Recentemente, o ator Edson Celulari foi diagnosticado com um linfoma não-Hodgkin, o mesmo que teve o autor Reynaldo Gianecchini. Uns meses atrás, o governador do Rio, Pezão, anunciou que estava com a mesma doença, que também chegou a acometer a presidente afastada Dilma. Esse tipo de linfoma é bastante raro e tem vários tipos; acomete conhecidos, anônimos e é desta doença que vamos falar hoje.

Os linfomas são neoplasias malignas originárias no nosso sistema linfático, que está intimamente associado com nosso sistema imunológico. Há dois tipos, basicamente, de linfoma – O Hodgkin e o Não-Hodgkin.

A diferença entre os dois está no tipo de células. As células malignas do linfoma de Hodgkin sofrem muitas alterações, se tornando muito diferentes das células normais dos tecidos linfoides, enquanto que as células do linfoma não Hodgkin sofrem transformação maligna; mas preservam algumas características iniciais. As duas neoplasias se desenvolvem de maneira diferente, têm características diferentes.

L0019863 Thomas Hodgkin, portrait by John Burton Credit: Wellcome Library, London. Wellcome Images images@wellcome.ac.uk http://wellcomeimages.org Oil painting over photographic base (?) on paper laid down on canvas 48 x 37.5 cm.: portrait of Thomas Hodgkin; attributed to John Burton and Sons. Oil By: John and sons BurtonPublished:  -  Copyrighted work available under Creative Commons Attribution only licence CC BY 4.0 http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Thomas Hodgkin foi um grande médico inglês e considerado por muitos como o maior patologista da história. Foi ele quem descreveu primeiro o linfoma que veio então a herdar o seu nome, mas isso é assunto para outra coluna. Hoje vamos focar no linfoma Não-Hodgkin.

Os linfomas Não-Hodgkin têm vários subtipos, mas os principais deles e mais comuns são os linfomas de células B e T, que, por sua vez, são células de defesa do corpo.

Dentre os subtipos de linfoma B e T, há ainda vários outros subtipos. Os subtipos de células B englobam: Linfoma Difuso de Grandes Células B, Linfoma Mediastinal de Grandes Células, Linfoma Folicular, Linfoma Linfocítico de Pequenas Células / Linfoma Linfocítico Crônico, Linfoma de Células do Manto, Linfoma de Células B de Zona marginal, Linfoma de Burkitt, Linfoma Linfoplasmocítico (Macroglobulinemia de Waldenstron), Leucemia das Células Pilosas, Linfoma Primário do Sistema Nervoso Central.

Já dentre os linfomas de células T, há os seguintes: Linfoma de Célula T Linfoblástico, Linfoma de Célula T Periférico, Linfoma de Célula T Cutâneo, Linfoma de Células T Adultas, Linfoma de Células T Angioimunoblástico, Linfoma Extranodal de Células “Natural Killer”/Célula T Nasal. É inviável falar de cada um deles em uma só coluna, mas, falando no geral, esses linfomas podem acometer vias respiratórias, vasos sanguíneos, medula óssea, baço e a maioria deles responde bem ao tratamento.

Geralmente, o paciente com Linfoma Não-Hodgkin procura o médico quando percebe um aumento de tamanho em algum linfonodo. Caso seja confirmada a doença, exames específicos deverão ser feitos. É importante investigar também o histórico familiar do paciente, se ele foi exposto a fatores de risco, como doenças inflamatórias, entre outras coisas.

reynaldo-gianecchini-careca-por-conta-do-tratamento_2O linfoma não Hodgkin pode causar diferentes sinais e sintomas, dependendo da sua localização no corpo. Em alguns casos, pode não causar quaisquer sintomas até que cresça o suficiente. Os sinais e sintomas mais comuns podem ser o aumento dos linfonodos, Inchaço no abdome, sensação de saciedade após uma pequena refeição, pressão ou dor no peito, falta de ar ou tosse, entre outros. Como esses sintomas também podem ser comuns a outras doenças, é importante sempre fazer o acompanhamento médico de rotina.

O tratamento é feito de formas convencionais, como quimio e radioterapia. Podem ser feitas também terapias alvo, imunoterapia e até mesmo transplante de células troco. Tudo isso depende do tipo de linfoma.

É sempre bom lembrar que o tipo de tratamento leva em consideração o estado geral do paciente, o estágio da doença e deve priorizar a qualidade de vida da pessoa. No geral, os pacientes com linfoma Não-Hodgkin têm boas chances de cura, mas é o que sempre bato na tecla: quanto antes diagnosticar, melhor.

E prevenir principalmente. Muitos negligenciam as consultas rotineiras ao médico e as dicas que eles passam, mas isso pode ajudar a salvar nossas vidas.

Imagens: Ego, Wikipedia e Jornal do Brasil

[related_posts limit=”3″]