Gosto de ler as justificativas dos jurados para as notas atribuídas no carnaval. Prazer tanto quanto masoquista em parte, porque sei que vou me irritar com algumas “explicações”, mas revelador por outro lado.

Algo que eu sempre rebato é a avaliação negativa generalizada. Lendo as justificativas, sobretudo e majoritariamente as do Grupo Especial, percebe-se que há gente que parece capacitada, idônea, interessada em julgar de maneira isenta e clara. Em alguns quesitos técnicos consigo ver, ou procuro fazê-lo, o que norteia o jurado. Dou como exemplo as avaliações de comissão de frente e mestre-sala e porta-bandeira. Existem motivos técnicos e justificativas plausíveis para descontos em pontos. Ou, ao menos, eu não tenho a capacidade técnica de questionar determinadas avaliações. Mas, de modo geral, os textos não me parecem papo furado.

Em Fantasias e Alegorias e Adereços, que também são, em teoria, quesitos técnicos, já começo a ler justificativas que me incomodam. Acho que a caneta pesa muito em determinadas situações e é leve em outras, análogas, sem que isso fique claro ou criterioso. Em outros quesitos, como samba enredo e enredo, acho interessantes algumas percepções. Ou erros e acertos que me passaram despercebidos ou formas de interpretar o desenvolvimento das histórias. Porém, ultimamente, as avaliações que mais me incomodam são em bateria, harmonia e evolução.

Talvez o acaso tenha trazido à luz a falta de clareza dos jurados na medida em que foi um julgador de bateria o afastado por causa de um bate papo no WhatsApp. Ele explica como seria “moleza” tirar décimos de qualquer bateria sem precisar assinar uma justificativa verdadeiramente aceitável. Segue dizendo que no meio de duzentos e tantos ritmistas é só escrever que viu/ouviu um problema de execução. Problemas que são traduzidos depois como “embolada de surdos” ou “imperfeição do toque de caixas”. De repente uma “falta de criatividade” ou ainda “má execução do carreteiro” nos tamborins.

Ora, um julgamento vago, não acham? Assim até eu, que toco caixa em bloco e me considero um ritmista de mediano pra baixo, posso julgar. Tocar durante mais de 82 minutos (contando o esquenta antes de o relógio disparar) vai provocar, aqui e ali, uma escapada da baqueta, uma respirada do ritmista, uma levantada de mão em momento de hesitação diante de uma bossa. Isso não compromete o todo do trabalho da bateria.

As justificativas são frases feitas que vão se repetindo sem que seja necessário, de fato, apontar onde estão os erros. O mesmo se dá em evolução e harmonia. Os dois quesitos acabam se misturando quando punem os buracos. Porque um pune pela falta da dança do samba, pela correria (evolução) e o outro porque essa corrida prejudica o canto (harmonia). Até aí, vai.

Mas… e quando uma escola perde dois décimos porque o jurado diz que viu algumas pessoas em uma ou duas alas que não cantavam? Não é uma fotografia muito instantânea? Será que pode-se penalizar uma escola de 3.500 componentes porque na ala 21 você viu três turistas sem cantar? Ou é muita (má) vontade de canetar? Será que todos os componentes de uma escola que leva dez realmente cantaram efusivamente? TODOS? Essa tecnicidade exagerada é chata, injusta e perpetua um modelo de julgamento que quer punir equívocos (de algumas escolas) muito mais do que premiar virtudes.

Na Série A, o critério é a falta de critério. É jurado de enredo punindo escola porque não gostou da cor da pena da fantasia! Ou tirando pontos de três escolas em Alegorias e Adereços por apresentarem problemas de iluminação, deixando passar a escola que se apresentou com problemas “luminotécnicos” em duas alegorias e levou dez de cabo a rabo?

20160206_225554Cada vez me convenço mais de que deveria ser obrigatório justificar a nota dez. Ela serve para lavar as mãos. Para economizar linhas. Para poupar quem não está a fim de compartilhar o que viu, o que deveria ter visto e o que não quis ver. Num outro post aqui mesmo levantei a quantidade de títulos no Grupo de Acesso com apresentações beirando a perfeição. Impressionante.

Muito difícil também é apontar soluções, sei disso. A justificativa do dez me parece urgente. E acredito que o rodízio poderia ser anual. Evitaria a permanência eterna de jurados que não se comprometem para, nas palavras do afastado Fabiano Rocha, “manter a boquinha”.

Mas, imediatamente após escrever a proposta, me veio à mente outra situação: se o corpo de jurados sabe que só vai ficar por um ano mesmo… e daí se alguém se corromper? E daí se der notas esdrúxulas? Vai ser só uma vez e ponto final… Como responsabilizar essas pessoas? O poder público deveria assumir – reassumir – o julgamento?

Pois é, a pergunta que dá título a este texto vai encerrá-lo.

Tem solução?

Imagens e Vídeos: Arquivo Ouro de Tolo

22 Replies to “Tem Solução?”

  1. Sobre os quesitos de bateria e harmonia, ainda há questão do sistema de som, que impede uma melhor audição dos instrumentos da bateria e também abafa o canto da escola, mesmo pra quem está relativamente próximo a pista

    1. Som este que, curiosamente, variava e ficava bom ou ruim de acordo com a escola que passava…

      Sobre o júri, acho que pré selecionar 108 (36×3) e 30 minutos antes do desfile sortear os efetivos já seria uma medida que ajudaria bastante na acurácia do resultado.

  2. O que mais me incomoda é a falta de criterio no desconto de decimos.podemos ver jurados escrevendo uma folha de erros,e essa escola quando muito perde 0.3 decimos,e escolas com um erro apenas sendo descontadas em 0.1 decimo.não se tem um parametro para descontos,cada um faz do jeito que acha melhor.Quanto a justificativa do 10 ,no carnaval da minha cidade,Três Rios,juri que é comandado pelo Mestre Dionisio,os 10 tem justificativas,mais não se iludam,tem bons jurados,que escrevem boas coisas,e outros que cumprem apenas a sua obrigação,e escrevem ,lindo,maravilhoso.quanto ao texto,só falo uma coisa,não coloquem nas mãos do governo,era pior.

  3. Como disse em outro comentário, acho que primeiramente o que tem que ser cobrado é transparência. Quem são esses jurados? Por que foram escolhidos? Baseado em quais critérios? Qual a metodologia do treinamento? Ele é suficiente?

    Lembro que após o péssimo julgamento no Carnaval 2011, parte da imprensa carnavalesca, no intuito de discutir o que acontecia e debater novas ideias para os desfiles, organizou durante alguns dias um belo evento com vários debates, palestras, enfim, pessoas interessadas em melhorar a qualidade dos desfiles e seu julgamento, trocando conhecimentos para tentar enxergar meios que viabilizassem isso. E a Liesa, maior interessada, aparentemente sequer mandou representante…

  4. O mais engraçado foi ver os jurados do acesso apontando os problemas de iluminação da Viradouro, mas ignorando o abre-alas da Tuiuti. Só um canetou isso.

    Não há qualquer critério. No especial tivemos jurados que visivelmente se basearam no gosto pessoal. Tivemos os vencedores do Estandarte de Ouro (exceto a Mangueira) sendo canetados sem dó. O único quesito que todos foram mais ou menos bem foi em enredo. A síntese de tudo é a tal Regina Oliva, que tirou ponto do Salgueiro por “excesso de vermelho e branco”.

    No acesso foi ainda pior. Poucos jurados realmente mostraram algum entendimento. Foram bem esquisitas as justificativas de Alegorias e Enredo para Renascer e Império Serrano, por exemplo.

    Mas é como disseram, o critério é a total falta de critério.

  5. Boa tarde!

    Prezado Carlos Gil:

    Permaneço com a mesma pergunta na cabeça.
    Ao mesmo tempo, penso que inevitavelmente todos os quesitos possuem caráter subjetivo. O jurado implica com uma determinada batida da bateria por puro gosto, escreve uma justificativa plausível enquanto texto, e estamos resolvidos.

    Mesmo a pergunta prevalecendo, tenho uma idéia na cabeça.
    Farei dois paralelos aqui para tentar elucidar meu ponto de vista.

    – Ginástica olímpica.
    Entre movimentos obrigatórios e a criatividade dx atletx, existem conceitos, padrões e pontuações muito claras para quem julga e quem compete.

    – Programa de auditório (The Voice, X Factor, Got Talent)
    Qualquer candidatx está sujeitx ao gosto do júri, seja alguém que deixe a platéia estupefada, ou alguém que a platéia rejeite. O voto do júri é soberano a partir do que este corpo de júri avalia ser interessante para o programa.

    A avaliação das Escolas de Samba oscila num meio termo entre a Ginástica Olímpica e o Programa de Auditório.
    Tem-se perseguido a melhor maneira de manter tudo no meio termo sem sucesso. Talvez seja o momento de oscilar para um dos lados em definitivo. Para cada um deles, uma medida diferente como forma de respaldar a escolha feita.

    – Para o lado Ginástica Olímpica
    A definição de conceitos de julgamento para cada quesito, estabelecendo-se um check list e padrões de notas. As notas seriam então um somatório do cumprimento destes itens. Veja, MUITOS itens por quesito, não as recomendações básicas atuais. As justificativas seriam detalhes dentro dos pontos tirados de cada item deste grande check list por quesito.

    – Para o lado Programa de Auditório
    Este é mais simples. A Prestação de Contas cabe à organização do desfile em convocar, apresentar e trocar (Quando solicitado) o júri. A convocação e a apresentação será pública. Todos temos o direito de saber quem são e por que foram escolhidxs xs pretendentes a julgar o carnaval.

    Apenas uma idéia.
    Aparentemente para 2017 não vai mudar muita coisa.

    Atenciosamente
    Fellipe Barroso

  6. Fellipe, interessante ponto de vista. Eu acho que seguir um julgamento padrão ginástica seria complicado. Além dos muitos itens criaria a médio e longo prazo um desfile militarizado, preocupado apenas com o check list. Prefiro o modelo programa de auditório e acredito que parte da solução esteja mesmo na escolha do corpo de jurados. Tem que ser gente que entenda do assunto e de reputação ilibada. Pessoas com reconhecido trabalho no carnaval ou nas artes cênicas e plásticas. Já existe, inclusive, muita gente com essas características no atual júri. Não tenho a menor dúvida de que a maioria sabe o que está fazendo. A subjetividade nunca será excluída. No fim, é mesmo um gosto pessoal que pode definir muita coisa. O que vejo são explicações, redações de justificativas muito mal feitas – ou feitas de qualquer jeito, sem clareza, sem critério. A ideia do Migão de pré-seleção de jurados e sorteio de quais irão, de fato, trabalhar é boa. Mas seria preciso mobilizar o triplo de pessoas e pagar todo mundo. Ou alguém aceitaria ir até lá, “perder” o carnaval, e não faturar nada? A Liga ou o poder público vão arcar com isso? E se o jurado fosse voluntário? Será que não existem 50 pessoas que realmente entendam, acompanhem e amem o carnaval dispostas a dar as notas pelo prazer de participar do espetáculo? Ou estou sendo muito otimista em relação ao ser humano? Na boa, se me dessem alimentação e transporte eu passaria duas noites lá, assistindo de camarote e ainda podendo, de certa forma, dialogar com a festa, expor opiniões que, no fim das contas, através das notas, estariam procurando colaborar para a melhora do espetáculo. Sobretudo nos mapas da Série A as justificativas me pareceram muito frágeis, pouco argumentativas, pré-concebidas. O jurado que tirou ponto de Alegorias do Império porque disse já ter visto elementos na Imperatriz 2015? Peraí, todo mundo sabe que as escolas do Acesso reciclam. Todas reciclam. A UPM em 2015 passou com uma linda Pietà que tinha sido da Mocidade 2014.

  7. Concordo integralmente com a ideia de o poder público assumir o julgamento das escolas. O problema é que sempre que essa possibilidade é aventada, vem alguém dizer que nesse tempo era muito pior. Pior porque, cara pálida? Porque os critérios de julgamento não vão mais ficar nas mãos de pessoas influentes de uma determinada Liga, como, por exemplo o patrono de uma escola A ou B? Pior porque escolas que trazem bons sambas e bons enredos, ou que contagiam o público, como fizeram Vila na Kizomba, Império no bum bum, Estácio na paulicéia, Mangueira com Caymmi, Salgueiro no Ita, etc, vão ter a chance de ganhar porque foram as escolas que empolgaram e emocionaram a plateia e não porque simplesmente passaram “tecnicamente perfeitas”, sem carros apagados, mas dando sono em quem assistia? Pois bem, todos esses exemplos de campeãs legítimas e sem discussão foram da época em que o poder público organizava, sim, o julgamento. Dizer que era pior nessa época sem sem fundamentar a opinião só serve para dar força ao modelo falido de julgamento atual, que como muito bem disse o Carlos Gil,só serve para punir equívocos e não premiar virtudes, critério esse que cai como uma luva para os interesses de escolas influentes, que ganham a disputa simplesmente por força do poder que exercem sobre os jurados.
    A propósito, também defendo que as notas 10 devam ser justificadas. Ainda que prevaleçam as tais justificativas vagas do tipo “lindo, maravilhoso, etc”, podemos pelo menos ter também a chance de que algum ou outro jurado da “boquinha”, bem intencionado ou não, pois de boas intenções o inferno está cheio, acabe se distraindo, caia em contradição nas suas justificativas, e, mesmo com o estrago já feito, perca a sua boquinha para o ano seguinte. Porque o que não dá mais é vermos ano após ano, aquela “mala” no júri que parece seguir direitinho o script nas justificativas dadas, mas que, no fundo, só está ali mesmo para não se comprometer e fazer o jogo dos patrões que, todos sabem quen são, é que comandam a Liesa, Lierj, etc.

  8. Salve, Carlos.

    Bom, concordo contigo quando diz que o DEZ precisa ser justificado. Já seria um bom parâmetro para avaliar o quanto o julgador está sendo coerente.

    Também acho urgente que o envelope da nota seja entregue na hora. Essa coisa de “nota comparativa” é o que dá mais margem à manipulação e dúvidas. Tal qual na ginástica, como o Fellipe falou em cima: as alegorias contaram o enredo? A bateria passou sem erros gritantes? As fantasias ficaram inteiras do início ao fim? A escola contou o enredo na avenida de maneira fácil?

    Pronto, não tem segredo. Dá DEZ, justifica, fecha o envelope e pronto!

    “Mas e se uma escola passar mais bonita que a outra”? Ué, então não valem os quesitos? Vale só a beleza? Que eu saiba, beleza não conta ponto. Não adianta nada um abre-alas de, sei lá, 3 milhões de reais, se não significar nada.

    Esses dois pontos, em minha opinião, já ajudariam demais!! E eu adotaria o esquema de notas divididas em 0,25, de 5 a 10. Os erros que você citou em seu texto (duas pessoas não cantando; um surdo que bateu em descompasso em uma única passada…) seriam ignorados, o que penso eu, ajudaria muito em um julgamento mais correto, punindo os erros de fato, e não de intuição.

    É um caminho, eu acho.

  9. Em primeiro lugar precisaria haver vontade de melhorar o julgamento e se buscar alternativas para tal, fato este que parece não existir no dicionário dos atuais manda chuvas da LIESA que certamente assim agem por conveniência própria. Fica muito claro que no atual cenário, selecionou-se um grupo de pessoas (julgadores) permanentes com status similar a um grupo de funcionários públicos que mais estão interessados em garantir o seu “emprego” e sua mordomia para estarem novamente julgando no ano seguinte e para tanto não podem desagradar aos “todo poderosos” da LIESA. Diante deste quadro é muito fácil para qualquer um que deseja um mínimo de isenção no resultado deduzir que os julgadores não podem ser préviamente conhecidos nem tão pouco selecionados pelos “Barões” da LIESA, sendo assim torna-se necessário que o poder público assuma a indicação do corpo de jurados bem como os mesmos sejam selecionados através de um sorteio realizado pouco antes do inicio dos desfiles, sendo este corpo de jurados desfeito logo após o carnaval.

  10. Acho que a criação de um novo Quesito seria fundamental para que a melhor sempre fosse Campeã. O Quesito Retorno. Esse não se compra e fun8ciona como uma Reação em Cadeia, seria avaliado o Retorno do Público causado pela escola que passou, durante a sua Passagem.
    Poderia valer de 0,1 a 0,5 Décimos, e acho que ajudaria a entender a Opinião do Público presente que afinal é quem importa.

  11. De fato estamos teorizando sobre um evento em que os organizadores não buscam uma mudança. Ou chorando sobre leite derramado. Talvez a confusão envolvendo Laíla e Horta possa causar alguma alteração metodológica. Não creio em nada substancial. Mas, pelo menos em teoria, é legal propor. Vai que alguém lê e concorda com a gente? (rsrsrs). Olha, sempre me incomodou esse negócio de o cara dar a nota de domingo e não fechar a conta. Aí, ele pode ver as escolas de segunda e mudar as notas de domingo. Sei que é um campeonato, que é comparativo. No entanto, é um comparativo parcial, na medida em que você pode dar 10 a várias escolas. Não fosse assim o jurado escolheria a melhor bateria e daria 11. Para a segunda melhor, daria 10, até que a pior bateria levasse zero. Como disse o Rodrigo: viu a primeira a desfilar e não encontrou erros? Dá 10, justifica, e lacra o envelope. Viu erros tais e tais? Dá 9,8, justifica, e lacra o envelope. Do jeito que é a gente não sabe os caminhos por onde passam os envelopes. Só vê que eles chegam de carro forte à Praça da Apoteose na quarta-feira.

    1. Parabéns por, mais uma vcez, propor um debate saudável sobre os desfiles das escolas de samba Gil, com ideias e sugestões, isso é muito bem vindo. Acho interessante a ideia de dar a nota e fechar o envelope assim que a escola passa. Porém, isso me levanta uma dúvida: não poderia ocorrer que, em se tratando das primeiras escolas do dia, principalmente as que não são tão aguardadas no ano, o jurado possa segurar a nota 10, no sentido de, “essa escola até merece o 10, mas foi só a primeira, ainda têm mais 5, e ainda vêm Beija-Flor, Salgueiro, Portela, Tijuca, essas tenho grande chance de dar 10, ah, melhor tirar uns dois décimos, pra não dar 10 pra todo mundo…” Acho isso errado, mas vejo uma grande possibilidade, infelizmente, de ocorrer, se é que muitos descontos já não ocorrem por motivos parecidos…

      Aproveitando, qual sua opinião, e dos demais amigos, sobre o décimo de bonificação que a Liesa tentou utilizar uns dez anos atrás, para premiar a melhor escola no quesito? Válido? Desnecessário?

      1. Poderia valer uma grana a mais; seria um incentivo extra. Mas nada que interferisse no resultado final. E com critérios bem definidos. Ou seja, ou o julgador escolhe a sua premiada com “décimo extra” ou quem atingir os 40 pontos na apuração em casa quesito.

        Ideias têm aos montes. Basta a LIESA ouvir quem realmente importa: o apaixonado pelo Carnaval!

    2. Até porque, pegando de novo o exemplo da ginástica – mais específico ainda o exercício de solo feminino – tem a nota técnica e a nota artística.

      Se a atleta faz a coreografia certa, as cambalhotas corretas, garante a nota técnica. A parte artística, aí sim, vai do gosto do jurado.

      Só que ele não fica esperando as outras atletas para dar a nota para a primeira.

      O desfile das escolas de samba deveria ser assim.

  12. Mais um ótimo texto, Gil! A única coisa que parece que todo mundo concorda é que o julgamento tem que mudar, mas ninguém se entende sobre como deve ser, daí sua pergunta-título-fechamento ser tão pertinente.

    Eu concordo com meu xará em relação a um aumento da objetividade do julgamento, aproximando-o do modelos adotados em alguns esportes, e até já tive a oportunidade de falar disso aqui mesmo no OT ano passado (http://www.pedromigao.com.br/ourodetolo/2015/03/mais-uma-visao-sobre-o-julgamento-dos-desfiles/ – obrigado mais uma vez, Fred, Migão e Dahi).

    Por outro lado, não acho que isso incentivaria a militarização dos desfiles, bastaria que nos itens de julgamento fossem incluídos elementos como “espontaneidade” em Harmonia ou Evolução, pra ficar em apenas um exemplo.

    Mesmo que não se queira revolucionar dessa forma, duas medidas já citadas no texto e nos comentários anteriores se fazem extremamente necessárias: justificar as notas 10 e selecionar julgadores a mais para que se crie um time de suplentes.

    Enfim, é muita coisa que precisa de mudança e infelizmente quem pode fazer essas mudanças parece não se importar com a qualidade de seu produto.

  13. Luis Fernando, para não te deixar sem resposta eu não vejo muito sentido no décimo de bonificação. Se eu sou jurado e acho que uma escola foi inegavelmente superior às outras em determinado quesito eu dou 10 a essa escola e notas abaixo de 10 às demais. Não é, a rigor, a mesma coisa? É que o jurado que faz isso será logo tachado de comprado pela dita escola que recebeu o 10 solitário. Então, mesmo que ache que uma – e somente uma- mereceria a nota máxima, o sujeito vai arrumar um ou dois 10 a mais para não pegar mal (a não ser que esteja na Série A, ali vale dar 10 a apenas uma e notas mais baixas a todas as outras). Ou seja, a questão não é adotar ou não o décimo, é fazer um julgamento que não leve em conta peso de bandeira, peso político, pressões externas. Convenhamos…somos quase utópicos.

    1. Obrigado Gil. Realmente, um julgamento justo e 100% imparcial, sem se deixar levar pelos fatores externos que você citou é algo bem difícil… Mas quem sabe um dia?

  14. todos os anos , só vejo todos os sites sobre carnaval criticando os jurados , ainda não vi um elogio , vida de jurado os sérios não é fácil , tem seu trabalho , suas obrigações e fica um mes estudando os sambas , letra ,melodia , vendo se encaixa no enredo , e é subjetivo , muitos pontos de vista , neste mesmo site uns anos atras ouvi muitas criticas sobre alguns jurados e hoje depois da evolução que noto nas justificativas desses mesmos jurados pois acompanho carnaval , não vi o migão nem outro pra elogiar , só críticas , o elogio estimula e faz com que os jurados sérios vejam o bom trabalho que fez…..

  15. Bruno, não sei se foi uma observação crítica ao texto mas eu concordo contigo. Tanto que disse acima que há muita gente bem intencionada, que julga de maneira correta e compreensível. Infelizmente, não é possível generalizar, visto que as justificativas muitas vezes toscas nos levam a crer que há, também, muitos jurados despreparados. Abraços e obrigado pela participação.

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