Assisti às quatro primeiras escolas do setor 2 e às três últimas do 8. Isso causa alguma diferença de avaliação mas desfile de escola de samba é que nem GP de Fórmula 1. Você vê o que passa na sua frente e deixa de ver muita coisa que acontece em outros pontos da pista. Seria impossível e não tenho a pretensão de avaliar quesito a quesito. São as impressões gerais das apresentações.

Primeira constatação óbvia. Samba enredo e enredo ajudam a construir um bom desfile. Isso se aplica, como era de esperar, à Viradouro. Para mim – e acho que para a grande maioria – a melhor apresentação da noite (não dou unanimidade porque vi algumas pessoas que gostaram mais do Porto da Pedra). Acho que o Tigre, com sua simpática homenagem ao palhaço Carequinha, foi muito bem. Um típico desfile de escola que se reencontra, que está feliz consigo mesma. Faltou um samba à altura e senti, na plástica, algo um tanto repetititvo. Mas se o enredo era um palhaço…até natural ver muito rosto pintado, nariz vermelho e cores berrantes.

Voltando ao Alabê de Jerusalém. A pergunta é: passou a campeã? Acho cedo para dizer. Não só porque ao menos quatro escolas de hoje são fortes no grupo. Mas porque os jurados, se forem rigorosos, têm de onde tirar pontos da vermelho e branco. Comissão de Frente. Se é comparativa ela não foi boa como a do Porto. Nem perto disso. Alegorias. O segundo carro totalmente apagado. O mercado egípcio com falhas de acabamento. O quarto carro ganhou um neon e luzes mas não era essa maravilha toda. Quem viu me disse que o casal errou no segundo módulo. De onde vi, foram bem. Foi o momento de maior emoção da noite mas prefiro a cautela. Não saí convencido desse título não.

Bem, na minha ordem então temos Viradouro, Porto da Pedra e, em terceiro, Santa Cruz. Enredo batido, muito verde, muito índio, muito tudo aquilo que já vimos. Mas bem feito, com capricho, boa iluminação. O samba é correto. Não é desfile de levantar da cadeira e ainda teve a questão da evolução problemática. Ainda assim, no conjunto, escola veio mais encorpada que as seguintes.

Gostei mais da Renascer que do Império da Tijuca. Embora eu acredite que a Formiga vai pegar classificação melhor. Aí fica na conta do samba – ótimo de se ouvir (Renascer) versus terrível de se aguentar (Império). No início até gostei das primeiras fantasias e do abre-alas da verde e branca. Depois foi ficando uma sucessão de refências a personagens vividos pelo homenageado, nem sempre com boa realização. A Renascer passou com visíveis problemas financeiros mas feliz, cantando, solta.

Alegria da Zona Sul fez desfile para ficar no grupo e teve bons momentos. Talvez prejudicada por ser a segunda a desfilar e vir, ano após ano, batendo nas últimas posições, se segure novamente ali pelo fim da tabela. Apresentação digna e volta por cima do carnavalesco Marco Antônio e da turma que estava com ele no desastroso desfile da Em Cima da Hora em 2015.

Rocinha. A mais fraca da noite. Enredo confuso, alegorias com problemas de finalização, estouro de tempo. Sei não. Por enquanto a volta à Intendentes está batendo na porta. Salvaram-se se o agradável samba e a competente bateria.

2 Replies to “Com grande samba e belo desfile, Viradouro larga na frente”

  1. porto da pedra para mim com um lindo samba foi a maior emoçao da avenida viradouro imperioserrano e paraiso de tuiti forão otimos

  2. SO DISCORDO DE VC QUANTO O SAMBA DA PORTO DA PEDRA ACHEI O SAMBA MUITO BONITO E EMOCIONOU A GALERA

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