Nesta véspera de Natal, a última parte de nossa série.

Tênis de Mesa

Classificação: equipe completa no masculino e feminino já classificadas pela vaga de país sede.

Chances de medalha: pequenas. No individual é quase impossível derrotar os chineses, que devem dominar o pódio mais uma vez. Nossas maiores chances de medalha são no torneio por equipes masculino; ainda sim, não estamos no principal grupo de disputa por medalhas.

Tiro com Arco

Classificação: equipe completa no masculino e feminino já classificadas pela vaga de país sede.

Chances de medalha: pequenas. Todas elas se resumem ao menino prodígio Marcus Vinícius D’Almeida. Assim como Ana Sátila, seu auge só será atingido em 2020 ou até 2024. Marcus já atingiu feitos incríveis em um esporte no qual a tradição do Brasil é igual a zero. Ele já foi campeão mundial júnior, finalista da Copa do Mundo de adultos com apenas 16 anos e quadrifinalista do mundial deste ano.

Ele ainda não tem resultados consistentes nos torneios para o posicionar no grupo principal por disputa de medalhas, mas é uma aposta para quem gosta de correr por fora.

Tiro Esportivo

Classificação: o Brasil tem vagas garantidas por ser dono da casa em três provas no masculino (pistola 25m, , pistola de ar 10m, fossa olímpica e skeet) e quatro no feminino (pistola de ar 10m, carabina 10m, fossa olímpica e skeet). As vagas de dono de casa na carabina deitado 50m e pistola de ar 10m não serão usadas pois, respectivamente, Cassio Rippel e Felipe Wu conquistaram a vaga ao ganharem suas provas no Pan de Toronto.

Chances de medalha: bem pequenas. As chances se resumem a Cassio Rippel na carabina de 50m deitado, em uma possível zebra e Felipe Wu, na pistola rápida de 10m, no que seria uma zebra consideravelmente maior.

pamelaoliveira3_joaogabriel3Triatlo

Classificação: por ser país sede, o brasil tem uma vaga no masculino e uma vaga no feminino. Provavelmente essas vagas serão descartadas, pois é provável que Diogo Sclebin e Pamela Oliveira consigam a vaga diretamente pelo ranking olímpico. Teoricamente é possível o Brasil classificar mais triatletas, mas na prática é quase impossível.

Chances de medalhas: tendentes a zero.

Vela

Classificação: por ser país-sede, o Brasil tem vaga garantida em todas as classes. Alias todos os representantes já foram definidos pela CBVela.

470 masculino: Henrique Haddad e Bruno Bethlem

C470 feminino: Fernanda Oliveira e Ana Barbachan

49er: Marco Grael e Gabriel Borges

49er FX: Martine Grael e Kahena Kunze

Laser: Robert Scheidt

Laser Radial: Fernanda Decnop

Finn: Jorge Zarif

Nacra 17: Samuel Albreicht e Isabel Swan

RS:X masculino: Ricardo “Bimba” Winick

RS:X feminino: Patrícia Freitas

Chances de medalhas: grandes. A vela passou por uma revolução para a Rio 2016 e houve uma reforma geral nas classes que fazem parte do programa olímpico. Apesar da queda da Classe Star, a classe de mais tradição aqui, essas mudanças podem ter sido boas para o Brasil, que vem de resultados medianos em Londres. Essas novas classes vem juntas com uma nova geração de velejadores que acredito, voltarão a fazer o Brasil a ter holofotes na Vela. Não faltarão chances de medalhas.

Vamos começar com aquele que talvez seja o maior atleta olímpico da história brasileira: Robert Scheidt. Com o fim da Classe Star, Scheidt resolveu voltar para a Classe Laser, na qual ele conquistou seus dois títulos olímpicos (Atlanta 1996 e Atenas 2004) e o Brasil ficou órfão após sua saída. É uma classe que exige muito do corpo fisicamente e Scheidt com seus 42 anos sai um pouco atrás nesse ponto. Ainda sim, ele tem conseguido resultados consideráveis em sua volta e, se não é mais o favorito ao ouro, está no grupo principal de postulantes ao pódio – e já voltou a ser campeão mundial em 2013 nesta classe.

Nossa maior chance de ouro está com a família que virou sinônimo de Vela no país, Martine Grael e Kahena Kunze foram campeãs mundiais na 49th FX em 2014 e vice-campeãs em 2013 e 2015, sendo as atuais líderes do ranking mundial. Devem entrar nos Jogos como as favoritas.

Na Classe Finn, o Brasil conta com o jovem Jorge Zarif de 23 anos, mas que foi campeão mundial nesta categoria ainda em 2013. Depois desse título mundial ele não mais alcançou resultados tão expressivos, mas ele foi 7° lugar no mundial deste ano e deve disputar medalha aqui no Rio.

Quem também não pode ser esquecido é Ricardo Winick, o “Bimba”. Ele que é muito lembrado pela perda inacreditável da medalha em Atenas, continua a ter resultados expressivos na RS:X (Windsurf) masculino e está mais uma vez no grupo principal de disputa de medalha.

Na RS:X feminina Patricia Freitas também vem tendo resultados interessantes e também deverá estar no grupo principal para disputa de medalhas.

Na 470 feminina Fernanda Oliveira e Ana Barbachan já ganharam etapas de Copa do Mundo recentemente e também deverão disputar o pódio, inclusive o lugar mais alto. Fernanda Oliveira já ganhou o bronze em Pequim nesta classe.

Por fim, na 49er masculina, os representantes brasileiros serão o irmão de Martine, Marco Grael e Gabriel Borges. Não são os favoritos, mas tem alguma chance de medalha.

gallerypic_2Vôlei de Praia

Classificação: infelizmente o Brasil só pode classificar duas duplas no masculino e duas no feminino. Se não houvesse o limite, o Brasil tranquilamente teria cinco duplas nos Jogos Olímpicos em cada naipe. A CBV já definiu as quatro duplas que nos representarão. Serão elas: Alison/Bruno Schimdt e Evandro/Pedro Solberg no masculino, Larissa/Talita e Ágatha/Barbara Seixas no feminino.

Chances de medalha: enormes. Brasil é atual campeão mundial tanto no masculino quanto no feminino. Alias, no campeonato feminino de 2015 o Brasil fechou o pódio inteiro: primeiro, segundo e terceiro. Com o fim da dupla dinâmica americana May/Walsh (May se aposentou), as brasileiras são favoritíssimas para ganhar a competição em casa.

No masculino a competição é grande, especialmente com os americanos Lucena e Dalhauser, mas os brasileiros estão na disputa pelo ouro.

Vôlei

Classificação: equipes masculina e feminina já classificadas pela vaga de país sede.

Chances de medalha: boas. O vôlei vive uma grande fase mundial no masculino e temos várias equipes muito boas que estão trocando vitórias. Coloco nesse grupo Brasil, Itália, França, Polônia e Estados Unidos. A Rússia não vive boa fase, mas não pode ser descartada. Qualquer dessas equipes pode conquistar o ouro. Pode dar Brasil? Pode, mas são muitos países juntos e sem favoritismo.

No feminino continuamos a sofrer com a posição de levantadora, como já escrevi no Ouro de Tolo inúmeras vezes. Isso nos deixa um pouco abaixo de Estados Unidos e Rússia. Mas Estados Unidos e Rússia vacilaram na Copa do Mundo e perderam a vaga para China e Servia, equipes que o Brasil pode bater. Ou seja, será mais uma roleta russa.

Imagens: Globoesporte.com