Você sabe que chegou a reta final do Campeonato Brasileiro quando as reclamações contra a arbitragem se intensificam e um clube é escolhido como o beneficiado da vez. O de 2015 é o Corinthians.

Semana passada o Corinthians venceu o Fluminense com um erro clamoroso de arbitragem e durante dias só se discutiu isso. Tivemos naquela rodada vários jogos bacanas, o do Corinthians mesmo quando o time dominou o jogo e fez uma bela partida. Mas só se falava na arbitragem e no “esquema CBF / Globo / Corinthians”.

No domingo teve Fla x Flu e o Flamengo foi beneficiado. Fez um gol em que o passe do zagueiro Wallace foi com o braço e o juiz não deu. O mesmo Flamengo que foi muito prejudicado em jogos como contra o Palmeiras. O inusitado foi a nota oficial do clube reconhecendo o erro do árbitro e reclamando.

Sua excelência, o árbitro, está na marca do pênalti.

Primeiro vamos esclarecer algumas coisas. Até que se prove o contrário, como em 2005, para mim todos são honestos e esse negócio de esquema é coisa de “mimizento”. Eu sempre falo isso, os juízes erram para todos. Todos os times têm histórias de jogos em que foram prejudicados, mas nenhum (tirando essa do Flamengo) tem peito pra dizer que foi beneficiado.

Seu clube sempre é o “coitadinho”, o perseguido, sofrido. O pobre de seu time é mais perseguido que cristão no coliseu. O próprio editor chefe desse blog, um botafoguense de alma, adora falar essas coisas. Mas não é assim.

O Corinthians não é beneficiado de forma deliberada por um esquema. Pode até ser em alguns jogos com arbitragem marcando coisas duvidosas ao seu favor devido o peso de sua camisa, mas não acredito em manipulação. O presidente da CBF é palmeirense, é inimigo da direção do Corinthians, e isso não faz sentido.

O Brasil é um país “mimizento” por natureza. É o país em que mais reclama de arbitragem e por isso tem que reforçar leis como não poder reclamar em campo. Se não tomam atitudes como essas o jogo não corre.

O juiz é sim mal preparado. É o único com envolvimento direto no espetáculo que não é profissional. Não recebe salários e assim não pode se dedicar inteiramente ao exercício dessa profissão. Preparando-se tecnicamente, fisicamente e estudando.

Com várias atividades, não se dedica como deveria e acaba errando. Não deve ser fácil também arbitrar ou bandeirar um jogo. O futebol está cada vez mais corrido, dinâmico, não sei se um cara apenas é capaz de comandar uma partida.622_42d1e274-90d5-3024-9e2d-91437028405a

A CBF, a milionária CBF, diz que não tem dinheiro para pagar os árbitros. Não deve ser barato mesmo até porque não pagaria apenas os que trabalham na Série A. Teria de pagar todos, inclusive aqueles de campeonatos deficitários. Mas ela tem de dar seu jeito. Venda a Seleção para mais uns jogos no mundo árabe e pronto.

Temos de ter mais responsabilidade nas palavras. Atacam a honra de árbitros como fez o enlouquecido ex presidente do Atlético-MG (o clube mais mimizento do futebol brasileiro) esquecendo que ali tem um homem, um pai de família. Futebol não é uma sociedade à parte. Todas as regras de educação e respeito têm de ser usadas nesse ambiente como em qualquer um.

Até que se prove o contrário, são todos honestos e como seres humanos todos passíveis de erros.

Cartão vermelho para o choro.

Twitter – @aloisiovillar

Facebook – Aloisio Villar

Fotos: Estadão online e UOL