De vez em quando, especialmente no futebol, a realidade gosta de pegar algum punhado de dias para se jogar na cara de todo mundo. Sabe aquelas coisas que todo mundo sabe, mas que ficam escondidas por um tempo, como se fosse um período de acordo de paz em meio a uma guerra? Então, de vez em quando a bomba estoura toda de uma vez.

Um exemplo disso é a relação entre torcedor e jogador. É um assunto espinhoso porque envolve paixão. Ser jogador de futebol é uma profissão e os torcedores seriam como clientes. Mas a tal da paixão impede raciocínio tão simplista. Da mesma forma, não cabe comparar o jogador que joga mal a um ator que erra uma cena em um teatro ou vai fazer novela em outro canal porque uma paixão ferida não se resolve com uma vaia. Desse modo, como o torcedor não tem nenhum benefício ao perder pelo menos cinco ou seis horas da sua semana nutrindo uma paixão que acaba direta ou indiretamente gerando dinheiro para o clube, ele tem o direito de se sentir “patrão” do jogador. É justo. Mas isso, desde sempre, passa muito do ponto no Brasil, como essa última semana pôde provar.

O primeiro exemplo nem é para se tirar inteiramente a razão da torcida. O meia do Internacional, Valdívia, falou que, se fosse bom para ele e para a família, aceitaria normalmente jogar no Grêmio. A torcida do Inter partiu pra cima do jogador nas redes sociais, com xingamentos e ofensas. Não chega a ser de todo incompreensível, mas vale uma reflexão. Quem ainda consegue achar em pleno 2015 que existe um amor à uma camisa específica? Já passou da hora do torcedor superar esse conto de fadas e entender que o futebol de hoje é assim. Se é bom ou ruim, eu não sei, mas é hipocrisia e até burrice de qualquer jogador falar o contrário. Até por isso, chega a me doer os ouvidos ouvir a torcida do Corinthians xingando Guerrero de “mercenário”, ofendendo um dos melhores e mais importantes jogadores do time no Século. Esse caso é mais grave. Que se pondere a tal burrice dele ter dito, um ano atrás, que ele só jogaria no Brasil pelo Corinthians, precisa ser muito cego para dizer que alguém que agarrou uma oportunidade melhor de trabalho é um mercenário. Seriam essas pessoas todas fiéis eternamente aos seus empregos?

No domingo, a coisa já entrou para o nível da criminalidade. Após verem seus times perderem em casa, torcedores de Goiás e Coritiba atacaram a integridade física dos jogadores. O segundo caso ficou até escondido em meio ao primeiro, porque esse teve uma reação: Felipe Menezes e Zé Love foram pra cima dos torcedores que ofenderam os jogadores enquanto o time estava entrando no ônibus. Zé Love disse que ameaçaram sua mulher de estupro… Um absurdo! Mas sabe o que vem mesmo sendo comentado? A voadora de Felipe Menezes na torcida. “Ele não estava machucado? Chinelinho!”. É a culpabilização da vítima, como se ele fosse responsável pela ignorância de seus adeptos. Como se fosse normal acusar alguém de fingir uma lesão ou de enganar os outros. Como se alguém fosse obrigado a ouvir isso e ficar quieto. É a cultura da propriedade do jogador pelo torcedor que ainda vai nos fazer ver muitas cenas como as deste fim de semana por muito tempo.

Fluminense 0 x 1 Atlético Paranaense

Tão óbvio que quem vê o VT depois do jogo facilmente adivinha o final da história. Um daqueles roteiros prontos de jogos de futebol que se perpetuaram ao longo dos anos. O time da casa joga bem, cria várias oportunidades e é imensamente superior a um adversário que parece levar perigo apenas no contra-ataque. As chances vão saindo e o time da casa vai desperdiçando… Algumas por falta de paciência na hora de finalizar, outras por falta de competência e ainda umas e outras por azar.

No segundo tempo, o domínio perde um pouco da intensidade e o adversário começa a ganhar campo e a assustar. O time da casa é superior, mas a vitória que parecia tão óbvia no começo da partida vai sendo posta em dúvida pelo balanço das horas. O desespero começa a tomar conta, a tática começa a ser abandonada e o time adversário, que já estaria pra lá de satisfeito com um empate, é quase que convocado a aproveitar as crateras deixadas pelo sistema defensivo. E então sai o gol do time adversário. Um improvável gol de cabeça de Walter, que deixa torcida e time de cabeça quente antes de um jogo decisivo. Um final previsível, acima de tudo.

Figueirense 0 x 0 Santos

Um outro clichê do futebol é o “zero a zero bom”. Esse foi um deles. Qualquer jogo com dois times taticamente bem armados, ofensivos e com qualidade fica legal de se ver. O primeiro tempo foi até melhor tecnicamente, com maior intensidade e os dois times desperdiçando tantas chances lá na frente quanto abrindo espaços lá atrás. O destaque absoluto foi mais uma vez o juiz Leandro Vuaden, que ignorou um pênalti claro pra cada lado em um intervalo de cinco minutos – e ignoraria outro a favor do Santos no segundo tempo.

Por falar em segundo tempo, o Peixe conseguiu controlar um pouco melhor o jogo no segundo tempo. Ao se acertar defensivamente, foi mais intenso no campo de ataque, apesar da atuação ruim de seu motor, Lucas Lima. O empate esteve longe de ser uma tragédia, mas com um pouco mais de objetividade o Peixe poderia ter conseguido sorte melhor em Florianópolis.

622_285481f8-a5b3-326b-befa-4bc14c7c9b64Internacional 1 x 0 Joinville

Eu tinha dito aqui que não conseguia ver o Inter vencendo esse jogo com tranquilidade. Poderia dizer que acertei, já que a vitória foi mesmo complicada, mas devo dizer que nem no alto do meu pessimismo quanto ao time de Argel eu poderia imaginar o Joinville dando tanto trabalho assim. Não chega a ser um exagero dizer que em uma parte considerável do jogo, o Tricolor catarinense foi melhor e, principalmente, mais perigoso.

O Inter fez uma partida burocrática, apática, sem compactação e com uma tática mambembe. Surpreendido pela organização do adversário, demorou a conseguir se encontrar e, pra falar bem a verdade, não fez valer sua superioridade técnica em momento algum do jogo. Venceu com um gol que foi mais obra do acaso do que qualquer outra coisa. Não é demérito nenhum, mas é uma evidência quase cristalina de que o time ainda vai ter que melhorar muito para conseguir essa vaga na Libertadores.

Palmeiras 0 x 2 Sport

Que coisa triste tem sido ver o Palmeiras jogar ultimamente. Todo aquele trabalho do meio do Campeonato parece ter sido jogado por água abaixo justamente agora, na reta final. O time não tem nenhum artifício na saída de bola, nenhum recurso para superar a marcação do adversário e tem apelado com frequência absurda para o chutão. Quando joga contra um time mais forte, como é o Sport, está armado o cenário para uma derrota. O golaço dos pernambucanos no primeiro tempo piorou ainda mais a situação, acrescentando um bom grau de nervosismo nos jogadores e de impaciência na torcida.

Essa soma de adversidades deixou o Palmeiras pouco criativo e o Sport tranquilo para administrar o jogo com uma boa marcação. Sem sofrer muitos golpes, os nordestinos esperaram o momento certo de matar o jogo. No meio do segundo tempo, marcaram o segundo com um gol de pênalti e mataram a parada. Vitória para se colocar de vez na briga por uma vaga na Libertadores.

Vasco 0 x 0 Grêmio

Mais um exemplo de zero a zero que não foi ruim. Aliás, os dois melhores jogadores em campo foram os dois goleiros. Sobre o jogo em si, vale dizer que o Vasco de hoje é um time ruim, bem ruim, mas bastante decente. Um dos 10 melhores do Campeonato desde que iniciou sua reação, o cruzmaltino deve ser rebaixado por ter demorado 23 rodadas para acordar. Hoje, porém, impõe respeito, é chato de ser batido em casa e consegue igualar por outros fatores uma eventual deficiência técnica.

Diferentemente do que aconteceu nas outras partidas dessa série de reação dos cariocas, o jogo de domingo teve um adversário superior na maior parte da partida. Melhor, mais organizado e longe de estar em crise, o Grêmio conseguiu se impor, mas pecou na hora de finalizar. Faltou calma em uns momentos, sobrou em outros e o Vasco, que hoje é um time razoavelmente consistente, conseguiu se virar dessa forma. Ainda teve boas chances de vencer o jogo, mas tropeçou nas próprias limitações. Não é um resultado absurdo para nenhum dos dois times, mas, precisando de um milagre, o que aconteceu foi que o Vasco deu mais um passo rumo à Série B.

Chapecoense 0 x 0 Avaí

Esse sim foi um jogo bem fraquinho, muito porque a Chapecoense parecia muito mais interessada no jogo contra o River Plate pela Sul-Americana e fez uma partida pra lá de sonolenta. Mesmo muito inferior tecnicamente, o Avaí, que encarou o jogo como uma decisão, foi muito melhor. Com um futebol veloz, de boa troca de passes e com razoável tranquilidade, esbarrou na hora de concluir a gol. Desperdiçou muitas chances e, quando marcou, ainda teve o gol muito mal anulado.

Coritiba 1 x 2 São Paulo

sao-paulo-coritiba-25102015_bsdueo8tisqa1xjyoxg7vclxmUma surpreendente boa atuação do São Paulo. A porrada que levou na Copa do Brasil parece ter indicado que o caminho é mesmo o Brasileirão e fez o Tricolor entrar em campo mais concentrado. Enfrentando um time horroroso e que só piora a cada rodada, ficou fácil para o São Paulo, mesmo com todos os problemas crônicos que possui, dominar a partida. Paulo Henrique Ganso fez uma boa atuação e Alan Kardec fez seu primeiro bom jogo desde que voltou de lesão. Principalmente através desses dois jogadores, o time paulista fez várias boas triangulações e chegou ao gol. Poderia ter feito muito mais, mas perdeu muito gol.

E, como a fase não anda boa, levou um duro golpe no fim do primeiro tempo, com um golaço de Cáceres. Era de se imaginar que o time voltaria abatido, mas isso não aconteceu. Apesar de toda a turbulência, o psicológico não interferiu negativamente e os visitantes voltaram com a mesma pegada. Toques rápidos, muita velocidade e muito talento individual, como bem mostrou o golaço de Alexandre Pato. Doriva errou feio ao recuar o time depois do 2 a 1 e expor a um risco totalmente desnecessário, mas acabou dando certo, até porque anda difícil perder ponto para esse time do Coritiba.

Corinthians 1 x 0 Flamengo

É mais uma vitória daquelas sintomáticas. Dizer que o Corinthians jogou um grande futebol é um mentira imensa. Dizer que dominou o Flamengo é outra. Dizer que foi uma vitória tranquila e soberba, idem. Mas o Corinthians venceu. Venceu porque fez um primeiro tempo seguro, que se não foi brilhante, foi conciso. Contra um Flamengo desarrumado e desorganizado, não foi difícil jogar o seu jogo de toque de bola rápido. Por isso, quem diz que poderia ter goleado, não está errado. Em um espaço curto de tempo, foram três chances claras desperdiçadas e o gol de Vagner Love.

Nas poucas vezes em que conseguia transformar a sua posse de bola em alguma coisa mais efetiva, o Flamengo esbarrou em sua desorganização tática. Aliás, o jogo provou, especialmente no segundo tempo, que o abismo técnico entre os times é infinitamente menor que os 24 pontos da tabela sugerem. A diferença, basicamente, está no nível de concentração, no desenvolvimento do jogo e dos conceitos táticos. O Flamengo é um punhado de bons jogadores sem conexão, o que atrapalha, especialmente contra um time como o Corinthians, que também é um punhado de bons jogadores, só que bem trabalhado. O time relaxou muito no segundo tempo, especialmente quando teve um a mais e poderia ter matado o jogo. Bobeou e não soube aproveitar a superioridade numérica, chegando inclusive a ter a vitória ameaçada. Mas, no fim das contas, foi mais uma vitória e mais um passo na caminhada rumo ao título.

Goiás 0 x 1 Cruzeiro

Outro jogo bem ruinzinho. Nem dá para dizer que o Cruzeiro jogou bem. O Goiás, emocionalmente em frangalhos, caminha a passos largos para o rebaixamento. A declaração do Presidente do Conselho Fiscal do clube Hailé Pinheiro até que foi cirúrgico quando disse que o jogo foi perdido em um erro individual. Dispensável ter respondido para o repórter que perguntou de quem foi o erro que “se não foi sua mãe foi minha mãe”, tudo bem, mas a análise não está errada. O Goiás jogou no seu limite, contra um time melhor e mais forte, e acabou bobeando em um momento no jogo. Foi o suficiente para que saísse o gol da vitória cruzeirense. Aliás, é impressionante como o Mano Menezes acertou esse time. Livrou de qualquer chance de queda e de quebra ainda pode colocar muito em breve na primeira parte da tabela.

Atlético Mineiro 2 x 1 Ponte Preta

Já disse aqui algumas vezes que o Atlético Mineiro melhorou muito das últimas rodadas para cá. E jogando contra o fortíssimo time da Ponte Preta isso ficou claro. Mesmo com o público mediano no Independência, o Galo fez valer o fator casa e se impôs. Não deixou a Ponte Preta jogar, não deixou ditar seu ritmo e, de quebra, ainda conseguiu superar sua sempre bem postada marcação. No primeiro tempo, foram muitas chances desperdiçadas, o que foi até criando um clima de tensão na partida. Parando em Marcelo Lomba, o Galo foi vendo o tempo passar e nada do gol sair.

Mas o Atlético Mineiro acabou jogando muito bem mesmo com essa dificuldade. Quando enfim conseguiu marcar o primeiro, logo marcou o segundo e aí enfim conseguiu relaxar um pouco para administrar a partida. Administrou bem e não deveria ter sua vitória ameaçada. Mas a Ponte, insistente como sempre, descontou nos acréscimos e ainda foi pra cima no finalzinho, perdendo inclusive um gol inacreditável no último lance do jogo. Mesmo com essa cota desnecessária de sofrimento, vitória importantíssima e que mantém o campeonato vivo.

Classificação

A classificação atualizada do Brasileirão.

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Público e Gols

– A rodada ficou um pouco abaixo da média em termos de público, mas segue estável com 17.050 torcedores por jogo. Excluindo as últimas seis rodadas, foram 12.283 em 2006, 16.140 em 2007, 15.988 em 2008, 16.707 em 2009, 13.919 em 2010, 14.359 em 2011, 12.535 em 2012, 14.427 em 2013 e 15.650 em 2014.

– Na pior rodada em termos de gols da era dos pontos corridos, o Brasileirão chegou a 761 gols. A essa altura, eram 873 em 2006, 857 em 2007, 824 em 2008, 906 em 2009, 811 em 2010, 858 em 2011, 789 em 2012, 796 em 2013 e 711 em 2014.

Palpites para os jogos da 33ª rodada

São Paulo x Sport –Sábado, 31/10, às 17h, no Morumbi, em São Paulo

Jogo bom, um confronto direto entre dois times postulantes ao G-4. O Sport vem sendo um time mais sólido e consistente, mas ainda acredito mais no Tricolor. 2 a 1 para o São Paulo.

Avaí x Cruzeiro – Sábado, 31/10, às 19h30, na Ressacada, em Florianópolis

O Avaí vem jogando com o sangue nos olhos, o que acaba mascarando a deficiência técnica do time. Mas o Cruzeiro está embalado, vem jogando bem e enfiou na cabeça que pode chegar à Libertadores. Por isso, aposto na Raposa. 2 a 0 para os mineiros.

Ponte Preta x Joinville – Sábado, 31/10, às 19h30, no Moisés Lucarelli, em Campinas

Depois de manter-se próxima ao G-4 em uma rodada onde a derrota era o resultado mais provável, a Ponte tem uma ótima chance de chegar de vez na parte de frente dessa briga. É o jogo perfeito para isso. 3 a 1 para a Macaca.

Coritiba x Figueirense – Sábado, 31/10, às 21h, no Couto Pereira, em Curitiba

A crise no Coritiba anda feia e o time vem piorando cada vez mais, mas o time me parece unido para tentar livrar o Coxa dessa situação. Como o Figueirense adora perder uns jogos esquisitos, darei um voto de confiança ao alviverde. 2 a 0 para o Coritiba.

Atlético Mineiro x Corinthians – Domingo, 1/11, às 17h, no Independência, em Belo Horizonte

O jogo mais aguardado do Campeonato. Dois dos melhores times do Brasil. Para o Galo, uma final de Campeonato. Para o Corinthians, a chance de ratificar a condição de campeão incontestável. Minha torcida é para que a arbitragem não interfira. Meu palpite, é de que a briga pelo título vai esquentar. Vitória do Galo por 2 a 1.

Chapecoense x Atlético Paranaense – Domingo, 1/11, às 17h, na Arena Condá, em Curitiba

Único jogo da rodada com dois times desinteressados, a promessa é de um jogo tão fraquinho quanto imprevisível. Meio no escuro, fico em cima do muro. Empate em 1 a 1.

Santos x Palmeiras – Domingo, 1/11, às 17h, na Vila Belmiro, em Santos

Não fosse o jogo de Belo Horizonte, seria o grande jogo não só dessa, como de todas as últimas cinco rodadas. Pela fase que vive, sendo um time muito mais sólido, e por jogar em casa, o Santos é favorito. 3 a 1 para o Peixe.

Grêmio x Flamengo – Domingo, 1/11, às 17h, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre

No atual momento dos dois times, fica praticamente impossível não apostar em vitória do Grêmio. 2 a 0 para o Tricolor Gaúcho.

Vasco x Fluminense – Domingo, 1/11, às 18h, no Engenhão, no Rio de Janeiro

Ainda não me conformo que esse jogo não vai ser no Maracanã. Vai tirar muito da graça, certamente. Mas, vida que segue… Promessa de jogo muito bom e muito equilibrado. Estou há muito tempo com sensação de que ninguém vence. Empate em 2 a 2.

Goiás x Internacional – Domingo, 1/11, às 19h30, no Serra Dourada, em Goiânia

O empate que eu palpito, acreditem, não é por mérito algum do Goiás. É que esse Inter realmente não me convence. Empate em 0 a 0.

O que pode ser definido na rodada

Atlético Mineiro nas oitavas de final da Copa do Brasil

O que precisa acontecer: o Atlético garante uma das seis primeiras posições se vencer o Corinthians e o Internacional e a Ponte Preta perderem seus jogos para Goiás (no Serra Dourada) e Joinville (em Campinas).

Simulador

Simulei as últimas seis rodadas e ficamos assim.

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