempos, atrás assim como a luta pelo décimo-terceiro, hora extra, voto das mulheres e tudo aquilo que causou transformações no mundo. Ninguém mudou o mundo dizendo “Vou ficar na minha que isso é coisa de vagabundo”, quem mudou é quem tomou porrada, borrachada, sangrou e morreu para que eles e os que lhes chamaram de vagabundos tivessem melhoras em suas vidas.

Antes de brigarmos entre nós, nos dividirmos entre petralhas e coxinhas temos que entender o Brasil de hoje. Não é possível que petralhas e coxinhas estejam felizes com nosso tempo, se todos lutassem juntos talvez a situação fosse mais fácil.

Mas isso é utopia, não será fácil e o fato é que por mais que desmereçam o Brasil parou nessa sexta sim, pessoas que eram desprezadas e não eram ouvidas foram ouvidas, foram notadas, assustaram e fortaleceram. A Globo que ignorou a greve até quanto pôde teve que se render e dar muita importância ao assunto. Algo que fracassa como tentaram estabelecer não chama tanto assim a atenção da mídia.

Não adianta desprezar, não adianta minimizar, Collor e Dilma fizeram isso no início e pagaram com seus cargos.

A voz rouca das ruas berrou forte e mostrou que está disposta a lutar. Um país melhora no voto, mas se transforma é na luta.

Melhor não ignorar.

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Escrito por: Aloisio Villar
em 30 de abril de 2017.

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