Corinthians Electro

O patrão ficou louco!!

Essa frase de zoação dos rivais sempre vem à tona quando algum jogador sai do Corinthians. Mas, para desespero dos corintianos, parece que o clube vive um super saldão mesmo. Virou uma versão esportiva da Ricardo Eletro.

Mais de vinte profissionais saíram do clube esse ano entre jogadores e membros da comissão técnica, se não contarmos as saídas no ano passado de Guerrero, Emerson Sheik e Fabio Santos. Mais de vinte nomes do excelente grupo campeão brasileiro de 2015 que venceu o título com chicote debaixo do braço.

É muita coisa, são muitas perdas. Impossível resistir assim.

O time que joga agora o Campeonato Brasileiro é muito diferente desse. A classificação no campeonato também começa a ficar. Começou o brasileiro com Tite e se posicionando entre os primeiros. Perdeu o treinador, o grande craque da equipe, e veio o contestado Cristóvão Borges. Com Cristóvão, continuou entre os melhores e até conseguiu ficar algumas rodadas em primeiro.

Mas aí vieram mais perdas. Entre bons jogadores e outros nem tanto, saíram Elias, Bruno Henrique, Luciano e André. Campeonato Brasileiro não é prova de 100 metros e sim resistência, e me parece que o time finalmente sucumbiu com as últimas saídas. Começa a se distanciar dos líderes, acabou de empatar com o Coritiba no Paraná e assim sair do G4. Voltará? Tudo é possível e a camisa é pesada demais. Mas a tendência é de que no fim do campeonato fique fora do G4.

O Corinthians hoje tem um time titular comum e um elenco fraco. Mesmo os contestados que saíram fazem falta porque número – a quantidade – também é importante em um campeonato tão longo e os elencos dos primeiros colocados, além da qualidade, são numerosos. A torcida começa a perder a paciência, mas a impressão que me dá é que o foco da revolta está errado.

Não que Cristóvão Borges não tenha culpa. Tem sim, é um péssimo treinador, vem mostrando isso ao longo dos anos e vem fazendo um trabalho péssimo no Corinthians. Muitas coisas irritam em Cristóvão, mas o que irrita mais é o “coitadismo” que ele exerce e parte da imprensa compra. Sempre o “perseguido”, algumas vezes invocando o racismo. N.E.: depois da derrota para o Palmeiras por 2 a 0, sábado à tarde, Cristóvão Borges foi demitido.

Só que ele não é o maior culpado, ele é tão vítima quanto a torcida. Assim como o torcedor sofre com esse momento do clube e não sabe qual será seu futuro, Cristóvão sabe que está perdendo a grande chance de sua carreira vendo os jogadores indo embora e não podendo fazer nada.

Os maiores culpados da situação atual do Corinthians são seus dirigentes.

Eu já disse aqui. O elenco campeão mundial do Corinthians não tinha nada demais. A defesa base campeã do mundo era formada por Alessandro, Chicão, Paulo André e Fabio Santos. Compare essa defesa com outros brasileiros campeões e verá uma enorme diferença. Mas aquele Corinthians de 2012 era um clube organizado, com dívida controlada, um grande técnico e comando.

Parece que em alguns aspectos o título mundial fez mal ao Corinthians. Logo após a vitória, trouxe Alexandre Pato na pior transação da história do futebol brasileiro ganhando aí uma bela dívida. A dívida aumentou consideravelmente e se tornou praticamente impagável com a criação de sua tão sonhada arena.

Agora o Corinthians terá que pagar sua enorme dívida, terá que pagar o estádio e assim precisa cortar na carne perdendo jogadores e passando um tempo com elencos mais modestos. O que poderia ajudar seria a saída do famoso Naming Rights, mas enquanto isso não ocorrer o Corinthians será isso aí, de reconstrução.

Por causa da irresponsabilidade dos dirigentes, o Corinthians será coadjuvante no Brasileiro 2016 e se arrisca a depois de um bom tempo não disputar Libertadores. Pode ser protagonista hoje mexendo na tabela de classificação enfrentando o Palmeiras. Mas não é assim que sua fiel torcida quer ser protagonista.

Quer que o patrão volte a ser são.

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