E o Botafogo, hein?

Essa é até uma expressão popular carioca que já usei em duas colunas minhas. Tem duas expressões típicas quando não temos mais assuntos. Uma é “Acho que vai chover” que também pode virar “Que calorão”, as duas no sentido meteorológico, a outra “E o Botafogo, hein?” para, geralmente, falarmos de mais um vexame ou fase ruim do mesmo.

Mas agora é o contrário. Finalmente o contrário.

E o Botafogo, hein? Que coisa maravilhosa. Não exagero em dizer que é hoje quem melhor joga futebol no Brasil e com um time no papel, comum, que não tem nada demais, mas que mostra também que, num futebol de poucos craques como o nosso atual, esquemas táticos e inteligência são fundamentais.

O Botafogo teve ambição na primeira metade da década. Com Seedorf e tendo o Engenhão (conquistado na década anterior) como trunfos, o Botafogo tentou, chegou à Libertadores, mas não tinha naquele momento cacife para tal. Gastou demais, se endividou, perdeu o Engenhão de forma estranha e escandalosa, parando na segunda divisão.

Sofrendo de má gestão, sem as famosas CNDs, prejuízo maior do que lucro e sem ter muitas opções imediatas de reverter isso, o Botafogo sangrava, ainda mais na segunda divisão. Poucos jogadores no elenco, a maioria saindo por não receber. A situação era desesperadora, mas com Ricardo Gomes o time fez uma campanha decente e voltou.

Voltou para cair, era o que imaginávamos. Começou nos dando razão, conseguindo um bom e inesperado resultado aqui, outro ali, mas sempre rodeando ou dentro do Z4, até que teve a perda que mudou tudo.

A saída de Ricardo Gomes para a entrada do inexperiente e desconhecido Jair Ventura era a certeza do fim. Só que o futebol é um rapaz volúvel e surpreendente e foi. sim. o fim, mas o fim do sofrimento. Aconteceram resultados desastrosos. como a goleada em casa na Copa do Brasil para o Cruzeiro, mas os vexames foram rareando.

No momento em que escrevo essa coluna o time acabou de vencer o Inter, chegar a 47 pontos e matematicamente não tem mais chance de ser rebaixado. Reafirmo, é quem joga melhor futebol no Brasil e merece muito chegar à Libertadores 2017.

Não está ambicioso nem cometendo loucuras como na vinda de Seedorf, nem vem contando com o Engenhão, mas consegue esses resultados com inteligência, talento e superação. A torcida do Botafogo tem todo o direito de estar feliz, orgulhosa e com esperanças. O Botafogo fez de Sidão, Carli, Sassá, Neilton, Airton jogadores acimas da média e de Camilo, um craque. Não precisou inventar, bastou dar condições.

Os três cariocas bem na tabela e com boas possibilidades de pela primeira vez desde 2013 termos os quatro na primeira divisão. Desde que o Vasco pare de fazer lambanças na Série B.

Mais do que nunca, o Botafogo vem sendo glorioso.

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