Não, hoje não viemos para falar sobre qualquer questão ligada ao universo jurídico ou do direito do consumidor. Janeiro chegou – e a necessidade de temas leves para o verão escaldante veio junto.

Hoje o tema é outro, muito mais aprazível: viagem.

No fim do último ano, aproveitando algumas milhas que ainda tinha para expirar, eu e a minha mulher resolvemos conhecer um cantinho ainda desconhecido de muitos brasileiros: a bucólica e interiorana Brumadinho, em Minas Gerais, uma cidade de cerca de 30 mil habitantes, a 60 km de Belo Horizonte numa estrada tranquila e acessível. Não que nós sejamos profundos conhecedores do mapa completo do nosso país. Pelo contrário. O que nos atraiu à cidade foi o imponente e espetacular museu do Inhotim.

Sonic Pavilion - de Redondo BeachQuando resolvi que este seria o tema da coluna, fiquei pensando na enrascada em que havia me metido. Falar de um lugar desses é uma tremenda responsabilidade. Porque, como um taxista local muito bem definiu, é “um Brasil que a gente nem sabia que existia”. Tudo, simplesmente tudo, no museu, funciona de maneira organizada, funcional e, principalmente, belíssima.

Para quem não sabe (e é para isso que estamos aqui), o Instituto Inhotim é a sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do país. É considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. O nome, segundo me informei lá, remete a um inglês, do século XIX, que possuía as terras e se chamava Timothy. Logo, virou Sr. Tim. Dali para “Nhô Tim” foi um passo. Um nome tipicamente mineiro.

Quando você pensa em museu, é automático: “ai, que saco, um bando de coisa velha e parada. Que sem graça”. Eu entendo, é natural esse tipo de aversão à monotonia que alguns museus podem oferecer para quem não aprecia muito. Só que definitivamente não é o caso. Há galerias interativas, paisagens belíssimas e até piscinas! Atenção nesse ponto: se você quiser ir com roupa de banho, vá. As piscinas (duas) são liberadas para nadar tranquilamente.

Mas o museu é ainda maior do que isso. A área de visitação tem 96,87 hectares e compreende jardins, galerias, edificações e fragmentos de mata, além de cinco lagos ornamentais, com aproximadamente 3,5 hectares de espelho d’água.  O jardim botânico tem 4.300 espécies em cultivo e é uma atração à parte, com trinta por cento de todo o acervo em exposição para o público.

Sonic Pavilion - de Redondo BeachAqui cabe uma informação de ordem ecológica: em reconhecimento à necessidade de preservar os 145 hectares de reserva, o instituto recebeu do Ministério do Meio Ambiente, em fevereiro de 2011, a classificação oficial de “jardim botânico”, na categoria C. Nesse jardim, estão cerca de 1.500 espécies catalogadas de palmeira, simplesmente a maior coleção do tipo do mundo.

Um instituto de tamanha envergadura, evidentemente, não há como ser destrinchado em apenas um dia. O ideal é dividir a visita em dois dias, se programar num fim de semana e curtir com calma. Os preços variam com os dias da semana, mas são entre R$ 20 e R$ 30, além de ter meia-entrada.

Existe a opção de se hospedar em pousadas em Brumadinho (ficamos em uma muito aconchegante e de ótimo atendimento, chamada “Dona Carmita”) ou também fixar-se em Belo Horizonte. Para quem não for de carro e preferir se hospedar em BH, um ônibus da Saritur faz o traslado de ida e volta da rodoviária direto para o Inhotim. É válido principalmente para quem prefere se hospedar em centros maiores para saídas noturnas.

Em suma, fica a dica desse humilde colunista: quem não conhece esse canto escondido extremamente desenvolvido do Brasil, chegou a hora de fazer as malas, preparar as pernas (porque é chão) e, claro, o apetite: come-se muito e come-se bem em Minas. Depois volte para contar como foi, sem esquecer, é claro, de trazer uma cachaça e uma compota de doce de leite. Não esqueça, ao fim, de me agradecer.

E boa viagem, que esse trem é bão demais, uai.

One Reply to “O fantástico mundo de Inhotim”

  1. Realmente vale a pena conhecer Inhotim. Os jardins desenhados por Burle Marx e as galerias são muito bonitas. Existem galerias fixas e outras temporárias então sempre que voltar irá ter coisas novas para ver. Outra dica: a entrada é gratuita nas terças, então, se puder visitar nesse dia ainda faz uma economia.

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