Escrevo essa coluna no dia 1° de maio, data que marca os vinte anos da morte de Ayrton Senna. Foi um dia dedicado a ele. O canal SporTv 2 dedicou seu dia inteiro a Ayrton mostrando dez de suas corridas e dois documentários. Nesse momento em que escrevo mostra o segundo.

Já são quase vinte e três horas. Depois desse documentário começa a reprise de uma mesa redonda com o Galvão Bueno por causa da data e acabou. Acaba-se o dia Ayrton Senna, o dia 2 de maio se inicia e a vida continua.

E a vida continua… Vamos seguir de encontro ao nosso destino. Mas esse destino já está traçado ou somos nós que fazemos? Tem como mudá-lo?

Será que o destino de Ayrton Senna poderia ter sido diferente?

Uma revista fez anos atrás uma análise de como teria sido o futuro de Ayrton Senna caso ele saísse vivo daquele acidente em Ímola e achei bem interessante. Comentei com algumas pessoas, até dei pitacos de como teria sido na minha opinião e lembrei novamente desse assunto nessa semana dos vinte anos.

Decidi assim brincar. Fazer um exercício de futurologia de como teria sido o futuro de Ayrton Senna na F1 e como pessoa.

nelson_regi_blogMas começo a brincadeira imaginando se outro acidente não tivesse ocorrido. Mas não o de Ayrton Senna, o de Nelson Piquet na Indy em 1992. Piquet tinha acabado de sair da F1. Tinha 38 anos de idade, sido terceiro colocado na categoria em 1990 e vencido corrida em 91, portanto ainda tinha o que dar. No GP Brasil de 92 ele deu entrevista e quando perguntado se negociava com a Ferrari deu um sorriso maroto.

Na certa estava e na certa voltaria a F1 – se não fosse naquele ano no ano seguinte. Se não fosse na Ferrari em outra equipe. Se não fosse em 93 depois do acidente do Senna, mas voltaria. Voltaria em 94 porque o Brasil era muito importante para a F1. Vinha de uma dinastia de campeões, dava lucro comercialmente e não poderia ficar sem um piloto de ponta.

Rubens Barrichello ainda não estava pronto, como a história mostrou, e o único piloto de ponta, com bagagem para viver aquela situação era Nelson Piquet. Não sei se iria para uma equipe de ponta ou média. Mas cairia em cima dele e não em Rubens a responsabilidade, podendo mudar o destino do jovem piloto.

Caso Senna saísse vivo daquele grande prêmio ficaria trinta pontos atrás de Schumacher no campeonato e sinceramente não acredito que pudesse reagir. A Williams não tinha mais o super carro dos anos anteriores, Schumacher estava voando e mesmo Damon Hill dez pontos na frente do brasileiro no campeonato e com as punições sofridas por Schumi durante a competição não lhe alcançou.

Aquele ano, para mim, era de Schumacher de uma forma ou outra.

A partir do ano seguinte tudo é puro chute. Mas acho que o Senna não teria deixado barato perder 1994 com aquele carro ruim. Fatalmente a Williams quebraria a cabeça para lhe dar em 1995 um carro a altura de 92  e 93. Penso também que Senna entraria nesse campeonato com a faca entre os dentes e finalmente o tetra viria.

Com o tetra garantido partiria para seu maior desafio e maior sonho revelado algumas vezes em entrevistas. Pilotar uma Ferrari.

Seria campeão na Ferrari? Não sei, mas isso talvez atrapalhasse a carreira de Michael Schumacher porque caberia a ele o trabalho feito pelo piloto alemão de reconstrução da escuderia. Vamos supor que Senna fosse mesmo, acho que o começo seria difícil, como foi para Schumacher, mas atingiria sua meta.

Talvez levasse um ano? Pouco.  Dois? Mais plausível. Nessa brincadeira Senna levaria 96 e 97 brigando com o carro, melhorando a equipe aos poucos como fez Schumi e finalmente seria campeão. Schumacher foi em 2000, para Senna cravo 1998.

Ayrton Senna teria 38 anos, conquistado tudo na carreira. Pentacampeão do mundo – igualando Fangio, recordista de vitórias, poles. O que restaria a ele?

Restaria parar.

rubens_1Sim. Acho que ele pararia e abriria brecha para aí sim um experiente Rubens Barrichello se tornar o brasileiro de ponta. Quem sabe até para o lugar de Senna na Ferrari em 99, indicado por ele. Chegaria assim um ano antes na escuderia, com mais bagagem e com belo pistolão. Principal: sem Schumacher.

Poderia assim ser campeão mundial e realizar seu sonho frustrado.

E assim naturalmente seria a sucessão de brasileiros na F1. Sem traumas, com tranquilidade, sem procurar novos Sennas até porque ele estaria ali vivo, ao lado orientando.

Acabaria presidente da FIA, fortalecendo mais ainda o automobilismo brasileiro. Fazendo chegar à F1 nossos novos talentos e, imitando a revista que li, criando o GP das Américas em um circuito de rua do Rio de Janeiro. Praia de Copacabana. Seria fantástico. Teria 54 anos hoje, seria grisalho, quem sabe gordo, rico, poderoso e dia 1 de maio seria apenas o dia do trabalho.

E principalmente. Seria um grande ex piloto de F1. Apenas isso.

Senna não conheceu a velhice nem a decadência. Isso faz da sua imagem jovem, musculosa, com cabelos revoltos e vitorioso com a bandeira do Brasil imortal. Isso lhe faz imortal. Para a marca Senna, para a lenda Senna não poderia ocorrer nada melhor do que a morte prematura. Não passa pelo que passa hoje o Pelé, que acham um “velho caduco”  que só fala besteiras.

Imagine Senna votando e elogiando Paulo Maluf hoje em dia como fazia sem ter as manhãs de domingo para lhe absolver? Infelizmente toda essa futurologia foi brincadeira. Senna morreu e nada do que disse aconteceu e nunca saberemos se um dia iria.

A única coisa que podemos dizer sobre Ayrton Senna é que mesmo morto ele viverá por muito tempo.

Esse destino já está traçado como uma pista de corrida.

Imagens: Blog Voando Baixo (Piquet) e reprodução de internet

8 Replies to “Orun Ayé – “O futuro de Ayrton Senna””

  1. Me arrisco a dizer que Senna teria muito trabalho com Schumacher. Naquela segunda corrida, em 1994, creio que o Senna “rodou” com o carro, por não ter tido paciência e admitir que chegaria em segundo lugar. Para ele, era ou 1º ou último. Diferente do “frio” e Jovem Alemão.

  2. em 94 se o Senna sobrevivesse ao acidente terminaria a corrida 30 pontos atras do Schummi e 16 atras do Hill, e poderia passar a humilhação de ter que ajudar o Hill a brigar pelo titulo, em 95 a Benetton era muito mais forte que 94, já era Renault, seria osso ganhar do Alemão tb, e o sonho Ferrarista seria bem mais duro, Schumacher demorou 5 anos para levar a Ferrari ao titulo, o Senna não teria tempo pra isso e DUVIDO que de Ferrari ganharia do Hakkinen de McLaren em 98, então existe uma forte possibiidade de mesmo tendo sobrevivido a Imola continuasse tri

    1. galera o que vcs nao estao percebendo e que com o senna vivo ele ia faser preçao junto a FIA pela inrregularidades do carro do shumi e outra o Hill e um Rascunho de piloto e se o schumi nao apelaçe perderia o titulo o senna feis as 3 poles Brasil,pacifico e Imola o carro do senna era bom mais desconfortave no caso em monaco senna ja ganharia e no minimo mais umas 5 corrida puverizava o Vigarista do shumi e ganharia simk 1994 mais faser oque neh deu zica

  3. o Piquet já estava desmotivado e satisfeito com o tri em 87, por isso recusou a McLaren em 88, não queria mais passar o que passou com Mansell com o Prost, se fosse poderia ter ganho mais 1 titulo pelo menos, se voltasse em 94(como o Mansel voltou) não brigaria por titulos, alí o tempo dele já tinha passado… estava começando a era Schumacher…

  4. na minha opinião acho que Senna ganharia uns 8 titulos mundial seria na raça na briga mais chegaria sim o chumi ia ser so um bom piloto rubinho nao ia passar tanta vergonha vendo o fim de seua carreira Senna ajudaria o Felipe massa ja como um promeça na f1 eu imagino que seria isso mais vo consultar o DR dr Emmett Brown
    bom ele confirmo srrss ja vil alen do seu tempo e e isso mesmo kkkk vlw galera

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