E o Botafogo subiu…
Ano passado fiz uma coluna com esse nome quando ficou iminente o rebaixamento do clube da estrela solitária à série B. Faltavam duas ou três rodadas e a situação era terminal. Tentei nessa coluna explicar o porquê do Botafogo chegar aquele estado e no fim deixei uma mensagem de esperança.
Pois a esperança venceu o medo e até de uma forma surpreendente o Botafogo subiu de forma tranquila… Muito mais que o Vasco ano passado, por exemplo.
Surpreendente porque o cenário não mostrava que isso poderia ocorrer. A antiga administração deixou “terra arrasada”. Dívidas, atrasos salariais e jogadores fazendo fila para pedir liberação de contrato na justiça.
A situação era terrível.
Esse cenário que encontrou o novo presidente Carlos Eduardo Pereira e aos poucos ele foi colocando a casa em ordem. Garantiu a renovação do ídolo Jefferson, trouxe Antonio Lopes para coordenar o futebol, René Simões para treinador e jogadores pouco conhecidos ou experientes sem mercado como William Arão, Jobson, Bill e Rodrigo Pimpão.
René conseguiu montar um time que de forma surpreendente fez um grande Estadual. Venceu a Taça Guanabara e depois de uma classificação sofrida contra o Fluminense chegou à final do certame. Algo impensável no fim de 2014. Perdeu o título para o Vasco, mas ser campeão estadual não era a meta do ano.
Tinha que voltar à primeira divisão.
Começou muito bem a campanha parecendo que voltaria muito fácil, mas começou a oscilar, pintou o fantasma de não conseguir a vaga de volta. No fim do estadual perdeu Jobson por punição a doping. Durante esse período de oscilação perdeu o restante do ataque titular (Bill e Pimpão), foi eliminado da Copa do Brasil dentro do Engenhão para o Figueirense (no último lance da partida) e nesse momento turbulento mandou René embora.
Trouxe Ricardo Gomes, pela primeira vez voltando a ser treinador desde o AVC e durante o ano teve que remontar o time. Trouxe jogadores como o uruguaio Navarro, o experiente Daniel Carvalho, a eterna promessa Lulinha, a promessa Neilton e as coisas voltaram ao lugar.
Voltou à liderança para não mais largar até conquistar o título de forma merecida.
Voltou bem, voltou com moral, voltou campeão. Caiu, disputou no campo e venceu como todo time de futebol tem que fazer. O Botafogo volta a série A de cabeça erguida, mas tem que voltar com a noção que há muito a ser feito.
O time é bom, mas é bom para série B. É pouco, muito pouco para um campeonato competitivo como da série A. É preciso contratar jogadores de série A, com rodagem, experientes para dar jogo, dar mais maturidade a esse time. É preciso também preservar os principais nomes do elenco que já recebem investidas de times que no momento tem mais poder aquisitivo. Perdas acontecerão, é difícil enfrentar o mercado vindo da série B, mas que saiba repor.
E se imponha como time da série A, imponha a força de seu nome.
Bem vindo de volta Botafogo.
Com a subida do Botafogo, o fim de seu drama e vendo esse final de campeonato me vem nova pergunta:
E o Vasco?
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