O Brasil está uma zona…

Não que já não fosse antes. Já é desde 1500 quando Pindorama foi invadida pelos portugueses e em troca de espelhos e pentes levaram nosso pau brasil. Quando Pero Vaz de Caminha mandou carta para D.Manuel, o Venturoso, contando como era a nova terra e pedindo emprego para o sobrinho, vimos o quanto esculhambativa seria a nova terra descoberta. A avacalhação está no nosso DNA.

Mas agora resolveram institucionalizar a bagunça. Não que estivesse uma maravilha antes, muito pelo contrário, mas depois do impeachment de Dilma a impressão que temos é de que somos um navio sem comando buscando seu iceberg. Somos os tocadores de violino do Titanic só esperando o afundamento. Só esse ano tivemos a queda da presidente da República, do presidente da Câmara dos Deputados e só não caiu o do Senado porque esse resolveu cantar a famosa canção “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”.

A classe política, acompanhada de parte da classe jurídica do país, resolveu que faria uma besteira atrás da outra e graças a eles vivemos hoje em um país dividido. Um país a beira de uma guerra civil no qual o ódio e a intolerância crescem a cada dia. Os políticos resolveram ser as pessoas mais odiadas do país.

Temos um presidente medroso, cagão, que tem medo de ir a um velório coletivo por “temer” receber vaias. No maior momento de dor da vida daquelas pessoas e dos últimos 22 anos do país, o presidente em vez de mostrar-se um líder e assumir o controle da situação se borrou e só apareceu no velório coletivo porque recebeu pressão. Se o “inimigo” sendo um grupo de pessoas devastadas pela tragédia foi o suficiente para que ele se borrasse imagine se um dia tivermos que entrar em guerra? Formos atacados por um país que nos invada? Estamos ferrados.

O Congresso Nacional se aproveitou dessa dor que o povo sentia e de madrugada aprovou mudanças nas medidas “anticorrupção”. Algo que a princípio era para combater a corrupção virou a favor deles, para lhes proteger. Aproveitaram-se da dor, aproveitaram-se da madrugada. Pelo que sei, quem se aproveita da madrugada para atacar os outros, para prejudicar, são os bandidos. Perdão aos bandidos por compará-los à nossa classe política.

O mesmo congresso agora aprovou mudanças na previdência, dificultando, e muito, que trabalhadores se aposentem. Agora trabalhador só se aposenta no Brasil com atestado de óbito.

Tem como não odiar os políticos brasileiros? Gente que prejudica o povo na calada da noite? Gente que manda dar porrada no povo que protesta por não receber salários como faz o governo do Rio? Gente que debocha de nós como Renan Calheiros? Homem que desafiou o STF, disse que não sairia e não saiu?

Pobre povo que se decepciona a cada dia. Pobre povo que ainda se ilude dividindo o país entre coxinhas e petralhas e vê o PT fechando com seus algozes e votando juntos medidas contra o povo e contra o Brasil. Pobre povo que necessita de heróis e vê dias depois de manifestações de apoio a ele o herói tirando foto as gargalhadas com o maior denunciado do caso que ele tem que julgar. Ser educado é uma coisa, ficar com o suspeito no clima de “ter um amigo, na vida é tão bom ter amigos” é outra. É nos tirar como otários, como palhaços.

Mas quem mais nos tirou como palhaços essa semana foi a “Isto É”, que elegeu Temer o homem do ano. No mínimo ele concorreu contra MC Biel e Márcio Araújo para alcançar tal façanha.

Com toda razão a classe política hoje é a mais odiada do Brasil, só que isso preocupa porque o vácuo de esperança faz surgir coisas que, acreditem, podem ser piores que nossos políticos. Só estudar o surgimento da Alemanha nazista e da Itália fascista que irá entender o que digo. Os militares dão a cada dia provas que não querem mais saber de governar o Brasil porque por muitos menos deram o golpe de 1964. O problema não é esse.

O problema é que essa zona acaba fortalecendo certos “mitos”.

Nada está tão ruim que não possa piorar.

Culpa sua, seu Cabral.

Twitter – @aloisiovillar

Facebook – Aloisio Villar

[related_posts limit=”3″]