Encerrada a temporada, é chegada a hora do balanço do time e dos jogadores no ano. Para isso, faço primeiramente uma análise geral do ano rubro-negro e depois, no próximo post, uma análise individual de cada um dos atletas que o Fla utilizou no ano.

Balanço geral do ano

Acredito que faço parte de uma minoria que pensa que o Flamengo atingiu os seus objetivos no ano. Mas sim, eu acredito nisso. Embora o time tenha tido cinco chances de ser campeão (Carioca, Primeira Liga, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro) e não tenha conseguido, não vejo o ano como desastroso se for pensar além de título.

O time, que em 2015 foi criticado em todos os níveis (estrutural, tático, técnico, postura e comportamento), se viu, em 2016, exaltado pela melhora em qualquer aspecto citado.

A postura e o comprometimento voltaram a ser vistos pelos lados do Ninho do Urubu. Diversas vezes vimos jogadores felizes ou irritados dentro e fora de campo pelo que apresentavam no campo. Exemplos claros disso são as comemorações de gols que aconteceram em 2016. Marcelo Cirino, extremamente criticado ao longo do ano, chorou ao marcar diante do Santa Cruz. Guerrero, após o gol do Corinthians, cobrou praticamente todos os jogadores para não se abaterem. A torcida reconheceu isso e viu o time atual representar em muitos momentos aquele Flamengo que encantou torcedores Brasil afora.

Em nível estrutural, o Flamengo cresceu um absurdo. A EXOS diminuiu em praticamente 100% o número de lesões musculares sofridas pelo elenco ao longo do ano. Elenco que, mesmo com a maratona de jogos e viagens, conseguiu manter o alto nível físico em praticamente todos os jogos do ano. Outro ponto de destaque foi a recuperação de lesões, que foi aperfeiçoada e rendeu muitos frutos durante a temporada. Só que o ponto principal de destaque neste aspecto foi à construção do módulo profissional do CT Ninho do Urubu que foi entregue no último dia 13. Com a finalização do CT, o Flamengo dá um salto estrutural e alcança a excelência tão propagada pela gestão Eduardo Bandeira de Mello. Golaço!

Na parte técnica e tática, o time também evoluiu em 2016. O nível técnico do elenco subiu bastante ao longo do ano. As contratações se mostraram acertadas como as do goleiro Alex Muralha, as do meias Mancuello e Diego e do volante Willian Arão. Destaco também as chegadas dos zagueiros Réver e Rafael Vaz e do ponta Fernandinho. Três negócios contestáveis quando feitos, mas, ainda sim, acertados. Por fim, digo que mesmo sem render o máximo em 2016 ou sem tantas chances, Rodinei, Cuéllar e Donatti são bons valores e tendem a mostrar mais qualidade no próximo ano. Sendo assim, é inegável o salto de qualidade demonstrando no elenco. O Flamengo termina o ano de 2016 como um dos três melhores elencos do país.

Fechando a análise geral, a parte tática. Outro ponto de inegável evolução, especialmente com a chegada de Zé Ricardo. Com o esquema 4-3-3 e suas variações, o Flamengo ganhou uma cara e passou a pensar no elenco diante das necessidades deste esquema. É impossível não ver a evolução no futebol jogado pelo rubro-negro ao longo do ano. Muitos adversários elogiaram o trabalho de Zé Ricardo e enalteceram as dificuldades de enfrentar um adversário que se comportava com aplicação tática cada vez mais consistente. Por todos esses fatores vejo com a evolução tática do time como consolidada no elenco profissional. Ponto positivo. A partir destes cinco fatores e em que pese alguns resultados decepcionantes, coloco o ano vermelho e preto como positivo e como um ano de transição entre o time coadjuvante dos primeiros anos de gestão EBM para o time que tende a ser potência a partir de agora.

Por tudo exposto acima, acredito que o ano de 2016 do Flamengo é um ano de consolidação na retomada do time como potência no Brasil, sendo assim, vejo o rubro-negro no caminho certo para a briga de todos os campeonatos a partir de agora. Na próxima parte da série você lerá uma análise detalhada de cada jogador do elenco do Flamengo e seus dois treinadores ao longo do ano. Até lá!

Fotos: Gilvan de Souza/Divulgação Flamengo